Genialidade
A academia brasileira, em última instância, valora sumamente o mediano que se esforça e tem como fim último da educação a nota. [...] O aluno nota 10 que "esqueceu" o conteúdo da prova do dia anterior e ou nunca produziu, ou melhor, irá produzir algo inovador.
No sonho nasce a obra que há-de ser,
Por génios concebida, além do ver,
Visão sublime, além do nosso ser,
Imaginada antes do amanhecer.
Mas vem o lutador, sem hesitar,
Com força, a persistir, a trabalhar,
Nos braços leva o sonho a edificar,
Vence os desafios, faz o ideal brilhar.
E eis que o fruto, então, se faz luzir,
Os felizes desfrutam, vão sorrir,
Na obra pronta, vão-se deliciar,
No prazer de quem viu o sonho abrir.
Mas sempre há-de vir a crítica vil,
Dos velhos do Restelo, senil,
Que nada cria, só sabe obstruir,
Em sua sombra, o novo a reprimir.
Assim se faz a história, em ciclo eterno,
Do génio ao lutador, prazer fraterno,
Passando pelo crivo deste inferno,
Dos inúteis crónicos, sem inverno.
Os maiores gênios
que conheci,
ou o cotidiano
matou-lhes a originalidade, ou matou em mim a capacidade de ainda reconhecê-la.
"Um gênio não deve viver tentando convencer as pessoas de que ele realmente é um gênio. No entanto, deve viver como um gênio, viver sua vida normalmente, depois as feições dos subestimadores se transformarão em idiotices faciais."
O "conteúdo autoral" bem sucedido não nasce no senso comum, mas também não é um pensamento disruptivo, transversal ou conflitante. Ele reside em um nivel um pouco mais profundo do pensamento e compreensão mediana ou nas suas bordas, lacunas e fronteiras. Isso o torna "óbvio-não-dito", fazendo todo sentido para quem o acessa e, concomitantemente, preservando sua originalidade e genialidade.
" Inteligência, é a capacidade de se criar o alfabeto, conhecendo apenas a letra A e a letra Z. "
" Genialidade, é a capacidade de se criar todas as palavras do mundo conhecendo apenas o alfabeto. "
Luís Fernando da Silveira (1972-2082)
Não me entendam mal, no entanto, um gênio não é definido pelo QI que possui, mas pela capacidade de acreditar no que acredita.
Em uma geração de idiotas, qualquer sujeito mediano será considerado um gênio, enquanto que os verdadeiros gênios serão tratados como loucos — por serem mentalmente inalcançáveis.
"Ser intelectualmente à frente dos outros é como caminhar em um deserto: você está cercado por vastidão, mas sozinho em sua jornada."
"O autismo é a expressão de uma mente que pensa de maneira diferente, mas que, muitas vezes, vê o que os outros não conseguem ver."
"Às vezes, ter um alto QI pode ser solitário... Mas, com o tempo, você percebe que poucos podem acompanhar sua jornada."
Nada é mais popular em redes sociais do que parecer inconformado, excessivo, imprevisível, uma forma mais modesta do clichê que vê na genialidade um prolongamento da loucura.
Aonde quer que tenha ido,
Lá eu estava;
Para além do tempo.
E aonde quer que estive,
Lá fiquei;
Outro momento,
O amanhã ainda não sei.
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