Gêmeos
"Quando somos gênios, nos chamam de loucos, pois saímos da realidade. Quando somos gêmeos, comparam a idade."
PESSOA, SUJEITO, GÊMEOS SIAMESES
Pessoa significa Organismo Humano.
Sujeito é o componente do Organismo Humano que realiza ações voluntárias.
Uma Pessoa pode ter dois Sujeitos, como acontece com bigêmeos siameses.
Um grupo formado por duas Pessoas em que uma das Pessoas é bigêmeos siameses é um grupo formado por três Sujeitos.
...
Eu e o horizonte
Um fio invisível
Dois gêmeos siameses
Simbiose perfeita
Escambo incondicional
Descanso as retinas
Clamo por inspiração
E tudo ao redor goteja
Pinga, destila
Escancaro meu cerne
E as palavras me molham
Encharco de criatividade
E simplesmente escrevo
Sempre foi assim
Registro autoral
O entorno, interpretativo
O adorno, contemplativo
Só me expresso
Banho diurno, alma lavada
Alforria das folhas de gaveta
Metamorfose, aviões de papel
Serei descortinado?
O ceticismo celebra
O ostracismo agradece
O anticeptismo expõe
O talento resplandece
E somente o tempo
Juiz da sentença
Senhor do deferimento
Saberá o futuro
E eu, poeta presente
Em vida, na morte, talvez
Que venha o que vier
Que seja o que for
Advogarei pelo anticeptico
E conduzirei meu lado cético
Ao banco dos réus
Que assim seja
Cerro Negro
Entre os montes gêmeos
a sombra é o teu nome,
É o que a História conta;
Nas araucárias do destino
que tu abrigas o poema
pediu abrigo porque te honra.
Nas tuas águas milagrosas
e abençoadas pelo Profeta,
Encontro a ligação profunda
com esta divina terra
E no sorriso da tua gente
o tesouro mais bonito
que pode ser visto na face da Terra.
Meu Cerro Negro, nem mesmo
o tempo me separa de ti
e isso não é nenhum segredo,
Meu Cerro Negro, não há outro
além de ti meu rincão amado,
Meu Cerro Negro, todo o dia
o meu amor só cresce e fazes
este coração entregue e apaixonado.
Gêmeos
"Há algo em mim que não é meu.
Há um fôlego que continua a me oxigenar mesmo depois que meu corpo se rendeu.
Há uma força que impulsiona quando as minhas pernas já não se movem.
Há uma bondade que compartilho que essencialmente não é minha.
Quando escrevo, não sou um, mas dois.
O que dita e o que redige.
O que é, e o que gostaria de ser.
Eu e você.
Sou o religioso e você a espiritual.
Eu lagarteio, enquanto você borboleteia.
Faço poesia pela minha incapacidade, de como você,
viver poeticamente.
Temos o mesmo DNA, os mesmos dias de vida
ainda assim você é muito maior do que eu.
Dividimos apenas o ventre não os predicados.
Minha esperança é, que ser você seja inevitável também para mim.
Ao vê-la percebo tudo no que posso me tornar.
Somos o Já e o Ainda Não.
Como semente que possui em si todo potencial de uma bela e frutífera árvore,
mas ainda não é arvore.
Você é arvore, você é já, eu... ainda não.
‘Cada um tem o seu “rei”: aquilo ou aquele que defende.
E muitas vezes opta em sacrificar alguma “peça de menor valor": algo ou alguém’