Garça
a garça
estrangeira parque d’água
equilibra-se
na madeira arcada
de mangas
tece
de curva e pescoço
o ninho estranho
atrás da casa toda
água é lama
e a deusa
branca
torna-se galho
pelos calcanhares
o pássaro olha
a criança que rasga coxas
caule acima
atrás de rasgar a pele da fruta
depois de seis meses de espera
os bichos se encaram
o pássaro firma, cúmplice
sabem
que é papel dos velhos
cochilar durante os furtos
A Garça de Lamego -
Eu quero ser a Garça de Lamego
aquele amor que começa e não acaba
ser o oiro que cintila o seu cabelo
um Romeiro que chega e não abala.
Eu quero ser a chuva que nasce da manhã
a erva que irrompe à deriva pelo campo
quero ser esta loucura que me é sã
em cada verso que nasce do meu canto.
Eu quero ser a morte com rosto de madeira
eu quero ser a vida com asas de andorinha
eu quero ser amado de todas as maneiras,
de todas as maneiras, não da minha .
ama me ursa minha
as vezes garça minha
com os olhos de uma menina
e o coração de uma mulher
vai te em busca do seu amor.
escreverei nas fotos
o nosso amor.
em um diario em um papel
escreverei todo meu amor
voce é minha pombinha
voando alto.
seu sorriso os passaros
cantan e as donzela suspiram
de amor.
seu amor é puro e seu sorriso
é doce.
minha princesa que sai a luta
em busca de amor
em busca de vitoria
exposta à violência do vento,
do mar, do homem
e de sua fantasia,
a garça fica nua
para vestir a burguesia
A história da garça branquinha que entra num rio imundo e sai limpinha não serve de paradigma para o jogo do poder. No meio ambiente a garça é pura e inocente; no projeto de poder, o homem é feroz, falso, mentiroso; a perfídia e o engodo são sempre a regra.
A vida é uma garça
A vida é uma garça,
Uma garça branca
Voando na praça.
Na praça
Há vida:
A graça da garça branca
Voando no infinito...
No céu,
Um ponto branco:
A garça
Com a graça da vida.
(Suzete Brainer)
A garça e o bebê
Foi uma cena linda, a admiração do bebê ao contemplar a linda garça branca em seu desfile majestoso no lago que existe no interior do meu condomínio.
O mundo parou por um instante, o bebê sorria e balança as mãos enquanto seu pai a segurava na posição ereta com os pés tocando o chão.
O que para muitos pode ser algo normal, para ele parecia inédito.
Quando e como foi que perdemos esse poder?
De se encantar com coisas simples, de admirar o comum, de rir espontaneamente sem se importar com o que os outros pensam.
Muitos casamentos seriam salvos, amigos continuariam nutrindo seus laços de amizade, e seríamos mais felizes.
Se reencontrassemos a capacidade de admirar o repetido, de se alegrar com gestos simples, de sorrir por gratidão só pelo fato da presença de quem gostamos, muitas palavras duras seriam contidas, brigas seriam evitadas.
Pena que insistimos em envelhecer, nos tornamos chatos pelo fato de não ver graça nas coisas, idade cronológica não define quem é velho, pois existem anciãos maduros, e jovens envelhecidos.
Tenha em mente que o mundo é o mesmo para todos e se mostra maravilhoso, e a vida é bela, se enxergas diferente disso, é preciso mudar a sua lente.
A galinha no galinheiro tem grãos para comer, mas também tem a panela por perto; a garça selvagem não tem grão algum, mas seu mundo é vasto.
Assim pode se chamar
peixes a Garça-branca,
Testemunho que Acará
na mesa faz festança,
e é o famoso Acarajé
que Azeite de Cheiro
não pode nunca faltar
quando for preparar,
Igual abraço seguido
com os seus beijos
sempre que a gente
vier a se encontrar,
o quê nos importa
é a imensidão de amar.
Garça-branca-grande
Ninhal de Garça-branca-grande
na beira do Rio Itajaí-Mirim
enfeita com graça a cena,
Uma contemplação imensa
com vontade de parar o relógio,
e de não me impressionar
mais com nenhum ruído
daqueles que se movem
somente em busca de poderio,
Desejo tremendo morar
para sempre nesta
magnífica paisagem poema.
Aquela manhã era derramada de azul, sem o excesso desgosto onde na noite um querer fatigado se esconde. Era uma garça ou simplesmente o divino manifestando de maneira diferente uma chegança, anunciando outra saída para a vida aqui de dentro?! O que escapava era a loucura silenciosa, entrelaçada às nuvens de sal que ornamentavam toda passagem transformada. O pequeno graveto calculava a distância de onde seria noite àquelas horas e dos olhos que adormeciam alinhados à grande lanterna dourada que ia desbotando as cores do amanhecer. Como um espichar barbante e tocar eloquente qualquer inutilidade que naquele momento crescia também em qualquer quintal... Qualquer azul que derramava sol ou caía púrpura num minuto que existia o mundo inteiro.
Ao servir a alguém de má índole, não espere recompensas, e ainda agradeça caso o mesmo vire as costas e vá embora sem lhe fazer mal algum.
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