Galhos
Cerrado goiano
Canta o vento na folha seca
Dos galhos ásperos e tortuosos
A flora chora por uma trégua
Craquelado em uivos dolorosos
É o arqueado doce seco cerrado
De campos densos e preciosos
Chão goiano irregular e sulcado
Povo alado, de serena alma a trovar
Este cerrado abarroado, elevado
Que o desencanto encanta o poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/03/2016, 18'50" – Cerrado goiano
Parei beirando a calçada
a observar fiquei
ipê rosado
de galhos alados
a mostrar sua beleza
sob um céu anil
e sol primaveril
calor intenso
nada de folhas a bailar
tudo era um convite
a natureza contemplar
lá no alto, bem no alto
Um casal de pássaros
perdidos também
na contemplação
Da natureza maravilhosa
naquele momento
tão silenciosa
Bela e surpreendente .
Não há fala ,
não há palavras
nenhuma voz ,
nenhum canto
sómente dos céus
o testemunho silencioso
a nos dizer
de seu teor poderoso
Momento ímpar
momento único
desde o céu azulado
Plantas sob o brilho do sol
animais terrestres ou marítimos
Todos juntos em uníssono
Cada um a seu modo
dando glórias ao criador
e nós humanos ,
como participamos
com a Natureza
em cantar louvores ao Criador ?
edite lima / Outubro/2019
balé
o vento no cerrado gosta de bailar...
vai bailando entre os galhos tortos,
e desafinado é o seu trotar.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Ventania
Essa ventania conturbada
Balança os galhos
Caem as folhas de outono
No telhado da prima
A Prima Vera
Levam raiz, de galho em galho
Que em dureza se desdobra
E não transmutam
Nem voam
E ao serem flexíveis ao vento
Com toda sua intensidade
Força e perversidade
Ali permanecem
Então chega uma hora
Que cansam os ventos
E a árvore continua á morar
Em sua terra natal
Outrora com renovo
Em suas folhas que sombreiam
Da casinha
o nosso quintal
Os frutos, os galhos, os ramos podem ser diferentes, mas a raiz é a mesma. Aquilo que é essencial não muda. Viemos da mesma semente. E as nossas raízes são bem mais profundas do que imaginamos, é algo além do que podemos imaginar.
Era uma arvore vigorosa de raízes bem fincadas,
com seu tronco bem exuberante e galhos fortes e folhosas,
morada de muitos pássaros, que neles se aconchegavam,
uma sombra fresca oferecia a quem quisesse fugir do sol
e debaixo dela deitar-se e descansar.
Mas não era assim que era vista,
humanos insanos,
amputaram seus galhos
e sem piedade expulsaram os pássaros
e fincaram em seu coração
o que eles chamam de modernidade
mas a raiz dela era profunda
afinal ela era fêmea
fértil e bélica por natureza
com o tempo se refez inteira;
e hoje olham para ela admirados
como pode uma arvore dessas
conviver com a modernidade?
Segredos só dela.
Nossa vida, é como os galhos de uma árvore, tem várias direções, e você é quem escolhe qual caminho, seguir. existem várias formas, de chegar ao topo, do jeito fácil ou do difícil, mas o melhor mesmo, é não passar por cima, daqueles que nos ajudam😉.
Árvores
quando -beijadas- pelo vento
chovem folhas dos galhos,
que se plantam no solo, como
flores na erva fresca...
-- josecerejeirafontes
A vida tem mil encantos e a natureza é seu trunfo maior.
A relva alada em raizes, galhos rendidos ao alto, são bicos de aves com fome...
Reverencia o céu, em rubor nublado, pela lua beijado. Ah! Não precisa de nome.
Hoje eu sei...
A vida não são só flores
Nos ramos e galhos da vida existem folhas e noutros espinhos. As folhas caem e os espinhos machucam. A cada um cabe a decisão de varrer as folhas do chão, de arrancar os espinhos da pele ou simplesmente desistir das flores. Afinal, ainda há a opção das artificiais que nunca murcham.
Hoje eu sei...
Varrer folhas secas não é tarefa fácil, o vento nem sempre favorece; arrancar espinhos da pele, por vezes causa mais dor, mas o perfume que as flores exalam é qualquer coisa viciante para um bom apreciador de aromas, sejam eles suaves ou intensos
Hoje eu sei bem...
Que entre a suavidade e a intensidade, a vida nos desafia a fazer escolhas e escolhas nem sempre são fáceis.
Não se trata de ganhar ou perder, afinal em um ou em outro caso, sempre haverá o que perder... e o que ganhar!
Trata-se sim de entender que viver é uma arte indefinida. Aqui se canta e se baila, os ritmos são aleatórios. A nós cabe-nos a atenção, a coordenação, e a agilidade.
Aqui também se pintam quadros abstratos que nem sempre conseguimos interpreta-los. Cabe-nos aprecia-los!
O teatro e o cinema também fazem parte do show da vida, mas, nalgumas vezes, as cortinas se fecham sem grandes aplausos. Caberia-nos ensaiar melhor, se a vida permitisse ensaios. Mas ela não permite! Então, cabe-nos dar o melhor de nós e fazer nossa melhor atuação, hoje.
Hoje eu entendo...
Que entre dramas, romantismo, comédia e aventura o que a vida exige de cada um de nós é que dominemos a arte do malabarismo e que saibamos nos equilibrar nos pinos que ela nos impõe.
Desistir deixa de ser opção!
Porque a vida é tão astuta, tão caprichosa que ainda que percamos o equilíbrio, que deixemos as folhas secas pelo chão, que larguemos os espinhos pelo corpo e que decidamos não dançar ao ritmo de sua música ela continurá a ostentar as melhores flores pelo seu jardim e a espalhar pelo ar seu melhor aroma. A nós cabe-nos rendermo-nos aos caprichos da vida e Viver!
A sinceridade vem do fundo da alma, não crianção de galhos secos, floresce e desabrocha de forma natural emcada um, sem forçar nada, se entreguar à crenças que deixa dúvidas na sua existência, bloqueia e impede suaintuição de agir e caminhar com as verdades que acredita em seu ser, adiante se sempre na vida, com à sincera honestidade que brota dentro de você.
Soube apreciar o enverdecer da floresta, sua calmaria em constante mudez, e seus galhos alvoroçados que por nada mal emitiam som - para meu eu lírico, deixo o que mais emite sentido - o Sol da meia noite que nunca á de se pôr, pra mim tem valia de grandes sons melódicos, minha alma sintoniza com o mar e céu, que juntos formam a mais clara pintura natural que reassoa em meus ouvidos, e me trás um sabor doce e quase eterno em um momento.
O amor é como um raio de sol que penetra entre as folhas e galhos das copas das arvores, atingindo com beleza extraordinária, o gélido campo de folhas secas e úmidas. Aquecendo a cada amanhecer as noites frias
Pedras esculpidas pela água,
nuvens formatando o céu,
galhos secos caindo sobre a grama virgem,
o Sol abraçando a paisagem,
você esbanjando nudez e pureza nos braços da cachoeira.
Gaiola
Tec tec tec
bicava o poleiro
o pequeno Bem-te-vi
simulando ser os galhos dos pinheiros
por onde vida toda a cidade
Nunca esquecera aquele dia
em que uma mão muito ágil
olhou para si, elogiou seu canto
e o levou para bem longe daquelas árvores
Cada vez que recordava,
era tec tec tec
bica bica bica
canta canta canta
"Bem-te-vi, Bem-te-vi, Bem-te-vi"
enganando o tempo
fingindo ser um cantor
e não um prisioneiro.
NOVAMENTE (cerrado)
Inverno, secura no cerrado, tempo ateu
Galhos desfolhados, chuviscos cobiçosos
Numa imensidão dos diversos frondosos
O ipê, na aspereza, com beleza floresceu
Melancólica brisa, surgiu, e se escondeu
Aquele horizonte em devaneios saudosos
Aguerridos gramíneos em vigores teimosos
Cá em agosto no planalto, singular apogeu
Tudo empoeirado, rara aquela boa aragem
O vendaval se atirando no infinito do nada
Desnudado os tortos galhos, díspar imagem
Mas, o cerrado convertedor, intensamente
Passa tão audacioso pela árdua temporada
Para em outubro, viçoso, brotar novamente
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 agosto, 2022, 16’16” – Araguari, MG
Eu me sinto como se estivesse perdendo todas as minhas folhas. Os galhos, o vento e a chuva... Não sei mais o que está acontecendo.
Árvores desnudas
galhos esqueléticos
um dia cheio de folhas
folhas que o vento levou
galhos que um dia acolheram visitantes
pássaros que ali fizeram seus ninhos
pássaros saudosos
empoleiram nas extremidades dos galhos
hoje secos ,
cheio de cicarizes,
marcados pelas intempéries
Árvore amiga, sempre acolhedora
Árvore que lamenta
as atrocidades feitas
não só pelo tempo
Mas também pelas mãos do
homem,
insensível, arrogante, prredador
Ah, homem !
Sábio,
inteligente...
Ignoras que a natureza
nosso maior bem
Supre todas nossas necessidades
mas não supre sua ganância .
O preço é alto
Irreversível
editelima60