Fundo
Eu esperei. Confesso que esperei. Lá no fundo, eu fiz orações, fiz uma prece, e tinha muitas esperanças e expectativas. De que você iria reaparecer um dia qualquer, do mesmo jeito ou melhor do que o dia em que você surgiu inesperadamente na minha vida. Eu tinha aquela esperança boba, aquela certeza incerta de que você enxergaria sei lá o que no fundo do seu coração, e que finalmente despertaria de um sono profundo e notaria o nosso relacionamento de uma forma diferente. Que você veria com todas as letras tudo o que faltou você fazer por nós enquanto eu estive do seu lado. Que uma luz surgisse na sua cabeça, e que a distância finalmente te chacoalharia os miolos, neurônios, e, principalmente, os sentimentos. E que a venda caísse e surgisse aquele amor puro e profundo, que eu sempre pensei que estivesse adormecido, encoberto, ou abafado dentro de você. Eu acreditei sim, que seria pra sempre, e que você me amaria até ficarmos velhinhos e esquecidos. Tipo “Diário de Uma Paixão.” Quem nunca fantasiou com esse filme tão maravilhosamente perfeito? Sim... eu raciocinei que o tempo te faria bem. Que seria uma fase de descobrimentos. Que um dia, tudo o que eu criei tanta expectativa iria finalmente acontecer. A vida juntos, a segurança, o casamento, a família, o companheirismo. Mas os dias foram passando. No começo me senti livre, depois me senti bem, depois me senti feliz. Mas, eu não tinha percebido que parte desta plenitude morava na esperança que eu tinha de que tudo ficaria bem. E melhor. Que um milagre iria acontecer. Que tudo seria como deveria ser. Como poderia ter sido. Diferente. Completo. Bom. Ótimo. Maravilhoso. Esplêndido. E os dias passaram. E tudo aconteceu de uma forma surpreendentemente igual. Mensagens vazias. Iniciativas em cima do muro. Correr atrás? Melhor dizer que você apenas correu os dedos pra digitar uns 2 e-mails. E algumas palavras no WhatsApp. E aí eu parei pra pensar. Pra definirmos que estávamos namorando, eu tive que tomar a iniciativa. Pra decidirmos noivar. E pra decidirmos terminar. Que diabos, então, eu estava esperando? Aliás, que mundo eu estava vivendo até ontem, quando finalmente me toquei de que não, não vai acontecer nada, a menos que eu mesma faça acontecer alguma coisa?
E aí, eu senti. Toda a realidade caindo sobre as minhas costas... tão dura quanto um pedaço de concreto de 200 kg. Tão áspera quanto um asfalto velho e cinzento. Tão difícil quanto um problema de cálculo 5. Tão dolorosa quanto bater o dedinho do pé na quina da mesinha da sala. É. Não vai dar. Dessa vez, não vai dar pra eu me auto-sabotar buscando amor no vazio que é você. Não vai dar pra eu transformar o seu ponto de interrogação em uma exclamação, apenas em um simples ponto final. É isso. É o fim das esperanças, das orações, das olhadas no celular pra ver se acontece algo. É o fim do fim, o fim da nossa vida, e o começo da minha, sem você. Sem carregar aquele sorriso besta de esperança de que você irá voltar com um buquê de rosas vermelhas e a certeza no seu olhar e no seu coração. Parei. Chega de ilusão. É hora de partir pra um caminho sem você. Sem expectativas. Sem mentiras. Sem confusão. Sem insegurança. Mas com muitas possibilidades. E nenhuma que envolva você.
Respire fundo!
Relaxa que tudo sempre passa...Veja, veleja, reaja sempre, nós precisamos do mundo, mas o mundo precisa de gente?Deixe todo amor que te grita falar a língua dos homens, dos Anjos, fala com tua voz mansa e bonita...Deixe o universo te perceber, ouvir teu coração que canta e bater magnificamente.
A música é uma montanha Russa de emoções, ela pode te levar até o fundo do poço ou ela pode te levar ao paraíso, pode te levar para sua infância ou até seu coração partido.
Ser Invisível
É não estar, mas no fundo estar.
É desejar sorte, mas só ter azar.
É sentir, mas não ser sentido por outra pessoa.
É ser bom, mas não ter vida boa.
É confiar no tempo, mas o tempo ser traidor.
É dar amor, mas só receber dor.
É sonhar, mas a realidade ser um pesadelo.
É não realizar um desejo, mas não querer esquece-lo.
É querer sorrir, mas não deixarem,
É ter o coração em pedaços, mas mesmo assim amarem.
É o pensamento ser livre, mas o sentimento ser preso.
É prezar alguém, mas só receber desprezo.
É deitar lágrimas, mas ninguém conseguir ver.
É não ser falso, mas obrigado a esconder.
É sentir frio, mas o coração estar em brasas.
É querer voar, mas não possuir asas.
É não ter ninguém, mas ser prisioneiro.
É querer comer, mas só sentir o cheiro.
É ter esperança, mas o futuro ser igual ao presente.
É ser normal, mas ter uma vida diferente.
É ser forte, mas acordar triste todas as manhãs.
É querer ser feliz, mas existir sempre um ... mas ...
Tudo o que nos faz temer, sempre tem, lá no fundo, razões construídas no passado.
Porém todos os nossos vínculos com o passado, já foram quebrados e sepultados com o tempo.
Nosso maior medo, o qual realmente merece nossa atenção é nossa falta de ânimo para lutarmos pelo futuro.
(Teorilang)
Soneto do amanhecer
Os sentimentos são indecisos, e as vezes nos enganamos, olhe no fundo de meus olhos, e verás a pessoa que amo.
Tem um belo sorriso misterioso, daquele jeito minha mente enlouquece, pois quando estou perto dela, um pedaço de mim adormece.
NO FUNDO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
As angústias viajam pra Milão;
França, Disney, Havana, Pernambuco;
Alemanha, Japão ou Pelourinho;
pegam ondas nas águas do Havaí...
Depressão vai a festas e celebra,
veste roupas de gala, se produz,
dá um pulo em Genebra e tira fotos
pra encher Facebook ou Instagram...
Desespero sorri; é pé-de-valsa;
toma vodka, gim, reúne amigos,
tem antigos passeios pra contar...
Desenganos, saudades e paixões,
frustrações, incertezas e carências
vão e voltam, até nos resolvermos...
Não padeças mais pelos sonhos, perdidos nas incertezas de sua fé.
Busque lá no fundo aquilo que, em sua imaginação for despertada, pois poderá estar ali sua redenção por ações mal resolvidas do teu passado.
Se a esperança tem que ser a ultima a morrer, sua descrença já nasceu morta.
(Teorilang)
Filosofia Amorosa
no fundo de um vasto elemento
ardeu-me uma nova impressão
não há revigoro, fomento
capaz de curar a paixão
num culto de lua e de água
as matas sorriam e acenam
num culto de homem e mulher
até as orquídeas contemplam
agora eu conheço o sentir
de alguem que me fez venerar
fazer a minh'alma sortir
na cela do amor carcerar
não que seja obséquio e importuno
ter alguém na qual possa amar
e sim um episódio fortuito
difícil de se lidar
Um amor, mesmo sendo ex, tem sempre lá no fundo, mas bem no fundo, uma luz no final do túnel, porquê com um simples erro sempre haverá uma segunda chance.
Abismo
Escuridão.
Medo.
Amplidão.
Ninguém me avisou que depois do fundo do poço havia um abismo.
Tsunami, vendaval, sismo.
Tento no silêncio me refugiar.
Só ouço pessoas a gritar.
São gritos que pedem pra parar.
Como faço?
Em pedaços me desfaço.
Lutar ou resistir.
De qualquer jeito continuarei a cair?
Resisto.
Luto.
Consigo, enfim.
As vozes começam a se calar.
O medo a de mim se desapegar.
Sou o que sou.
E gosto do que vejo,
do que sou.
Vou continuar.
Da memória… não vou apagar
tudo o quanto caí.
Quero as lembranças todas.
No fim estarei inteira aqui.
Seu Olhar
No fundo dos seus olhos
Me vejo
Refletida em seus movimentos
Obedecendo os seus mandamentos
Cada vez mais
me esquecendo
Como se vive
Sem uma bengala.