Fruta
É da terra
Ela tem um olhar de cigana
Sabor da fruta, pimenta baiana
Tempero da festa de Obá
É do mar, ele é filho de Iemanjá
O olhar que reflete a luz do luar
Pele queimada, Odoiá
E foi assim que o santo bateu
E quando anoiteceu
Ainda estavam lá
Sentir amor sem apreciar o ser amado é como não comer uma bela fruta por medo de deformá-la. Tê-la não significa aproveitá-la, pois ela vai apodrecer e quem a guarda, além de não consumi-la, vai perdê-la.
Seja a sua melhor metade, mesmo que te falte a outra, pois nem sempre a fruta estraga por inteira. Um lado terá que estregar, não deixe que seja o seu
Vida no campo.
Na Selva de minha alma...
O limite é desconhecido...
Mata bruta...
Campos de frutas e arvoredo florido...
Vida no campo...
Minha vida lá foi prometida...
Açudes de peixes...
Lagos e cachoeiras...
Oh prazer...
Não deixei nada na cidadezinha...
Voltar lá...?
Só se for pra comprar sal e farinha...
Não quero reviver...
O que a cidade me deu...
Foi só desprazer...
Sentimento matuto é o meu...
As pessoas no campo são batutas...
Trabalham muito...
É suor que não derramam prantos...
Esta vontade de está no sítio...
As vezes foge até de mim...
Aqui eu planto...
Aqui eu semeio...
Aqui eu cultivo...
Aqui eu colho e como....
Aqui eu pesco...
E em falar tudo isso...
Não sou desonesto...
Acreditei na alvenaria...
Paredes blindadas e gradiadas...
Será mesmo que só assim..?
Poderemos viver em paz...?
Não...!
Minha casa de sapê...
Ou de madeira serrada...
O soalho é avermelhado...
Madeira de lei que peguei lá no serrado...
A árvore foi cortada...
Mas as sementes foram brotadas...
O tempo trará outras..
Enquanto isso...
As galheiras é para a fogueira...
A panela é de barro...
E o quintal tem galinha aos bocados...
Porco no chiqueiro...
Gado no curral e são tudo leiteiros...
Aqui eu me encontro...
Sem precisar me humilhar...
E pedir descontos...
Aos domingos...
Vou na igreja...
E quando volto...
Arreio o meu alazão...
E passeio no grotão...
Armo a arapuca....
Esperando a saracura....
Franguinho do mato para remediar...
E depois eu volto pra cozinhar...
Sou assim....
Sensível com os pássaros na floresta...
A coruja pia e a noite faz sua festa...
Na mistura do barulho...
Faço canção e poesia...
E ouço o gado berrar la no pasto...
E também chia a cutia......
Sou caboclo do mato...
Tenho uma inspiração e é nela que me regalo...
Tudo aqui é verde e amarelo...
O ar é puro é singelo...
O azul caí do céu...
E o vermelho é o sangue de minhas veias...
Uma mistura de cores que não são alcalinas...
Minha parceira é gente fina...
Minha flor nega menina...
Lava roupa no Ribeirão....
E estende debaixo da mangueira...
Cascavilhei esse tema...
Porquê sou apaixonado pela Natureza...
Não chamem isso de poesia....
Chamem de iguaria...
Na pradaria do lajeado que piso...
Falo e repito...
Não há nada que possa...
Substituir tudo isso....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
#DEPOIS #JAMAIS
Depois....
A comida esfria...
A fruta apodrece...
O pão mofa...
Se esvaindo...
Nada mais importa...
Depois...
É hora de dormir...
Esquecer...
Nada mais sentir...
Quando a tarde cair....
A noite chegar...
A madrugada é fria...
E já se anuncia...
Um novo dia...
Depois...
As horas vão embora...
O tempo antes tão longo...
Já não é...
Já é tarde...
Não volta mais...
Depois...
Esqueceu de sonhar...
Alguns sonhos nem nasceram...
Outros se acabaram...
Perdeu o querer...
Tem medo de amar...
Depois...
A estrela já não brilha tanto...
Depois...
Nada importa...
Nem de um pássaro ouvir seu canto...
A magia perdeu o encanto...
As pedras são a única companhia...
Depois...
O horizonte não agrada...
A felicidade sempre tarda...
Até os ventos mudam de direção...
E quem diria...
O que poderia ser...
Já não importa mais...
Depois...
Não viva...
Sinta o agora...
Essa é a hora...
De ser feliz...
Sandro Paschoal Nogueira
"É belo olhar para o espelho e ver os cabelos se despedir dos anos joviais.Como uma fruta,amadurece a maturidade,com novos anos celebro a realidade,da responsabilidade do título de pai.Vivo e morro por ti minha alquimia,dou Parabéns a minha pequena Maria,que contempla a inocência e esperteza audaz. Te amo Maria! 2 anos!
Na primavera apreciar a beleza da flor, no verão o frescor da água, o outono cada fruta e seu sabor. E no inverno? O calor de alguém e seu amor.
A vida tem suas fases, cada momento único de ser, todo instante tem seu milagre, importa-nos pois viver.
Nem sempre é mar de rosas, ou brisa suave a soprar, por vezes calamidades, furacões e tremores, mas precisamos ser resilientes, e cuidar bem de nossos amores.
Retorno
Gastei toda aquarela, recolhida. Silêncio de barcos acidentados, fruta madura espatifando-se na terra. Colhi no ventre da treva estas
palavras tocando-as devagar, com medo de que por trás de suas faces frescas me aguardasse uma emboscada. Sei pelo avesso suas formas
conturbadas, atormentam-me seus abismos híbridos. Vê-las pulsando salva-me da lábia estofada cotidiana, mas também me expõe à rude dimensão da liberdade e seu preço poucas vezes raso. Cintila a pedra noturna dos meus olhos nos seus olhos, sei que posso atravessá-los num sopro. Após tantas águas fugidias, o refluxo. As portas batem, como nos dias arejados.
É preciso ter fruta no pé, de preferência a manga. Se o amor não vinher vou sambar na escola de samba.
Não é porque agora eu não aprecio e não quero comprar caqui, que eu odeie esta fruta e, muito menos, quem a coma.
Sentir amor sem apreciar o ser amado é como não comer uma fruta por medo de deformá-la. Ela vai apodrecer. Quem a guarda, além de não
consumi-la, vai perdê-la.
CULTOR
Do campo sou cultor
Com ternura cultivo
A terra por amor
A hortaliça e a fruta
Para a mesa de todos
É portado pelo suor da labuta
Não tenho diploma
E isso para mim não é
Motivo de vergonha
Minha escola foi a vida
Minha caneta foi a enxada
Nesta estrada comprida
Velho sou de idade
E de caminhada
Não sei o que é cidade
Aqui tenho o cheiro da terra
A bela chuva e o ar que refrigera
Daqui não saio, morrerei nela
Sou iletrado não sei lê
Só sei meu nome
Acho tudo complicado de entender
Aqui no final do dia
Ouço o cantar dos pássaros
Que me aprecia
Mãos ardidas do sacho
Pela manhã e pela tarde
Uma deleitosa água tomo do riacho
Com vontade no labor
Não troco minha vida de lavrador
Por um diploma de doutor.
E, no final, toda a fruta doce te darei. Mas antes, ofertar-te-ei as minhas flores.
Doctorstrangelove
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