Frases de Monteiro Lobato
Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar ninguém (...) Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver - cadeia, forca, exílio.
De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo.
O livro é uma mercadoria como outra qualquer; não há diferença entre o livro e um artigo de alimentação. Se o livro não vende é porque ele não presta.
Os criadores são criaturas excepcionais, diferentes de todas as outras. Parece que a natureza os cria especialmente para aquele fim, como cria o pintor para pintar, o músico para compor músicas e o homem rotineiro para embaraçar o progesso do mundo.
É que ainda não acertamos um meio de vida que faça as invenções beneficiarem a todas as criaturas igualmente. E a maior das invenções humanas vai ser essa: um sistema social em que todos tenham de tudo.
A porcentagem dos inventores, pintores, músicos e artistas de outros tipos é mínima. Em cada cem homens haverá um desse gênero, de modo que ele tem sempre contra si os noventa e nove restantes.
Esse negócio de pensar é muito sério. Temos que pensar, sim, mas pensar certo. Quem pensa errado, quebra a perna.
O diabo é o símbolo da maldade, mas até a maldade amansa quando em companhia da bondade.
Sei que tudo na vida não passa de mentiras, e sei também que é nas memórias que os homens mentem mais. Quem escreve memórias arruma as coisas de jeito que o leitor fique fazendo uma alta ideia do escrevedor.
Verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia. Só isso.
O homem é uma doença da Natureza – e a pior de todas porque é uma doença inteligente. Teima em superpor à natureza a sua vontade e é, cada vez mais, um conflito lamentável de duas evoluções contrárias, a natural e a humana.