Poemapranto Não há mais lágrimas para... Carminha Barreto Campello
Poemapranto
Não há mais lágrimas para chorar.
Todas as palavras foram ditas e crestaram
como folhas secas.
A dor cresce
- dura e forte -
como as árvores definitivas.
A dor se instala.
Os olhos, porém, vêem e assistem e testemunham
para além e para aquém da fronteira do homem.
Que fazer desta dor?
Nossas mãos nos escavam e tentam arrancá-la
como a um fruto maldito.
- Amigo,
que vento mau dispersou
o que colhemos juntos?
Do sonho, só a semente do Azul ficou.
Mil punhais varam os ares:
- do homem só restou o que ele não queria."