Ana Pessoa Ana não é muda mas foi... Bruno Latorre
Ana Pessoa
Ana não é muda
mas foi silenciada por si
entrecortada, exposta
eliminada na mentira
do parecer, não ser.
cada gesto, falso
cada sorriso, uma careta
calou-se.
Ana é fome de verdade
mas não se suicidara.
Ana e o outro
Ana e si
uma vertigem da ponte
aterroriza.
a realidade é diabólica
e Ana, inútil sonha ser.
Ana quer outra, dentro de si.
e este poema também mente.
Silêncio.