Não entendo. Que fiz agora? Não... Maria Almeida
Não entendo.
Que fiz agora?
Não aguento mais.
São os olhos dela a minha salvação. Por agora. Breves instantes. Logo, não sei. Daqui a pouco também não. Amanhã, muito menos. Imprevista. Louca. Errada. Mas nunca mentirosa. Verdadeira, sempre.
E eu – perdoa Deus – sempre orei para partir depois de ti. Sempre depois. Para poder ficar contigo até ao último fôlego, cuidar de ti até ao último abraço, até ao último beijo, até ao último afago, até ao último vestígio de vida. E só depois também ir. Logo a seguir a ti.
Não sei o que fiz. Perdoa não entender. Perdoa amar-te. Perdoa querer-te. Perdoa desejar passar a minha vida contigo e querer-me junto a ti. Perdoa amar ser feliz amando-te. Perdoa o meu sonho. Não sei o que fiz. Mas ficar sem ti, é morte. Melhor morrer a mim.