Crônica de Sonhos Como são doces... Welton Falk

Crônica de Sonhos

Como são doces nossos sonhos
Acompanhados de cafés amargos
Como é triste essa alegria
Carregada de idolatria
Por coisas fúteis e descartáveis

Acredita que existe sanidade
Nessa utópica felicidade?
Somos apenas medíocres
Com doses cavalares
De hipocrisia e de incertezas

Carregamos fardos pesados
Com corações e almas lesados
Por um mundo sem humanidade
Onde todos querem imortalidade
Mas buscam em veneno a solução

Como é amargo esse devaneio
Que agora parafraseio
Sonhos doces e vida parasita
O que me falta é a perfeita
definição de 'ser' humano

Como viver num mundo de pecado
Onde o amor é suplantado
Por uma falsa liberdade?
Onde sequer existe verdade
Somos simplesmente uma ficção

Somos nada a imagem do nada
Com uma alma sanada
De falácias, de suposições
saturados de ingenuas ambições
Tão insignificantes somos

Mas que essa infame crônica
Bem falada e irônica
Faça entender que a vida é pequena
Mas não precisamos ser pena
Podemos ser maior, ser todo o pássaro.