PERSISTA (?) Você não tem este... Vanessa Brunt

PERSISTA (?)

Você não tem este direito. Na verdade, ninguém tem direito de nada além do que recebe. Então, no fim das contas, eu quem lhe dou o direito que digo que você não deveria ter (droga!). Este direito, este mesmo! De fazer com que um toque faça minha perna tremelicar, meus pensamentos se embolarem e minha voz sair aguda. Pare já, de revirar todos os metros quadrados do que me compõe, de transformar meus sólidos em água, de retrair e expandir minhas interrogações e certezas em um só olhar. De causar-me noites mal dormidas e de deixar-me mais viva do que nunca, enquanto queria mesmo era morrer de tédio, sem me resvalar por estas agonizantes e simplórias inconclusões.

Não me conquiste. Eu até posso, até aceito, invadir assim seu coração, mas você dentro de mim, não. Não antes que eu tenha a certeza de já ter dominado seus sentidos e talvez nem mesmo assim. Não costumo entrar em uma história para deixar ser morna, para ir sem tudo o que posso, sem me permitir. Mas desta vez, estou com muitas promessas para cumprir a mim, com medos para deteriorar e você não pode chegar aqui tornando tudo tão pequeno perto do seu gosto. Ainda mais com tanta dúvida aparente.

Por favor, fique. Quero dizer, vá. Quero dizer, até meus pedidos não têm mais reais fundamentos. É fato o espaço em branco, cutucando as pontinhas da minha irracionalidade para ser preenchido de vez, no entanto ele não pode ganhar agora. Você não pode. Eu não queria que fosse um jogo, só que sempre acaba sendo em algum ponto, ou interrogação. Não adianta entrar com um extintor no fogo que renasce só com um simples contato. Sinto que tenho todas as chaves e não posso abrir a porta.

Não me venha com formas tão baratas de adubação, que parecem ser utilizadas com qualquer outra das suas vítimas. Pare já! Pare! Por favor, não me conquiste. Não preencha o espaço, não invada o meu triz. E, opa! Também nem pense em ir embora, viu? Como assim: chega, vem fazendo pose de quem pode até ficar, e sai virando as costas? Acha que seria certo? Rá... Mas não é assim mesmo! Você não tem esse direito. Esse, esse mesmo! De cogitar colocar o pé para fora sem ter antes entrado de vez. Minha mente nem consegue imaginar a cena de você partindo, levando embora sua mania de sorrir torto depois do beijo e de discutir teorias. Nem conheci seu hálito matinal, nem sei como você se espalha pela cama depois de um dia exaustivo e nem aprendi sobre tudo que ainda me ensinaria (ensinará?).

Por favor, só me conquiste. Já conquistou. Quero dizer, não se esforce. Não me conquiste.

Ah, então você acha que é assim? Que não precisa nem tentar direito? Faça mais do que isto! Conquiste, vá. Conquiste, fique. Não conquiste.

E o resumo de tudo isto é:

Kakskddjsjskdnfndjeksksjdnsjdksjsjsjdjdjdjdjwndjdkqlalqpwkwnsba
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jrjekwlaalakddkjdjfjfejkskakskkfjdjsakkadkdjjfjfjdksjdjjdjskssjfjdjjjkk

A palavra no meio desta bagunça, que você mesmo fez. A palavra que eu não quero admitir, mas quero que faça.

Digo, não quero que faça não.

— Ah, vai me deixar desistir de falar? É assim?


RECADO AOS HOMENS:
Quando uma mulher mandar você ir embora, na maioria das vezes, ela só quer saber se você é do tipo que vai, ou do tipo (certo — que vale a pena o risco —) que fica com as pedrinhas para jogar na sua janela até não saber mais o que fazer. E ainda assim, mais faz.
Porque, entenda, criamos testes por sempre estarmos esperando os (f)atos. E quem desiste fácil, meu amigo, prova que nunca esteve de verdade.