Era uma vez em um reino tão, tão,... alessandro de azevedo...

Era uma vez em um reino tão, tão, distante.....
Em um lugar muito, muito, muito nem tão distante, havia um povo que estava divido em quase castas mais ou menos assim: os bons, que se importavam com os outros, que tinham consciência de seus deveres e sempre lutavam por melhorias; estes representavam uma minoria, que realmente queria uma mudança para todos, apelidados de satsilaedi; existia outros aqueles que se interessavam pela politicagem, ou seja, o lado podre da política, apelidados de sotpurroc; também tinham os que não se interessavam pela políticagem e se interessavam muito pela política, mas só reclamavam, não agiam, apelidados de sedravoc; e ainda tinham o grupo dos que diziam, tanto faz, mas apoiavam os primeiros e tinham o apelido de sievitpurroc; estes na tentativa de justificar seus atos diziam que em todo lugar é assim, não tem solução; e outras vezes, falavam e tentavam convencer como medida de defesa, que suas ações seriam frutos de uma herança histórica oriunda dos povos de outro reino que seriam os seus fundadores.
Ora, o reino aonde eles viviam era extenso, tudo que se plantava tinha fruto, grande jazidas e enormes possibilidades de se criar qualquer coisa na quantidade que se pensasse. Apesar disto, o que se via por quase todo lado era: muita tristeza por causa da fome, miséria, saúde precária, esgoto a céu aberto e os recursos serem mal distribuídos e mal gerenciados uma vez que tinha uma pequena parcela deste reino, que ficava com a maior parte dos recursos, que viviam em mansões, possuíam carrões, fazendas, emissoras de tv e de rádio, viajavam para reinos distantes mais evoluídos em aviões de luxo e se hospedavam em hotéis aonde a diária dava para alimentar uma dezena de famílias do reino tão, tão distante, por uma semana.
Lá funcionava um sistema de Federação que tinha em um dos seus artigos de sua Lei Magna a seguinte afirmação: “o poder emana do povo através de seus representantes eleitos ou diretamente”. Chamavam-se também, de Estado Democrático de Direito e não apenas de fato. O grande e talvez maior problema deste reino, se albergava justamente na hora de suas eleições, uma vez que os habitantes se esqueciam de tudo que estava em sua constituição. O problema se desenvolvia assim:
a) Os satsilaedi eram muito poucos e não conseguiam o apoio da população que não entendia o que eles falavam e também, porque não lhes prometiam nem tampouco davam nada de material quando pediam seus votos; ora, uma vez que para eles – a população - que estavam acostumados a isso, não molhar a mão do eleitor era absurdo, estas pessoas realmente não querem ganhar as eleições; esta reclamação podia se ouvir em uníssono;
b) Os sotpurroc já sabendo que eles eram a maioria dos que se interessavam pela politicagem na política, em todas as eleições não se preocupavam, pois tinham certeza que as pessoas do reino estavam interessadas apenas em: venha a nós e o vosso reino nada; quer dizer, eles não se preocupavam de verdade com o reino deles; eles estavam mais interessados com eles mesmos e em votar em um candidato do velho e conhecido grupo dos sotpurroc que fosse ajudá-los;
c) Os sotpurroc também sabiam que os sedravoc, reclamavam muito, gritavam, esperneavam, mais na hora da verdade, que eles tinham que se candidatar para serem os elementos de mudança, se calavam e assistiam tudo como plateia;
d) Os sotpurroc tinham certeza que os sievítpurroc eram os mais fáceis de lidar, pois não reclamavam, não discutiam, não queriam também participar do governo; queriam apenas o faz me rir antes das eleições; uns por ignorância sem preparo acadêmico para reconhecer a importância ímpar das eleições e outros, apenas não se importavam com o todo, apenas consigo.
Foi perguntado uma vez para um estrangeiro se fosse dado a ele a oportunidade de fazer mudanças o que ele faria e ele respondeu que: Realmente era coisa muito difícil gerenciar um reino que está repleto de vícios e de ausência de patriotismo; mas ele começaria fazendo o que para ele seria o basicão: Investiria muito mais, mas muitíssimo mais, para começar, em uma educação libertadora das amarras da ignorância e do servilismo desde a base, criando e fomentando mentes brilhantes e críticas para o futuro nas mais diversas áreas com pesquisa e ensino de qualidade; daria remuneração digna de verdade aos professores e policiais; diminuiria a remuneração do executivo e legislativo; colocaria ensino obrigatório de elementos de Direito nos três anos do segundo grau, tendo como objetivo ensinar as pessoas o mínimo de seus direitos; faria uma divisão de terras justa entre os habitantes deste reino, criaria um sistema carcerário que realmente mudasse as pessoas nele inseridas, combateria a corrupção de verdade nas mais diversas instâncias e, sobretudo e principalmente no judiciário; acabaria com o nepotismo, acabaria com a reeleição, eliminaria a desculpa antropológica cultural do ranço de patrimonialismo albergado nas origens, como desculpa para o descaso, a irresponsabilidade, a indecência, a cara de pau com a nação e seu povo, trazendo para o agir político, aspectos morais e valorativos da vida humana, que seriam, ou melhor dizendo, deveriam estar inseridos no cotidiano de cada cidadão deste reino desde a mais tenra infância; exigiria que os candidatos a cargos públicos tivessem uma formação superior bem feita para não terem a desculpa estúpida de confundir o público com o privado e fazerem eles entenderem de uma vez por todas, que estão no cargos por um breve período e que acima de tudo, o cargo não é deles; acabaria com a cultura de personalidade que atravanca a mecânica sobre as relações de caráter político....
SAPERE AUDE!