Fragmentos
O que é a vida, senão pequenos fragmentos do tempo vividos com pessoas em lugares tão diferentes quanto cada personagem envolvido???
MEMÓRIAS
"Foi em um simples papel que comecei a colocar fragmentos de memórias de minha alma...
Talvez uma resposta de minha alma ao emaranhado de pensamentos que invadiam a minha mente.
As palavras vêem à tona quando fico em silêncio, parecem lembranças perdidas em algum lugar dentro de mim...
Então tentar expressar em simples folhas de papéis o que sinto, e isso tornou complicado a minha mente e o coração grita constantemente palavras perdidas ao vento, pois nem tudo que vem a minha mente posso escrever, pois tem sentimentos que jamais poderiam ser traduzidos em palavras.
As palavras denunciam apenas partes de meus desabafos, uma incógnita dentro de mim, porque não sei o motivo que atiça minha alma a tentar se expressar.
Tento aprisionar esse desejo quase incontrolável de se expressar através das palavras escritas, mas a força que emana de mim é maior então é preciso dar vazão a tantos pensamentos perdidos, pois alguma coisa me conduz a escrever...Escrever sempre, um ciclo constante, uma vontade louca de tentar explorar a minha mente, de voltar em outros tempos...Tempos que tenho a nítida sensação de ter vivido, flashes de lugares e pessoas que vêem à memória.
Se tudo que imagino fosse tão irreal, então como poderia eu recordar o que não vivi, já que a mente guarda apenas fatos reais? Talvez loucuras? Nunca saberei!
Jamais obtive resposta a tantas lembranças, então amenizo a minha dor em meus registros em simples palavras escritas que saem do baú dá minha memória.
Dentro de mim vive alguém que grita por uma liberdade de se expressar, alguém destinada a sempre buscar por perguntas sem respostas, e isso perturba minha mente e machuca minha alma, pois muitos tentaram me calar, outros levantaram calúnias, alguns criticaram, e a maioria não estão prontos a conviver com pessoas diferentes que talvez fogem as regras tão impostas por alguns.
Não ambicionei nunca ser igual à maioria, apenas desejo ser simplesmente Eu, e disso não abro mão, pois sei os que meus ouvidos já ouviram, sei as lágrimas que já derramei, e sei quantas vezes meu coração pensou em desistir mas a minha alma sempre lutou e travou grandes batalhas para continuar a falar através das palavras...E essa é a maior vitória que a vida me proporcionou... Obrigado VIDA!"
(Roseane Rodrigues)
De histórias são feitas as histórias. Fragmentos de tempos em tempos. Somos lançados em nossas trajetórias. Uma página em branco. Sem dedicatória. Sede de vida. Peremptória. Estrada de rota indefinida. Caminho que desconhece derrota. Escrituras gravadas em pergaminho. Regras proscritas de uma lei sem rei. Caminho. Seguimos juntos e sozinhos. Intercessões lógicas de um conjunto. Exconjuro. Pago juros. Entro em apuros. Nem eu me aturo. Me atiro. Me jogo do precipício. Viro vício. Me desculpo. Me extravio. Vou de navio. De tanto chorar, eu rio. Desafio. Concilio. Me jogo no vento. É o tempo. Me lanço em você. Me embrenho no pensamento. Concílio do vento. Nebulosa do tempo. Me invento. Te invento. Nos fazemos. Possuo. Desnudo. Mudo grito. Desespero em negrito.
Alegria escalando o Everest. Felicidade incontida. Seria perfeito se não fosse a vida. Escuridão de esperança despida. Duas cabeças esculpidas. Uma gargalha e dança no meio da avenida. A outra cumprimenta a morte. Sua face híbrida. Uma de negros e ameaçadores olhos. Outra festiva. Convidativa. Cada uma com sua forma de seduzir. Digo: Eu vou por aqui. E lanço meus olhos em seus negros olhos. É tarde. Negros são meus olhos. Digo: Eu não quero sorrir. É tarde. E já não sei mais onde é aqui, Onde é aí. Sobrevivi.
Monalisa Ogliari
Olhastes para mim
As lágrimas que vertem os meus olhos
São fragmentos do meu coração
Que se perdem nas desilusões.
Olhastes para mim
Como um vidro transparente
Sem reter o meu olhar.
Eu, que me vejo no brilho dos teus olhos
Refletindo a minha alma carente
No fôlego da tua alma vivente...
E dos fragmentos
Eu me procuro em tua vida
Em cada pedacinho desprendido.
Edney Valentim Araújo
"Fragmentos de amor são pedacinhos de carinhos que brotam da mente de quem ama, e pousam na alma de quem recebe"
Abro o pensamento e os fragmentos amordaçam-se uns aos outros, perante a luz da madrugada que tarda.
O desafio é isto.
Um colorido conciso, entre a magoada indignação e o empalidecer da noite num último sopro de lua cheia.
"Segredos são como tumbas
cavada na pedra fria
onde são escondidos fragmentos de uma biografia,
que ficam sepultados como múmias
que nos impede o entendimento
e inibe a continuidade da caminhada."
Por mais que queiramos nunca queremos estar sozinhos e esses fragmentos de solidão acaba tirando a nossa visão e não percebemos o quanto os fragmentos da companhia errada nos levam ao abismo.
PEDAÇOS (soneto)
Em ti, ó saudade, acho parte de mim
São fragmentos craquelado e partido
Do meu eu que tenho então em ti sido
Eternizado numa dor que vive sem fim
O senso que faz em ti alarido saído
Em mim é silêncio, é solidão, enfim,
Vive da ilusão de lembranças carmim
Do comover sovado e não esquecido
Agora, o que faço para ouvir o clarim
Dos sons da quimera no porvir contido
Dando-me sonhos afora deste folhetim
Serei pouco, nada, de desejo desprovido
Se insistires em ficar tão presente assim
Aí, de pedaços o meu poetar será revestido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março, 05'55"
Cerrado goiano
Ficar doente é muito ruim. Diante dos fragmentos, a única coisa que você quer é que o seu dia amanheça resplandecendo sem a consistência daquela dor.
“Ainda há fragmentos de mim, espalhados como se o espelho de minhas querências se quebrasse em cacos poéticos, cabendo-me colhê-los a cada passo que me lanço, mesmo que eu corte meus dedos frágeis nos pedaços mais afiados”.
Fragmentos de um todo não esclarecem nada, você procura encontra o que falta e não consegue, você tenta entender mais não é fácil ver no escuro, suas mãos estão gélidas, sua pele arde em frio, sombras o perseguem seus pensamentos aceleram, a pressão é tão grande que seu corpo não suporta e como um descanso ele te apaga.
Fragmentos III
O que pode se esperar da ignóbil ação humana
A não ser misérias desolações e vergonha?
O que se pode esperar de um poeta?
Que ele salve o mundo com seus versos doentes?
Fragmentos IV
Beijo-te os lábios como aquele que morre...
Desejo teu corpo como o doente deseja a cura...
E assim cremo meus sentimentos no fogo da paixão
E jogo suas cinzas sobre as flores que tem o nome de amor-perfeito.