Flagrante
A nossa própria alma apanha-nos em flagrante nos espelhos que olhamos sem querer.
[entrelinhas]
amei-a
nas entrelinhas
de um poema
e
tudo não passou
de
um flagrante
de
raro deslumbramento
Sinto o aroma do infinito em nós,
O flagrante de amor no ar...,
Por ti não me canso de esperar.
Vejo o horizonte se abrir por nós,
O instante não vai passar...,
És inteiro e virá para sempre ficar.
Sinto a falta do teu abraço,
Do brilho do teu viço...,
Forte como as chuvas de março.
Vivo a alegria de ser por nós,
O meu olhar nunca se perdeu...,
Do teu olhar o peito não esqueceu.
Sinto todas as faltas do mundo,
O teu calor solar primaveril...,
Não pode me faltar no 'profundo'.
Quero adormecer com a tua voz,
O amor nasceu em nós...,
Ele é livre como um albatroz.
Sinto que o teu olhar leve,
O teu observar é energia...,
E o meu corpo é só alegria.
Aonde estás? Não sei.
O teu amor será a lei...,
O meu obedecer - a grei.
Sinto o teu beijo de colibri,
O amor saúda logo ali,
Amo-te em silêncio aqui.
Aonde estás? Não sei.
O teu amor já é lei...,
O teu querer é a fina grei.
Em vias de nós obtermos
- a consumação -
O teu olhar não me perde,
E nem se perde de uma linha
- da nossa paixão -
Alvissareira coroação,
- somos poetas -
Com todas as cordas e linhas
Da vida e do coração,
Plenos de ternura e oração.
CORPO FLAGRANTE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Com apelo nos olhos estendo a cortina,
para ver se disfarço a profunda fornalha,
mas a minha retina resvala e se mostra
pelas falhas expostas no corpo flagrante...
A carência me assalta por todos os pelos,
pela pele que sofre do excesso de falta;
sinto a força do cheiro que sentem do quanto
vou além do que posso pra seguir inteiro...
Todo sonho que afago é do afago de alguém,
é do bem que se troca, de corpo e sentidos
que no fundo nem pedem tanto sentimento...
Pode ser um momento, mas que seja logo,
pois o fogo é tão denso que me desfigura
pelo quanto me guardo, me calo e me venço...
"A seguir esse caminho (prisão de pessoas sem documentos no país com base na lei da vadiagem), chegaremos ao absurdo de prender em flagrante o verdadeiro exército de desempregados existente"
Álvaro Mayrink da Costa, juiz da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, em 16/09/1981, ao conceder habeas corpus a desempregado preso “por vadiagem” pela polícia do Rio
Quando o esporte não é praticado como esporte, com obrigação de vencer, como é o caso da Seleção brasileira, uma flagrante derrota frente ao adversário, provoca o fato psicológico da disfunção esportiva que, como fantasma, perturba o desempenho durante a competição, com receio de fracassar novamente.