Falecimento de Criança
Ali estava eu...
Me lembro de quando eu era criança, de quando nada importava mais do que brincar
Mas eu cresci...
Envelheci...
Foi quando eu percebi que não podia mais brincar. E também, foi o quando eu percebi que não sou o suficiente. Que não posso ser amado. Que vou ser trocado e abandonado.
Ali estava eu, cercado de inimigos.
Mas eles pararam de falar, de gritar praguejos e deixaram de soltar maldições. Suas bocas estavam fechadas. Também pararam de me escoicear, de me chutar, de me socar. Estavam todos calmos. Mas, em seu olhos, notavam-se lágrimas de regozijo...
Porque estavam me vendo...
Ali estava eu, cercado de inimigos...
A felicidades em seus corações cobriam qualquer prazer sujo que pudessem ter. Eles não me batiam, pois sabiam que não podiam machucar minha pele. Não xingavam, pois sabiam que não era mais necessária...
Porque estavam me vendo morrer... sozinho...
Sabiam que era uma questão de tempo e aguardavam com magistral paciência e anseio.
Eu estou morrendo... sozinho, pelo meu próprio sofrimento, pelas cicatrizes que não saram em minha alma e pelo meu exausto coração, cheio de amargura.
O frio era cada vez mais intenso, mais venenoso. Já não sentia minhas pernas, mas meus braços, inertes, não paravam de me apertar com uma dor pungente que é o frio. Meus pensamentos se voltavam no passado, naqueles tempos de desprezo e abandono, nas confissões de amor mentirosas e no calor dos prazeres. E meu coração, junto com as minhas entranhas, estão sendo devorados por aquele Verme. Sim, a Depressão. Que me acompanhou com grande vigor e fidelidade. Nunca me abandonou, a minha doce amante. Ela, que cresceu dentro de mim com o passar daqueles anos sofridos, dos tempos perdidos, das relações cortadas. Sempre consumindo a desgraça e a discórdia, se enraizou no meu espírito. Fortes são seus dentes, afiados e grossos, que me devoram a saúde e o que restou de felicidade. E meu coração, pobre desprezível, que bate na falsa esperança de fazer passar, acreditando fervorosamente na mentira que, um dia, eu seria amado. Quase já não bate, suas forças se esgotaram... e eu morro, sozinho, cercado de inimigos sorridentes e sem ser amado
Quando a gente era criança
Pensava que os jovens
Eram bem mais espertos
E conheciam melhor que a gente
Os passos de cada dança
Mas passam-se alguns dias somente
E quando a gente vê
Já os alcançou também
Mas ninguém, absolutamente ninguém
Ninguém nos avisa
de que a gente não precisa
Conhecer os melhores passos
Pra poder saber viver
Pois o mais culto nem sempre dá certo
O tempo faz os melhores laços
E os lança sobre todo mundo
Pois a vida não é à toa
E a vida boa é ilusão que se vai
E quando eu era adulto que nem meu pai
Pensava que os velhos sabiam de tudo
E os mais velhos, a seu momento
Faziam cara de sérios
Levantando a aba do casaco
A esconder o rosto ao vento
E diziam que cada idade
Tem seu tempo e tudo mais
Mas a mais pura verdade
É que a gente jamais cresce
Porque não dá tempo pra isso
A vida corre depressa demais
E a gente, compromissado
Não vê que deixou de lado
A coisa mais importante da vida
Que era dançar sem saber o passo
E era prender para sempre
Pertinho de nós
A um único abraço
Aquele que a gente queria
O importante é saber
Que por mais tempo se viva
Não se sabe ou se vive o bastante, jamais
Pois o tempo, sim; joga seus laços
Mas cada um tem seu tempo
E todo nó se desfaz.
Edson Ricardo Paiva
Liberdade...
Vontade de correr como criança
de espalhar sorrisos
Senti a brisa nos meu cabelos
de olhar o mundo de forma inocente
Desejar ver os avós me esperando
a quanto falta que me fazem
Poder subir nas galhas do Pé de laranja
so pra pegar as frutas pra dividir com meus primos
Da saudade so de lembrar...
Como era bom ser criança.
se o tempo volta-se
O que seria recuperar a inocência
pode ver as cabras da tia zeze
Ver a montanha e sua pedra reluzente
poder ver minha tia sorrindo
A que saudade do tempo, que não volta
Se volta-se seria...
Por amor, Por amor, só por amor.
Shirlei Miriam de Souza...
Saí para buscar resposta quando ainda era criança. Voltei quarenta anos depois ainda sem algo novo que fizesse sentido.
Aquela garrafa se tornou um vaso de margaridas
Aquele pneu um balanço de criança
Aquela televisão velha uma atração
Aquela verdura, adubo
Aquela latinha uma arte
Feita como carrinho, colar, copinho
Mas tudo reciclado com carinho.
Aquela garrafa se tornou um vaso de margaridas
Aquele pneu um balanço de criança
Aquela televisão velha uma atração
Aquela verdura, adubo
Aquela latinha uma arte
Feita como carrinho, colar, copinho
Mas tudo reciclado com carinho.
Quando eu era criança e via casais de mãos dadas, pensava "Nunca vou conseguir ser assim". É como se eu já soubesse que a minha vida ia ser uma merda. Na minha cabeça aquilo não era pra mim.
“Quando criança me contavam historinhas para adormecer, porém, surtia efeito contrário. Quanto mais ouvia, mais alerta permanecia. Agora, como escritor, conto histórias com desejo de que leitores(as) despertem, ou pelo menos, que não adormeçam”
Tornar-se adulto é como quando você é criança e está passando por um cômodo sem luz. Você quer correr e fugir, mas tem de ter controle e andar até achar o interruptor
Tu és a pessoa mais doce que conheço, o homem mais humilde do mundo e a criança mais merecedora de amor e eu adoro tudo em ti.
Pais amorosos, uma casa com cerca branca, festas com palhaços, uma criança de 5 anos sofre um acidente e seus sonhos desfalecem, essa história não é sua, você escuta e descobre que nunca fez uma oração de verdade, que seus problemas são menores do que dos outros e têm medo de isso lhe motivar por entender que sua dor é menor que a do próximo depois que compreende o significado de compaixão.
SE PERDE
Se perde logo ao nascer
na vida que se dissipar
na criança de você
em palmadas que ínsita.
Se perdeu quando andou
com seus passos e passadas
pisou falso e escorregou
perdeu-se na encruzilhada.
Na vida jovem, nas jardas
perdeu-se para não morrer
e p'ra sanar a fome da casa
esqueceu-se de se perder.
Perdeu-se nas águas do norte
carregada da cacimba
caneca no fundo do pote
mata sede com a moringa.
Se perdeu querendo achar
o rumo leve da vida
na tarde que levou chorar
com a partida perdida.
Perdeu-se por um acaso
no causo alto dos planos
o mundo ficou em arraso
no juntamente dos anos.
Perdeu-se em sua subida
para o alto pico do estima
depois perdeu na descida
sem se encontrar com a rima.
E quando tentou voar
se perdeu em meio aos ventos
e embrenhou-se nas feridas
feitas pelos sentimentos.
Perdeu-se na serenata
com olhar pela janela
nem de perto não pensava
que seu reinado era d'ela.
No caminho para o trabalho
se perdeu na profissão
depois, disputou a fila
com toda fé dos cristãos.
Perdeu-se em sua junção
de amor pela promessa
e enterrou-se na solidão
distanciou-se da quermessa.
Um dia perdeu o voou
antes mesmo de voar
chorou pelo seu amor
sem ter tempo de amar.
E na estrada da vida
perdeu o jeito de viver
estava ela, tão colorida!
Quando perdeu p'ra morrer.
Saiu perdendo em tudo
até mesmo p'ra ganhar
nunca cismou que o mundo
se perdeu para chorar.
Antonio Montes
O selvagem é como a criança; suas alegrias e pesares são tão vivos e violentos, quão passageiros e fáceis de se dissipar.
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