Falecimento
‘Partida’ não é somente o ato de partir, daquele que vai. Mais precisamente, é o estado da alma da pessoa que fica.
Ter o cuidado de lembrar o ponto de partida não é apenas ter gratidão com pessoas que fizeram parte da trajetória. Mas é também passar por um processo de autorreconhecimento. Valorizar as suas ações, momentos abdicados, dedicação aos estudos e as muitas horas trabalhadas por dia. Ser reconhecido do lado de fora: isso é orgulho. Ser reconhecido do lado de dentro: isso é paz de espírito!
Quando a partida de xadrez acaba, peões e reis vão para a mesma caixa, peças pretas e brancas também.
O DITO
No disse digo da vida
eu decide a partida
dizendo como dizer.
Foi editando o digo
que o dito disse aquilo
que não queria saber.
Esses ditos são dizeres
que ao dizer fica o dito
que disseram de você.
No dito por não dito
permeando meus gritos
tento eu compreender.
Antonio Montes
"" Não saia e volte a hora que quiser
estou de partida e o novo endereço, nem eu sei
então entre na viagem comigo
curta a paisagem que passa pela janela
tão bela é a vida
tão breve também...
estamos perdidos no tempo
num eterno vai e vem
tão belo é teu sorriso
especial motivo do meu
não parta sem que eu te ame
não volte se não for para eu ser teu...
A gente tem tantos altos e baixos que eu me sinto uma bolinha de ping pong numa partida torturante e interminável.
Eu já chorei com o peito inflado de dor, eu já chorei partida de familiares pra nunca mais, eu já chorei a dor da humilhação, eu já chorei a dor na pele, mas hoje meu choro vem em forma de sorriso. E em minha alegria, em companhia de amigos ou mesmo sozinho, o sorriso é bem maior.
é domingo
o carro que dá partida é o mesmo há alguns anos
o caminho é quase o mesmo
a mesma estrada
os mesmos lamaçais
os mesmos vira-latas nas calçadas
as mesmas bicicletas
talvez sejam os mesmos os homens que ali vendem abacaxis
a senhorinha da barraca de verduras
ainda é a mesma
O paradoxo da pobreza material
e da riqueza
daquele ar romântico
e meio bucólico
são os mesmos
as mesmas galinhas nos quintais
o cavalo que puxa a carroça
o pasto
o curral
o Sol que reflete na vegetação
o trem que anuncia passagem
todos ainda são os mesmos
entro pela mesma porta
encontro ali
a mesma poltrona
a TV ligada no mesmo canal
o mesmo café
o mesmo bolo de fim de tarde
a rotina é a mesma
um passeio pelas plantinhas da varanda antes de pôr a mesa
uma indicação de um remedinho pra tosse antes de partir
exatamente a mesma Helena
exatamente o mesmo João
eu, que há muito já não sou a mesma
minha cor preferida já é outra
já não leio a mesma coleção de livros do Pedro Bandeira
já não vejo mais os filmes de antes
e a cada instante mudo um pouco mais
conservo exatamente a mesma vontade
de que aquilo contrarie o tempo e a natureza
e permaneça
naquele mesmo vazio de grandes construções
atrás daquele mesmo trilho de trem
e que a cada domingo que a vida guarde
baste atravessar a mesma estrada
o mesmo lamaçal
e aquele amor continuará ali
exatamente o mesmo
desde o meu primeiro abrir e fechar de olhos
há vinte e dois anos atrás
SÚPLICA
Se tudo acaba e tudo passa
A dor chegada tem a partida
A vida sua vitalidade vencida
Se tudo ao vento é fumaça
Se a firmeza tem sua recaída
O fado dia de caçador e caça
Fato alegre, outro sem graça
Se há subida, também descida
Se a alma não leva a carcaça
E a bondade nos é prometida
Na lei de Deus, sem ameaça
Se nem tudo é dor desmedida
Se tudo cai, Senhor, que negaça
Está má sorte na realidade parida?
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Auta de Souza
CANTO DA PARTIDA
Quando foste embora...
O céu nublado já anunciava
Apagão os raios das tuas vindas
Que não mais deveria percorrer as veredas de tuas idas
E aspergir tua voz no campo de minhas esperas.
Iluminavas o mundo com a eminência da sua áurea
E até as andorinhas voavam livres
Quando chegavas de mãos erguidas
Guardando doces alegrias em suas lembranças
E nas areias de minha agonia
Os resquícios dos teus sorrisos.
No coração imprimi os teus passos
Em vulcões esquecidos, nas erupções de saudades
Nas curvas do caminho eu te esperava...
E esta sina gravava a fogo Minh’alma.
Drenastes-me a alma em tua partida
E colhi os mais ardentes e eterno desamores
E foi assim...Na espera dos meus dias...
Tentando esculpir esperanças
Tateei novas letras para formar um novo canto.
Eternizando cada passo, mesmo que no mais chuvoso dia.
As lágrimas das flores traziam o teu perfume
A emissão da ansiedade angustiada de um futuro próximo
Com dádivas de amores sufocadas
Congelei o coração em minhas esperas
E com alma no canto esquecida...
Compus novo canto na minha alma ressequida
Para esquecer a melodia fúnebre da tua partida.
Triste Partida
Meu Deus, meu Deus. . .
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai
A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai
Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois a barra não tem
Ai, ai, ai, ai
Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai
Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai
Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai
Nós vamos a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Cá e pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai
E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai
Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrível
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natá
Ai, ai, ai, ai
O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai
No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Seu filho choroso
Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai
De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai
E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai
E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos filho pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai
Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai
Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai
Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai
Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai
Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
À lama e o paú
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai
A meditaçao `e o ponto de partida para a felicidade. Ela traz o conhecimento e te da a capacidade de se voltar para dentro de si,colocando a sua alma limpida , transparente diante de vc e o universo. Com isso, o proprio universo age a seu favor te emanando energia. O silencio harmoniza , equilibra , traz a paz e a serenidade.. Acredito sempre nesta reciclagem psicologica , que nos ensina ,nos faz refletir ,e por fim nos brinda com o crescimento espiritual. A felicidade `e um estado de espirito. O que vem depois , sera sempre complemento..!!! simone vercosa.
Sonhar é o ponto de partida para chegar ao sucesso. Todos sonham voar alto, mas somente conseguem aqueles que têm a coragem de sair do sonho e enfrentar a pressão que leva as alturas.
PARTIDA
Não.. não quero mais te amar
e nem alimentar-me do que nunca tive !
Cansei de beber sozinha no oceano
do teu silêncio
e em tuas águas salgadas
à força ter que me banhar !
Embriaguei-me demais
Entreguei-me demais
Estou cansada por tão sozinha
tanto te amar !
Estou partindo para um outro lugar
Por onde o vento venha leve me beijar
Por onde o mar do amor me venha
manso e depois não se lamentar .
Por onde a canção não me seja dolorosa
E por onde a íris dos meus olhos
não precise depois por um amor
ausente mendigar .
Estou indo
e costumo não mais voltar !
Posso estar sendo um tanto irônico, porém vou comparar nossa vida com uma partida de futebol. Pois bem, começando, estamos sempre correndo atrás de algo, alguém, procurando dar o nosso melhor sempre, as vezes ocorrem tropeços, alguns levantamos sozinhos, outros nos estendem a mão e assim continuamos. Sempre tem alguém querendo lhe impedir de seguir em frente, mas você jamais desiste, nem que isso lhe resulte em uma queda, um machucado. Tem aquele alguém, o mais experiente sempre te alertando, chamando sua atenção e querendo lhe ajudar a seguir o caminho mais fácil, porém quase nunca o escutamos, maldito orgulho[...] E no final o resultado sempre é o mesmo, as vezes perdemos, as vezes ganhamos, porém sempre damos risada do que se passou... E o principal de tudo? Sempre cansamos de tanto correr atrás.
As vezes creio que o inferno é a incapacidade de não poder fazer nada... diante a partida de um filho ....