Face
Na face traços, como fendas na rocha, tufão a revolver lembranças, tudo lição, alento, para intento e laço que torna fecundo os passos.
Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando despertar ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança.
Mesmo Deus, não conseguiria facilmente fazer uma lágrima rolar por tua face.
Para isso ser possível ele precisaria tirar minha vida do contexto da tua definitivamente.
Só assim você poderia em fim de tristeza ou de alegria, chorar.
É a saudade que espreito nos olhares lançados da face do tempo,
É a saudade calada,
É a saudade que vem sem pedir consentimento,
É a saudade armada,
É a saudade que é um arquipélago de sentimentos que flutuam submersos,
É a saudade que desnuda enroupada,
É a saudade que sacia esfomeada,
É a saudade que vive falecida,
É a saudade que chega a qualquer hora,
É a saudade que entra pela janela de quem quer ir embora,
Perdão porque queria estar diante de sua face e poder ter a honra de me ver refletido em seus olhos, tendo a certeza única de toda a sua existência ali diante de minha presença e poder ao tocar; ter a real certeza de cada perfeição ao lhe sentir em cada detalhe minuciosamente.
Poder dizer obrigado por você existir em está aqui neste momento único e perfeito; que será não apenas uma lembrança futura. Sim uma única e eterna experiência, que sempre será real ao fechar e abrir meus olhos ainda que a milhas de distância de você...
Impossível não amar e vivenciar isso em momentos únicos, que nos fazem querer mais e mais estar ao seu lado.
Obrigado e desculpas alguns erros de português mas aqui eu coloquei o que sinto por você de uma forma clara e espontânea.
Obrigado por sua existência e amizade...
Ricardo Baeta.
DIVINA COMÉDIA
Lágrima sussurrando na face sofrida
Sensação erguendo os braços ao céu
A sorte dentro do silêncio escondida
A quem serve sentido perdido ao leu
Se o desejo causa martírio no papel
Pecado, ilusão, e a dor infinda ferida
Corre o fado e só gera direção cruel
Porque estar delirante por toda vida?
Não é melhor na prosa ser clemente
Paz, harmonia, poesia no que insiste
Em não ser, sendo feliz com a gente
Razão: deixo a poética n’alma haver
E o triste deixo apoucado, se existe
Vivo o amor, do que meramente ter...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 setembro, 2021, 20’23” – Araguari, MG
descem sem controle, salgam face...
deixam o ser leve e a ponderar:
qual desses motivos pedem reclamar?
respirar, ainda.
comer coisas boas
(pois que boa coisa
é ter a comida)?
ter um teto quente
(pois que tanta gente
passa o mês pensando
no vil aluguel
e outros são chamados
"morador de rua",
mas ser "morador"
implica ter casa)?
lágrimas são burras!
descem, mas nem sabem
que viver poeta
implica tristeza
ou inconformismo
(é mais bonitinho)....
vai-te depressão!
já não tenho espaço.
sou minimalista
(decidi faz tempo).
só não minimizo
deslizar, de fato,
nesse mundo doido
de corpo e de alma
com a inteireza
dos que todas noites
pensam: fiz o que de bom?
se resposta é nada,
se não mudei vidas,
fui menos que esterco,
pois esse é adubo
e quem nada faz
pra mudar seu mundo
faz aqui o que?
somente atrapalha...
A Tempestade em Minha alma
sinto um vazio na alma
a cada momento
o vento sopra em minha face
secando as lagrimas
de minha alma
solidão
me sinto seguro
na escuridão
o tremor da terra
lagrimas que se transformam
em um grande oceano de desespero
sangue esvairá
de minhas veias
caindo por terra
minha alma chora
a uma enorme explosão
em minha mente , desespero
sonhos esquecidos
tempestades da alma
louca agonia
gritos que não são ouvidos
apenas sentado a beira do penhasco
chegando a hora de partir
A lágrima repousa diante do pequenino espelho
ensaiando, espreitando-se...
Face a surpresa da menina.
No cristalino cintila a notícia televisiva
APRISIONANTE, indigna de um relance,
QUIÇÁ de um breve olhar.
Diante de Tantos Pseudônimos, quando eu vou conhecer a tua verdadeira face; identidade exposta, muito esmuiçada,
revelada.
O Retrato
As lágrimas que na face rolaram
Cicatrizes no retrato deixaram
O riso puro que na foto existe
Fica sendo mais tarde o toque triste.
A cor que era viva o tempo apagou
Triste olhar na foto foi o que restou
O sonho da vida torna-se passado
Só lembranças no peito já cansado.
Na imagem da criança agora eu noto
Já desejava a vida além da foto
E o adulto cansado de não viver
Consegue escutar na foto sem cor
O coração da criança sem dor
Bater forte querendo apenas ser.
Êxtase de um anjo aprisionado...
Numa fração de segundos com lágrimas sobre face examino o meu inconsciente preso na nostalgia tento explorar o inexplorado abro minha mente para reflexão e ao aproximar do portal para contemplar encenação teatro da vida eis que abrem as cortinas e ouço um canto angelical misterioso sinto meu corpo em transe um coral define o significado do amor, raios solares transferem energia espiritual que renovam minha áurea. Em plena metamorfose contemplo a perfeição do criador, uma exército de anjos me me fascinam, vozes veludas um querubim em especial da sentido para minha busca, com uma rosa vermelha e declaração de amor revigoram meu eu.
12/08/2022.
Entre a lua e o mar
Encontro teus olhos mansos
flamejantes
a queimar-me a face ruborizada
de espanto e fascínio
da forma que só
- E apenas!
teus olhos conseguem fazer.
Entre a lua e o mar
encontro a vida
o perfume
a realização
de deixar-me ser...
Visita para tuas andanças
Estrada para tuas mãos
Envoltório para teu corpo
Calmo
Resplandecente
a queimar-me a derme
Sinto-me inteira tua
Entre o mar e a lua...
Mar... Chorar...
"Engole o choro!"
Mas lágrima alivia tensão...
Rola na face e equilibra a emoção...
Não só da tristeza mas da lembrança,
da alegria, da esperança.
O poder de desestressar,
deixar o passado chegar
e colocá-lo em seu lugar.
Assim eu troco o chorar,
pelo mar.
Água salgada,
como lágrima, cumprindo a que foi chamada. Meu corpo do mar se envolve
e tudo se resolve.
Infinitas lágrimas me aliviando,
me envolvendo, me equilibrando!
"Engole o choro"?
Engoli foi água do mar... 😅