Eu nunca fui...
Desculpe, mas eu não sou muito fã das pessoas. Nunca fui, na verdade. Nunca fui de esperar muito dos outros. Gosto mesmo é do silêncio, eles reorganizam meus pensamentos. Quando estou sozinha simplesmente consigo respirar melhor. É uma fobia estranha, talvez, lugares lotados de pessoas me socam o estômago. Olhares. Ah, como eu odeio quando olham para mim. Nunca sei o que estão pensando e isso é apavorante, não me iludo com sorrisos, tampouco me prendo a palavras, as pessoas sempre tem algo a esconder, simples. Por isso elas me incomodam tanto, porque elas nunca são tão verdadeiras quanto aparentam ser. Minha alma poderia ser tão cristalina quanto um lago de águas claras e rasas, mas eu posso ser tão sombria quanto um bosque escuro e silencioso, o que sou depende de onde estou, de com quem estou. Sou tão mutável quanto errante. E quando estou sozinha simplesmente estou em paz, estou tranquila, e até me arrisco a dizer que feliz. Quase ninguém se respeita, as pessoas são imunes a dor alheia. Não se comovem, não sentem por ninguém... Desculpe-me por isso, mas prefiro estar sozinha, me convenci de que é melhor assim.
Eu nunca disse à você o que eu sentia, eu nunca fui atrás de você. Nao sei se chamo de orgulho, mas no final foi ele quem me livrou de tudo isso, de voçê. Nao tenho porque sentir vergonha, eu iria sim. Eu bem que poderia dizer que sentia a sua fala só que voçê não mereçia saber. Eu sofri sim e muito não négo. Eu pedi a Deus que acabase com a dor para que eu pudesse ser felíz e ele me atendeu tirando voçê da minha vida.
Eu nunca fui contradição, mas me permito mudar de opinião. Logo sou o que penso. Assim, por hora, tendo uma única concepção.
SUBSTÂNCIA FLUIDA
Eu só queria ser o que nunca fui;
Vida, som, ar... não sei o quê.
Queria ser a tua fragrância que dilui...
E, nos ares do amor, amar você!
Eu só queria ser o que inteiro flui...
Na alma, brotar o que não vê.
Queria ser o teu amor que não deflui
E dentro de mim, o teu por quê!
Queria ser a tua substância fluida,
Jazer em tua alma numa outra vida
E ser inteiramente o teu querer...
Mas se me ponho em outras esferas,
Neste presente que são as tuas eras
Cairia no abandono o meu ser...
Eu nunca fui daqueles que fazem sentido, sempre fui a pergunta e a resposta de todos as minhas dúvidas. Meus problemas, meus medos e o vazio que eu sinto sou eu mesmo solução.
Você me desvenda só de olhar para mim. Comigo ninguém nunca foi assim. Logo eu que nunca fui muito de olhares.
De fato eu sei, nunca fui nem vou ser perfeito. Então porque se sente no direito de cobrar e condenar, sendo que só Deus pode nos julgar.
Eu queria entender esse seu olhar. Juro, eu queria! Você me olha e me ama, como nunca fui amada antes. Mas quando fala, sinto o ódio por todos os poros da sua pele. Não entendo. Porque me ama, se me odeia? Ou seria, Porque me odeia se seus olhos revelam amor? Não entendo.
Palavras, olhares. Não há muito sentido nisso, não há lógica qualquer pessoa diria. Ou me ama, ou me odeia. Esse jogo não me interessa mais. Quero o inteiro, não a metade. Ninguém é feliz com metade. E metade por metade prefiro o nada. Que nada causa, nada perturba, nada, nada.
“Se um dia me perguntarem o que eu penso da fé, responderei que nunca fui homem de apoiar uma fé cega, pois ela acaba cedo ou tarde se tornando uma fé religiosa embriagada em poder e tirania. As pessoas que compartilham desse tipo de fé não veem mais nada além de suas opiniões; são pessoas sem conhecimentos, sem experiências e sem a calma da convicção pela vivência; são pessoas que geram agressões e guerras em nome da própria certeza contra a certeza do outro, mostrando assim o quanto desconhecemos as Leis da Vida, aquelas vindas do Criador.
Para mim a fé não é devaneio místico, ao contrário é uma certeza e toda certeza requer consciência. A certeza de que Deus pode fazer o melhor por nós não está somente na experiência, mas no sentimento de nossa finitude. Sendo assim, a verdadeira fé é a racional e é a que leva a Deus. Isso pode ser confirmado ao refletimos sob as escrituras sagradas de Romanos I, que diz que sabemos que há um só Deus soberano por inferência lógica a partir da criação.
Para mim a fé tem que ser um conhecimento racional, portanto para se ter fé é necessário pensar, analisar e raciocinar. Ter fé é saber nossa pequenez, nossa dependência de Deus e sua grandiosidade. Essa consciência não pode vir de um saber não pensado, pois para tal é necessário o exercício mais humano e claro da razão.”
Eu nunca fui estrela eu nunca fui sussesso, mas pedi ao mundo em palavras em frases os meus simples versos.
Eu nunca fui garoto, mas ser garota é tão mais difícil. Não me refiro a TPM nem cólica. Me refiro no geral. Ser menina é tão mais complicado. As pessoas parecem cobrar sempre mais da gente. Nós temos sempre que estar bonitas e impecáveis. Temos que entender as coisas antes mesmo de nos explicarem. Ser garota é tão complicado. Um dia talvez eu converse com um garoto para saber se é tão diferente assim. Mas até lá eu só vou desejando ter nascido garoto ao invés de garota.
Eu sempre tentei compreender o nosso meio-fim, mas nunca fui capaz. Eu não sei, talvez fosse falta de esforço, falta de vontade, tanto faz. Acho que nunca estive preparada para lidar com tudo o que restou de você. Eu sou essa desgraça que tem medo de lidar com a dor; essa que implora por mais uma chance só por ter medo de ficar sem algo que antes completava toda a minha rotina. Mas, ontem, eu estava deitada na minha cama – não vou negar, era justamente no lado esquerdo, onde você se encontrava nas nossas noites falidas – e eu não chorei. Não pensei. Não senti. Não lembrei. E, pode não parecer, mas diante de como eu estava destruída, isso foi um grande avanço. Por um instante, minutos, horas, talvez, eu me vi livre. Por Deus, eu não te queria mais. Era o fim, definitivamente, chegou o momento de encarar que não havia mais volta – e eu aceitei. Mesmo que eu já tinha repetido isso para mim diversas vezes. Somos reincidentes em finais. Eu apaguei teu número da minha agenda, risquei com um x bem grande os bilhetes que você grudava na geladeira, e substituí nossas fotografias nos porta-retratos por imagens que somente me estampavam. Era eu. Agora, seria eu. Guardei todas as tuas lembranças, pois não queria me confrontar com mais nada. Não queria ter uma recaída, ou qualquer outra coisa, como você preferir chamar. Mas, enquanto eu fujo de nós dois, algo sempre me puxa de volta. Dessa vez foi o espelho – eu não me reconhecia mais. Não me enxerguei mais, pois não sou mais a mesma, me perdi. Perdi você. E, por favor, quem eu quero enganar? Eu não sei te esquecer. Essa é a cruel e mais pura verdade. E é então que eu desabo. Eu não sei você, mas detesto chorar. Fraqueza demais. Mas, o pior disso tudo, é que sempre que me recordo de nós dois, eu choro. E eu sei que você não faz o mesmo, que você não sente falta, que você não sofre a minha ausência. Foi você que me pediu, que implorou para que eu te deixasse. Foi você que percebeu que nós dois já não deveríamos mais existir; digo, nossa união. O mais triste, é que eu não consigo mais ser uma pessoa comum. Me tornei tão você, que agora que eu já não te tenho mais, eu sou ninguém. Consegue entender? Consegue compreender o quanto você me destruiu? Eu tento, juro, tento seguir em frente, te deixar; mas aí eu vejo você na rua, mas não é você. E então eu ouço tua voz, mas não é a sua voz. Eu sinto o seu perfume, mas não é o seu perfume. E eu torço baixinho, para que eu não esteja ficando louca. E aí eu faxino você de minha vida – jogo fora tuas meias brancas e sujas que estavam na máquina de lavar, despejo teu perfume na pia, e a tua escova de dente que se localizava ao lado da minha foi parar do outro lado da janela. E eu me sinto tão madura, tão auto-suficiente. Tão você. E aí eu me dou conta, é você novamente. E eu caio. Será que isso vai passar? A gente esquece um amor desses? Tão fugaz, tão audaz. Mas eu repito a mim mesma que eu tenho que seguir em frente. Tenho que te deixar pra lá. Sei lá, cortar o cabelo, comprar roupas novas, sair com os amigos, talvez melhore, talvez eu deixe de pensar em você o tempo todo, talvez eu não te queira mais sendo o meu melhor amigo, meu amor, talvez eu já nem sinta mais nada. Mas eu não quero seguir em diante. Eu quero ficar onde estou, mesmo sem você. Eu não quero ficar bonita para alguém que não seja você. Por Deus, que ridícula que eu estou sendo! O fato é que eu não posso enganar a mim mesma; eu quero empacar para sempre numa esperança absurda de que você volte. Droga. Eu estou tão perdida. Vai passar, vai passar, você vai ver, vai passar. Já passou. É, já passou. O meu problema é o que ficou. E eu repito, a todo instante, de que nada aconteceu, de que não foi nada, de que tuas mentiras, tua farsa, tua falsidade não significou nada. Às vezes eu acredito, e às vezes eu sinto tanta raiva de você, que tenho vontade de correr até sei lá onde e te massacrar. Fazer você sentir um terço do que eu senti, pra tu perceber que dor física nenhuma se compara a isso. Eu adoraria te encontrar e te dizer os piores desaforos, gritar palavras estúpidas e sem sentido dessas que a gente diz quando bate o dedo numa quina. Mas eu não faço nada, fico em silêncio. Desses que nós ficávamos quando você estava com ciúme do cara que eu fui a fim a vida inteira – até chegar você. Eu vivo nessas recaídas, nesses altos e baixos, nessa minha loucura de acreditar que por fim estou te esquecendo e minutos depois me dou conta de que você continua vivinho aqui dentro. O desespero acalma, a vontade de ser tua também. Às vezes parece até mais fácil, talvez porque eu esteja fadada de tudo isso. Eu deveria te deixar pra lá e seguir a diante como você está fazendo, mas eu me sinto vazia. E, antes cheia de você me massacrando, do que vazia. Talvez qualquer dia desses eu te encontre na rua, e talvez eu esteja tão no alto, que não te note. Que teus olhos não me desestabilizem. Que teu cheiro não me enlouqueça. Talvez, quem sabe, te esquecer é o próximo passo. Bonita a época em que éramos um só; mas eu tenho que admitir, amor, conto de fadas não existem. Você não é um príncipe e eu não sou a princesa. Nós não fomos feitos para ser para sempre. Germana K. (icanbeyourcocaine)
Eu nunca fui um cara perfeito, e pelo meu ponto de vista eu cometi bastante erros. E toda vez que eu perguntava: “Amor, você está bem?”, ela me respondia: “Sim amor, estou.”, mas eu não entendia o por quê ela sempre abaixava a cabeça para responder isso. Quando saíamos, ela vivia olhando pro nada, destraída e muito pensativa. E quando estava perto de mim, olhava no mais profundo dos meus olhos. Nenhuma garota sentiu por mim, o que ela sentiu. Ela me enchergava com outros olhos, ela sempre queria cuidar de mim. E eu a achava quase insuportável pelos seus ciúmes chatos, e quando ela pegava no meu pé então… E o nome disso era cuidado. O tempo foi passando, e era como se ela estivesse cada vez mais distante. E foi aí que eu comecei a me ligar nela, claro, foi aí que eu fui percebendo e isso chegava a doer em mim. As coisas começaram a mudar de um jeito tão rápido, e impossível de parar. Eu me perguntava o que tinha havido com ela, o motivo da frieza dela dos últimos meses… E eu simplesmente não conseguia enchergar. Aos poucos ela foi deixando de me procurar, me desesperei, fiquei louco, cara. Então meus dias foram dedicados a uma única coisa, fazê-la feliz. E em um dia como os outros, eu liguei o computador e ela não estava online, achei estranho porque no final da tarde ela sempre estava alí me esperando entrar. Procurei seu orkut, e simplesmente não estava mais lá. Tinha sumido, de algum modo tinha sumido. E eu tentei ligar pra ela, chamava, chamava e ela não atendia. E me deu tristeza, me deu raiva, revolta. Somente por ela ter sumido assim, por não me procurar, por não me avisar. Deixei meu orgulho falar mais alto e resolvi que não iria correr atrás dela. Todo dia eu me sentia como se tivesse morrido uma parte de mim. Eu ia todos os dias aos lugares que costumávamos ir juntos, e ela não saía da minha cabeça. O que mais doía em mim, era ver que ela não estava lá, segurando a minha mão, com aquela alegria de quem conhece um amor, susurrando no meu ouvido o quanto me ama. Eu nunca mais a vi, e perguntei pra sua amiga: “Ela está bem?”, e sua amiga respondeu: “Você a conhece, eu acho.” Eu passei a pensar em como eu deixava ela sozinha, que eu podia ter ligado mais, ter reclamado menos e ter exigido menos dela. Porque hoje, nem que fosse um pouquinho só dela aqui, me faria o cara mais feliz desse mundo. E no nosso mural em meu quarto eu escrevi: “Se me amava, por que partiu?” Tantas noites de insônia, tanta solidão. Lembro como se fosse ontem, ela em meus braços me pedindo para apertá-la com força. Minha vida virou em torno disso, e tive que me acustumar. Seguir em frente, é o que fazemos mesmo quando não temos forças. Ninguém sabe o quanto isso doía em mim. Em uma noite escura, fui à praia, onde ela mais gostava de ficar, e lembrei o quanto aquela garota importava pra mim. Quando cheguei em casa, minha mãe me olhou e abaixou a cabeça. Entrei em meu quarto e lá estava escrito no meu mural, abaixo da pergunta que eu fiz: “Eu também precisava saber que você me amava. Pensei que você lutaria por mim.” Cara, como eu pude ser tão idiota? Por que eu não fui atrás dela? Isso foi o pior. Até que um amigo me mandou um link que tinha o nome dela. Cliquei ancioso, e era o seu tumblr. Eu sempre soube que ela tinha um, mas nunca me importei em ler. E quando eu começei a ler página por página, lágrimas correram em meu rosto. Se eu ao menos tivesse prestado atenção em cada detalhe antes, eu não teria feito ela se sentir tão mal. Se ao menos eu tivesse lido como ela se sentia… Cada declaração, cada texto que ela dedicava a mim, e tudo o que ela tinha escrito alí hoje fazia algum sentido, e eu passei a entender. E nada que eu pudesse fazer, iria melhorar as coisas. E hoje eu vi, eu a perdi.