Esquecida
Constatação -
Deixei a Alma na fonte
esquecida à meia Luz
esperando o teu adeus
como um Cristo no monte
no alto daquela cruz.
Deixei a Alma enterrada
entre escolhos, desventuras,
tristes, negras palavras,
- de mortos -, negras viúvas
carpindo nas sepulturas.
Trago a vida destroçada
como um grito em noite escura,
que a Alma, doce, pressentida
trazia a vida mal-amada
num Fado de despedida.
P.S.) Meu caminho é por mim,
em mim e até mim, de mim a mim ...
Sou agora uma flor esquecida, maltratada pelo destino,
Prometeste-me o mundo, mas entregaste-me apenas o desatino.
Tua alma vagueia em outras paragens,
Enquanto a minha se afunda em tristes naufrágios.
Qual a necessidade que tens de ser sempre lembrada?? Quando é esquecida faz questão de aparecer para ser lembrada🥱A ânsia de ser lembrada revela-se o quanto sofre em saber de sua insignificância.
Toda a palavra dada, hoje em dia não é mais lei e sim promessa a ser cumprida ou esquecida, mediante sua vantagem ou conveniência.
*Saudade Esquecida*
No silêncio da noite, ela se fez presente,
Memórias de um amor que foi ardente.
Esquecido, dizem, mas no fundo do peito,
A saudade surge, sem jeito.
Seus olhos, estrelas em um céu apagado,
Sussurram segredos de um tempo passado.
Cada lembrança, um aperto no coração,
Um amor perdido, uma eterna canção.
Nos cantos da alma, guardado está,
Aquele sorriso que não volta mais.
O toque suave, o abraço seguro,
Desvanecem-se no tempo, como um sonho obscuro.
A vida seguiu, passos leves, hesitantes,
Mas no peito, a dor é constante.
O que foi amor, agora é saudade,
Uma cicatriz profunda, marcada na idade.
Chorarei cada vez que te recordar,
Pois o amor esquecido, não se pode apagar.
E a saudade queima, sem cessar,
Um fogo eterno, difícil de amar.
"" Num canto da casa, esquecida
Até ela chegar..
Saudades, por ora não
Solidão, também não
O que então?
Esquecida, pois a vida em festa nem lembra
Que a abençoada chuva
Pode e deve voltar...""
SONETO
Prosa d’alma! Compasso e essência!
A voz duma sensação não esquecida
Despertar da recordação adormecida
Versos rimados em sua boa cadência
Literário, ilusório, atroz ou clemente
Feliz na presença, triste na ausência
A emoção palpita a cada existência
Canção que recita o evento da gente
Tu fazes da saudade a rima singular
E da felicidade, agrado, um doce lar
Traduz a menúcia da vida a seduzir
Em ti, cada um pedaço, cada instante
Em um todo, encantador e sussurante
Tu soneto, poética que se faz sentir!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 de novembro, 2021 – Araguari, MG
LACUNA (soneto)
Solidão, de insistir-te, não és esquecida
A saudade anda exagerada em te trazer
Nem sequer és o pretexto do meu viver
Pois se a sorte é triste, alegre é a vida!
Nada neste exagero é de fato pra crer
Se há ganhos e perdas, vinda e partida
Ter desvario é querer chuchar a ferida
O vital é mistério, bom é se surpreender
Pois a mesma estória tantas vezes lida
Traz história enlouquecida ao escrever
Tudo passa, não é só subida e descida
Ai, pode voar o tempo, tempo morrer
Tudo tem princípio e o fim, na medida
E nesta metamorfose, vai o nosso ser...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
2017, início de janeiro
Rejeitada, dispensada, explorada, confinada, espancada, limitada, esquecida, incomodada, silenciada, escorraçada, excluída, traída, ferida, magoada, privada, negligenciada, ludibriada, roubada, usada, descartada...
Eu Estive Aqui.
O tempo passa;
A lembrança é esquecida;
As letras se apagam;
As flores murcham;
Somente o amor permanece.
Uma batalha esquecida mostra a busca da redenção espiritual por mais de mil anos e diversas encarnações.
Repentina tempestade, pode trazer consigo a saudade que estava esquecida,
mas não apagada,
Na mente, um temporal de pensamentos
é formado deixando tudo em volta nublado
A lembrança torna-se primordial
naquela ocasião excepcional
E após a nostalgia, vem a esperada bonança, preciosa calmaria.