Escritório
Termo: VOANDO BAIXO!!!
Hoje estava no escritório e minha vendedora comentou: estou voando baixo!!! Mal ela sabia o que se referia esse termo...e procurando no Google não encontrei nenhuma explicação verossímil...
O termo voando baixo foi registrado na segunda guerra Mundial quando os alemães voavam em nível abaixo dos radares para surpreender os inimigos... Daí surgiu o termo "voando baixo"
Pegar as minhas coisas, em 9.1.19, no meu antigo escritório foi dificil cuja situação foi agravada porque já tinha um novo advogado na minha antiga sala. Que este fato sirva de lição para que eu possa focar ainda mais nos meus estudos para concursos públicos.
Quero muito que eu possa colher bons frutos no futuro próximo.
O POETA DA PRAÇA DO FERREIRA
Em seu escritório instalado na Praça do Ferreira
O velho poeta ri do tempo
Tempo de delírio
Punhal que corta a carne branca
Da amada morta.
Vestido com seu paletó surrado
O velho filósofo
Com seu riso canalha
Caminha impune
Ao encontro de Dante
Ao meio-dia adormece em seus versos profanos
No final da tarde goza no céu infinito
A noite padece no inferno astral.
O velho dândi repousa no inferno de Dante
Alimenta-se do poema
Que se cala
No instante em que fala.
Absorve a tristeza
E o tempo perdido
Punhal traído
Corpo que padece
E por vezes entorpece os passos
E adormece nos bancos da praça.
''Se você nasceu pra arte, sua alma é dela.
Mesmo que você se enfie em um escritório aguardando seu vale cair na conta, mesmo que você se esconda em um cubículo atendendo um telefone idiota. Se você nasceu pra arte, ela vai te buscar. E ela vai te achar''
A raiva é uma ira intensa ou violenta. Raiva na estrada, no escritório, até num avião. O mundo parece estar à beira de perder o juízo. Mas nem só a raiva é intensa. Um fogo intenso. Uma tempestade intensa. Uma festa intensa. São coisas descontroladas. E talvez a nossa raiva venha daí. A sensação de que o nosso mundo e as nossas vidas estão descontroladas.
Quando nos sentimos indefesos, impotentes, fracos. A raiva começa a acumular e precisa de um escape. O que acontece quando deixamos que nos domine? Recuperamos o controle ao libertar a nossa fúria? Ou passamos um limite do qual não é possível recuperar?
Não preciso de títulos para embelezar as paredes do meu escritório; tudo isso são papeis voluptuários; a minha maior honraria vem do caráter inconcusso de minhas atitudes.
Que diferença faz estar de terno ou de regata para passar o dia no escritório olhando para a tela de um computador?
Meu quarto meu escritório,
Nele sou mais produtivo para as minhas ideias de empreendimentos e negócio,
Meu quarto minha consolação,
É onde encontro paz no dia da aflição,
É no meu quarto, onde tenho a maior batalha com o mal e me sinto mais pecador,
Mas também é nele, onde consigo ficar mais próximo do Criador.
Não estamos no campo das artes decorativas. Nós estamos no campo da comunicação. Nós estamos comunicando e enviando mensagens para um público alvo.
Carregava na ponta da língua uma retórica que mais parecia uma navalha. Tornou-se um rolo compressor de terno, tamanco e perfume.
A vida cinza do ambiente de trabalho se contrapõe a luz insanamente forte
E poderosa do lugar
A vida cinza do escritório ganha tons risos e gargalhadas ora azuis ora vermelhas ora amarelas.
O tom cinza da parede em tons pastéis revelam aparente normalidade de estômagos revoltosos.
Maquinalmente nos movemos para resultados maquinais contabilizamos salário, dores e sempre muita fé.
Umas risadas matinais.
Agrada-me mais pequenas conversas sobre o colorido dos peixes,
sobre as luzes da cidade,
Sobre girassóis
E sobre as serras de Minas Gerais.
As pessoas não estão mais habituadas a ficar em casa, a ter tempo para si. Só conseguem ficar longe dos respectivos escritórios quando são obrigadas a isso.
Serviço profissional na arte, de graça por escusos interesses, não poderá reclamar. O barato sai caro.
A Turma de Auxiliar
Chegando lá no SENAI
Para o curso de Auxiliar
Encontro pessoas inéditas
Das quais logo vou citar
Andreza sempre ali quietinha
Não larga o celular
O Bruno só veio uma vez
Daí começou faltar
Morais chegou atrasado
Na terça para variar
Dalton, “Basicamente isso”
Todos já ouviram falar
Dhenyse criou uma empresa
Que não se Chama House Lar
Dhilliany eu não conheço
Fabiana pode contar
A história de uns retângulos
Que ela não gosta de lembrar
Francisco “Pai do Excel”
As ferramentas sabe dominar
Gabriela Mauricio da Silva
Uma legente exemplar
Gustavo contou uma prosa
Do roubo de um celular
Jaylton menino inquieto
Não para no seu lugar
Na sala tem o patrimônio
É o Jefferson vale lembrar
A Jessica não fala alto
Mas da orla dar para escutar
O Johnny tem uma irmã na sala
A Juliane o sabiá
Cantou a música do Excel
Para todos decorar
Lídia é nossa poeta
Bilingue quer se tornar
Paulina não sai dos status
Nem mesmo para estudar
Priscila é uma blogueira
Depois segue ela lá
Rodolfo usa um crucifixo
E um lenço para assustar
Rui não sai do Game
Mas é difícil faltar
A planta do corredor
Já cansou de derrubar
Selma não tem muitas faltas
Mas está para reprovar
Taiza, fala rápido
Ou seu tempo vai esgotar
Valdeni desistiu do curso
Vinicius ainda está
Gritando “Bora Equipe”
Para sala se animar
Evandro nosso mentor
Aqui vou elogiar
Sempre muito paciente
O único que não pode faltar
Bom gente! Acaba aqui
Essa história de rimar
Um salve para essa turma
Que saudades vai deixar
Importante: Foram citados os nomes dos classificados no processo seletivo publicado pelo SENAI
Autor: SALVATTI, Morais
Poema: A Turma de Auxiliar, inspirado na Turma de Auxiliar de Escritório, Turma1, Turno Noite, de Agosto e Setembro de 2019.
Altamira, 14 de setembro de 2019
A gente "se fixa" numa espécie de seriedade egoísta; mas é preciso erguer-se para um alegre esquecimento de si mesmo. Um homem "se afunda" num escritório marrom; mas ele tenta alcançar um céu azul.
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