Escrever
...ando muito inspirada ultimamente, mas deixo de escrever, às vezes espero pra ver se passa, e não escrevo nada, tomara que essa inspiração saia logo de mim, sempre quando to inspirada é porque estou mal, ou porque simplesmente a vida não anda pra frente, e a desgraça inspira o poeta, a tristeza lança livros, canta, dança...vazia de certezas. Inspiração é sinal de que estou me desfazendo, se ando escrevendo demais, pode ter certeza de que tudo anda extremamente delicado, precisando ser colocado nos eixos, precisando de um concerto imediato, queria ajuda, de mim mesma, mas não faço nada pra sair desse meu vicio em coisas simples e paradas, estou bem perante a todos, estou mal perante a mim...
Viver é como escrever uma poesia; ela pode ser pobre e sem rima, ou então pode encantar o coração do próprio Deus!
Dias que dá vontade de escrever sem parar como numa competição de quem escreve mais, não sobre tudo, mas sobre o amor, que é o assunto mais devastador.
Viver, é escrever uma poesia onde o final não tem rima e ter a falsa impressão de que poemas são só poemas.
Quando estou sozinho os meus pensamento me deixam escrever aquilo que me deixa triste e essa tristeza me deixa escrever as vezes palavras que deixam você querendo chorar mais não é de tristeza mais simplesmente uma forma de se falar que você tá feliz de um jeito que poucos podem entender.
Sede de amor... Esta minha sede tão sagrada! Não é brincadeira, não escrevo por escrever. Mas tenho sede de amor, sinto aquela falta das coisas com essência, daqueles doces sentimentos. Este mundo me deixa tão longe daquela vida doce que deveria acontecer naturalmente, da ternura que meu coração sempre teve, daquela paz que existe na alma. Parece que temos que lutar por essas coisas agora. Temos que insistir naquilo que somos para ninguém tomar aquilo da gente. São coisas que os homens estão substituindo em suas vidas. E nessa minoria que me tornei, devo lutar pela água que mata minha sede. Minha alma precisa viver, precisa dessas coisas boas para não secar.
E como se me faltasse água, minha garganta esta seca. Só frieza e egoísmo encontramos por aí.
Esta falta de amor me mata...
Tento escrever não sei o que escrever
O vazio dentro de mim, toma conta do meu interior
Procuro palavras, mas não sei usar
Nem a menos consigo me expressar
Vou tentando por tentar
Sei que vou chegar em algum lugar
Aonde eu possa me encontrar
Sempre fui a garota do ‘felizes para sempre’. Hoje, apenas uma menina que não sabe o que escrever e muito menos quais sentimentos deveria fazer parte das esquinas de sua mente. A tristeza e meu coração já cansados de tentar achar respostas vagam sozinhos entre as avenidas e ruas sombrias e sem nomes que um dia já fizeram parte de mim.
Durante muito tempo fiquei sem escrever. Escrever é um suplício, e muitos fariam o que fiz, parariam, mas “parar” não me impede de, com o tempo, continuar. E continuei, é a única maneira de desabafar. A única verdade é que queres que eu me cale, e não te lembra que, mesmo que eu me cale, o sofrimento estará lá, e não vai desaparecer sem a vossa ajuda. E você nunca está lá… É cruel e difícil dizer isto, mas, bolas! Mais cruel é abandonar-me, não acha? Desde que vos conheço, teve sempre acesso total e assíduo em minha alma. Não sei se devo guardar essa minha escrita, ou se o devo queimar esse papel. Penso em queimar, queimar a minha dor, mas por outro lado, quero que as pessoas vejam isto, que vejam aquilo por que estou a passar. Sei que muitos não me levarão a sério, outros ainda se vão calar, pensando que ainda vão ouvir mais. Mas todos têm um único desejo: que eu me cale. Que eu me cale com esta estupidez, com esse desabafo de vida… Mas o que não percebem, é que esta estupidez são os meus sentimentos. Esta estupidez é a minha vida, e a minha vida é um inferno de caos e solidão. Como sempre, depois de escrever, vou passear sozinho, a pensar, a chorar, a ouvir música. A música tira a solidão, mas não a dor. Tal como os amigos. Quando os procuro, já sei que vou sofrer com a pouca importância que eles me dão, mas não suporto estar sozinho, e em breve também não suportarei estar convosco, pois a dor é muita. Então, pegarei a mala, e, num rompante, sairei. Não vos troquei por melhores companhias, troquei pela solidão, pois não vos faço falta e até a solidão me dá mais companhia. E, enquanto lá estive, ao pé de você, não me falara, eu saio de lá e vou ficar sozinho. Mas você não sabe nem se preocupa. Estou Cansado. Farto de ser ignorado, completamente posto a parte. Farto de ser gozado. Farto de ser o único, o único a amar, o único a tentar salvar o amor. Farto de ficar só. Farto da vida. Que eu durma em paz e me cale para sempre. Sem os hipócritas, é claro.
Método de escrever: falo de mim mesmo até quando falo dos outros. Quando fico cansado, páro. Não releio o que escrevo. Para não ter vômitos. Por não ter tempo. (...) Engulo as vírgulas como se fossem purê de batatas. A tais alturas, pouco interessa escrever bem, interessa escrever. Depois, é muito difícil saber o que é escrever bem". (Estranhos na noite, romance, 1988)