Epifania
Hoje, eu tive uma epifania e percebi o quão vital é fazer de tudo para evitar sentir. Sentir é como cravar uma faca fundo nos seus pulmões enquanto está submerso numa banheira cheia de água. Sentir é ter a certeza de que a arma está carregada, apontá-la para sua própria cabeça e apertar o gatilho. Sentir é perder o controle, mover-se em alta velocidade sem saber para onde está indo. Sentir é ter seu corpo encolhido sob uma mesa enquanto seu coração é esmagado por um rolo compressor, e mesmo assim, sentir. Eu sei que algumas destas palavras ou frases podem parecer confusas, mas é a verdade. Não se permitam sentir como eu fiz. Não mintam para vocês mesmos, sabendo que o que desejam que seja nunca se concretizará. Meu conselho é simples: pensem. Pensar é uma arte, uma dádiva, um presente de Deus. Pensar é ter controle sobre si mesmo, é saber quando e como agir, é escolher o caminho a seguir. Pensem, porque se não pensarem, serão dominados pelos sentimentos. Pensem mais e sintam menos!
Um exercício de epifania bom sem sair de casa. É só ouvir e esperar o silêncio, apreciando a quietude, assim desmascare o mundo.
A dama de argúcia inefável é a epifania perscrutante em meio ao vácuo, o epicentro de um arco voltaico celeste, a encarnação da erudição divina. Ela é a fusão sublime da exegese e a apofenia, a alquimista que transforma as trevas em claridade e transmuta a claridade em mistério. A luz solar não pode existir sem o abraço acolhedor das sombras noturnas, e a escuridão nunca estaria completa sem o raio vivificante do sol. Deixe que ela o ilumine com sua sabedoria transcendental, e você descobrirá a verdade escondida nas entrelinhas do universo. Confiando em seu amor, ela irá guiá-lo através da noite escura da alma até as estrelas radiantes do dia.
CÓRREGOS DE EPIFANIA
Sinto Frida Khalo
Passear pela pradaria dos meus pensamentos:
Na tela de mim,
Ela pinta uma mulher sem rosto
Que faz verter sangue
Das tetas cor de rubro.
E do fluido vividamente vermelho
Assoma e fulgura
Um cavalo radiosamente negro
A trotar airosamente ligeiro.
Ele é um corcel
Que viaja sob o signo
Da velocidade da luz:
O colossal e galhardo quadrúpede
Traz impresso sobre o seu rutilante lombo
A imagem de uma velhaca águia gigante voando.
Ela, a águia,
Expele vórtices de fogo
E sorve o betúmico oceano caudaloso;
Ela, a águia,
Semeia espigas de ouro,
Colhendo para si o alcoólico dínamo suntuoso
E fomentando a fome para o infausto povo;
Ela, a águia,
E as outras magnas aves de rapina
Subjugam o mundo vivaz, pleno, maravilhoso
E deixam como legado
O caos, o crepúsculo, a dantesca mansão do vácuo para todos.
Ah, mas eu só pude sentir
A supernova do nosso milenar planetário
Quando a Frida Khalo
Fez da minha viagem
Á inefável esfera dos sonhos
Seu mais belo, eloquente e audacioso quadro novo.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Consciência humana é a epifania que ocorre no instante em que descobrimos se amamos o mundo o suficiente para assumirmos a responsabilidade de lutarmos para que nele exista equidade. É o momento em que este amor coagula o sangue, dá um nó na garganta e nos certifica que somente a luta mudará a vida dos oprimidos.
Para os Serafins, a beleza é quase um assombro, uma epifania divina que transcende as expectativas. Não espere aprovação deles; busque a beleza que eleva a alma ao divino.
Discutir politica, é fazer a epifania dos neurônios de quem foi imbecilizado para ficar com suas mentalides parecendo as de um caranguejo, estando indo de ESQUERDA para DIREITA.
A Epifanía
que jamais
ninguém
na vida apaga,
É sinal que
nos impele
por quem sofre
nos sótãos,
calabouços
e com a privação
vivenciada
pela periferia.
O Império não
obterá vitória
seja por fogo
ou discórdia.
A minh'alma
poética como
um luciérnaga
insiste e busca
por notícias
dos Generais
que estão presos
injustamente
em Fuerte Tiuna.
Enquanto uns
desfilam egos
e afastando
a verdadeira paz.
Boi de Reis
De casa em casa
na Epifania do Senhor,
seguimos os toques
do Boi de Reis,
Uns também chamam
de Reis de Boi,
Porque o Boi se junta
ao Reisado
em um momento
aguardado para ser
por nós celebrado.
Há Folguedos de Reis
ainda pelo Brasil
por todo o lado num
mundo que se esqueceu
que os Reis Magos
se chamavam Gaspar,
Melchior e Baltazar
e que a primeira
língua era o Menino
aprendeu era o arameu.
Lembremos da festa
que une a gente
da nossa amada terra
onde celebramos
o roubo do Boi,
a morte do Boi
e o Boi ressuscitado,
e que deixa uma boa
recordação no coração
de quem só pôde estar
até no meio da multidão
acreditando que pela
festa não será alcançado.
O Boi de Reis distribui
empolgação com
as cores e os toques
ainda até para quem
não acha que vai ser
capaz de ficar animado
com tudo o quê durante
o ano foi com muito
amor preparado,
É algo que não pode ser
explicado e que acontece
sempre que o Boi
se une ao nosso Reisado.
Não há mais como
apagar da nossa
memória que foi durante
o jogo de saias que
o seu olhar amoroso
cruzou com o meu,
E que pude perceber
o seu olhar brilhando
mais do que Ouro,
Para você eu digo sim,
porque você provoca
o melhor em mim.
Você me segurou com
delicadeza e cortesia
que até as catirinas
que estavam ao redor
perceberam o seu cuidado,
O seu perfume misterioso
que lembra algo de Mirra
ou Incenso desconhecido
ficou em mim grudado,
Percebi que você também
está muito apaixonado,
e que o amor está selado
como o Boi unido ao Reisado.
"Que a prerrogativa de nosso algoritmo mental, não seja um impasse súbito de nossa epifania emocional, destruída por uma dissensão parva de frustrações e dúvidas, liame pela necessidade vênia de aprovações alheias, transmutadas pela dosimetria de nossa asma ignorância."
Epifania
Sem
Estética própria
Orgânica
Tão-pouco
Um nome
Indefinível
Ainda
Que perceptível
Sutilmente
Sensual
Ninfas
E
Sátiros
Sobre deuses
Do Olimpo
A frívola
Comédia
Sobre
A nobre
Tragédia
Austera
Grandeza
Palaciana
Grandiloquente
Inquietante
Estranheza
Um possível
Novo
Áureo
Modo de
Vir a ser
Uma
Noble
Simplicité
Epitáfio epifânico
Num belo dia acordei e descobri que nunca houvera antes acordado. A sensação de estar imerso numa realidade, e o efeito por ela causado em meu corpo, e mente, era algo assustadoramente novo. Descobrir que eu realmente possuía 5 sentidos, e que a verdade era algo absoluto (embora sujeita à perspectiva) foi algo tão quântico quanto artístico.
Não demorou muito até que eu me desse conta que, nessa realidade, eu existia em primeira pessoa. Eu não era apenas um diretor que controlava um ser correlato, a meu bel-prazer. Estava eu nessa realidade, onde só se pode cair uma vez de um prédio. Onde não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Onde não sou onisciente. Onde todos necessariamente têm um rosto. Nesse mundo onde a informação não depende de você. Nesse mundo - nesse mundo, e não num simulacro de mundo.
Me dei conta também que, nesse mundo, eu havia acabado de acordar e, por isso, não seria possível acordar de novo. Esse quase belo dia foi hoje. Por isso possivelmente não estou mais aqui.
APENAS.
Se eu nunca vou mudar?
Não sei...
Pode ser que eu deixe de ser aquela que gosta de maquiagens leves, cabelo preso torto, e sapatilhas...
Talvez eu deixe de chorar a cada comédia romântica que assista, substitua os pijamas e meias infantis por algo mais propício à idade, e aprenda a ir ao cinema sozinha qualquer dia desses...
Pode ser que eu abandone as corujas, perca o medo de borboletas, passe a me orientar melhor no tempo e espaço, e ligue sem problemas pra delivery’s.
Não da pra garantir que sempre serei a que se sente torta de salto alto, que prefere barzinhos à balada, Cerveja à Champanhe...
Que desconfia de elogios, de gente boazinha e daquelas que são felizes demais!
Talvez eu venha aprender a adocicar as palavras, amenizar opiniões e organizar melhor as bagunças emocionais...
Não tem como saber se sempre vou morder o canto da boca quando intimidada, ou arquear a sobrancelha quando intrigada.
Se vou continuar gostando de batata-frita com sorvete e infinitamente de pipoca...
Se vou amar Beatles pra sempre e continuar sem dormir de luz apagada após cada filme de Terror...
Não sei...
Só sei que me acostumei a ser eu... E gosto.
Só sei que quando costumo ser eu, vejo que você, eu nunca soube quem foi!