Enfim
DEIXE QUE VOCIFERE
Deixe que a voz da alma enfim vocifere
Este grande amor que no peito arqueja
Que o olhar do mundo todo então veja
Um afeto que satisfaze e que não fere
Basta de desacertos! Que apenas seja!
Sem medo, sem segredo, apego sugere
E quando eu passe, eu me empodere
Da paixão, e a cobiça morra de inveja!
Sabe: é tão forte dentro desta emoção
Que a afeição desnorteada me consome
De ti sou repleto, e poeto-te com ardor
Ouço a ti em cada canto, canta o coração
Em um pulsar que exalta só o teu nome
Como é bom poder falar do nosso amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/12/2019, 17’14” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO SEM VOLTA
Vai-se mais um talvez pra outra parada
Vai-se um, outro, enfim decaídas cenas
Que dói no peito, na solidão, e apenas
A teimosia para essa pesada derrocada
Cá na quimera, quando a dura nortada
Bafeja, os devaneios em alças plenas
Ruflam a alma em emoções pequenas
No ocaso do horizonte atiçando cilada
Também dos silêncios onde abotoam
Os suspiros, um a um, não perdoam
E choram, lágrimas pelos olhos vais
Na perfídia imatura, ilusões escoltam
Os sonhos, que sempre ao amor voltam
Mas que ao poético não voltam mais...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro de 2020, 20’20’ – Triângulo Mineiro
SENDAS ...
Enfim, posso partir, já amei
O amor agradável, e quente
No agrado divinal, fremente
E, assim, então me entreguei
Dos sentimentos, nem sei
O mais envolvente, ardente
Só sei que não fui ausente
Enrabichado sempre fiquei
Hei de carregar a recordação
Toda ela no coração vivida
Se bem ou mal, foi sensação
Assim, é o meu amor na lida
De incontida e doce emoção
Versando as sendas da vida! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/04/2021, 18’33” – Araguari, MG
ALHEAMENTO
Quase não tenho mais a falta... Enfim,
de ti, um vazio a poetar. Rara a saudade
suspiro, aperto no peito, a dor de festim
no mais brando e favorável alheamento
Se atormento, é mais um pensamento
cá na solidão, a solidão poente, no fim
a escrever sensações, e o sentimento
vai me ensecando d’alma, tão, assim!
Razão não mais tenho pra outro gesto
se o tato foi mentiroso, pouco modesto
não foi de um meu capricho este intento
E, cá no silêncio o olhar, meditabundo
e a emoção partida e levada ao vento
tudo, sustentado apenas num segundo
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de abril, 2022, 22’22” – Araguari, MG
E quando enfim nossos olhos se derem as mãos, nossas mãos se derem beijos...Se doarem, se tocarem...E línguas falarem o mesmo idioma, cantarem a mesma letra, a mesma voz ! A minha no teu ouvido á tua nos meus...E não seremos mais só sonhos, tudo será real: meu corpo rolando no teu, peles se arranhando, bocas se encontrando...Idas, voltas, vindas...E quando enfim eu cavalgar no teu colo, rasgar tua roupa...bagunçar teus cabelos...tocar, te arrancar gemidos, suspiros...te fazer transpirar de desejo, queimar de amor...Não será mais sonhos ! Não serei só, sozinha...serei, você e eu.
06/03/2018
Criar Memórias
No fim, o que levamos, enfim,
São memórias que vivem em mim.
Trabalho, esperança, um sonho a buscar,
Mas é o instante que vem nos marcar.
A vida não espera, o tempo se vai,
Se adiamos, ele não volta mais.
Então celebremos, sem hesitar,
Cada momento, sem esperar.
Pois quando a estrada chegar ao fim,
O que restará dentro de mim?
Não são conquistas, nem ouro, nem glória,
Mas sim as memórias que contam a história.
AetA
Agora posso voltar a sorrir novamente
Agora sim
Eu posso dizer que a felicidade enfim
Me encontrou
Agora eu tenho você
Sim sim
Você meu amor
O sol brilha no céu
Porque agora tenho você
Adeus solidão
Não haverá noites frias e vazias
Porque tenho você meu amor
Meu sorriso não se apagará do meu rosto
Porque posso te abraçar outra vez...
Motivos pra sorrir
E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. (...) Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.
Minha linguagem de amor com amigos: não cobrar presença, atenção, exclusividade, enfim, deixar completamente livre. Só exijo reciprocidade na linguagem.
Então essa é a geração que eu preciso postar uma foto sorrindo para provar que sou feliz. Enfim a hipocrisia.
Muitas vezes o caminho é inóspito e pensamos:
" Parece que acabou, enfim, deve ser o fim."
Sem perceber nos vemos caminhando numa estrada sem fim, sem verde, sem cor, sem brotos e seguimos, assim como a corsa caminha pelo deserto suspirando, por um pouco de água. (SALMO 139)
E achando , então que é o último suspiro, ela sente o cheiro das águas... (Jó 14.9)
E suas forças voltam e ela corre até chegar a fonte e sacia a sua sede.
Assim, a nossa vida.
Então, lembre-se de suspirar, pois sempre existe uma fonte com cheiro de águas.
Quando todas nossas guerras internas são vencidas, chega o momento de avançar. Enfim, buscar um equilíbrio, conquistar novos sonhos, pois o crescimento só depende de nós.
Felicidade, profeta!
Sempre esteve em mim
Mas sempre fui poeta
Atrás d’outro Enfim!
Que coisa mais tardia
Chegar querendo cálculo
Da minha alegria
Se vivo ali no palco.
Choro, rio, jogo-me e sou
Nem plena e nem desatenta
Nem mesmo o que restou
Nem oito ou oitenta.
Entre as análises das dores
E das lições também dos risos…
Nunca deserto, nem flores.
Entre batimentos e juízos.
Nem tristeza e nem euforia,
Ainda que muito as seja,
Sou mesmo é a carniçaria
Aberta na bandeja.
E quando eu alcançar tudo
O que me dói nos rins,
Diga a eles que inda acudo
Meus saberes, nãos e sins.
Quando tudo fizer sentido,
Quando toda resposta houver,
Diga a eles que meu eu perdido
Inda lerá o que nem se é.
Fico mesmo é nesse papel
Branco, decalcado,
Nessa arte tão cruel
De tentar
Significado.
Fico mesmo é na importância
De fugir da infelicidade
Porque mais do que ser feliz
Ser poeta
É ser verdade.
Aqui se vê, se lê, se ouve, se informa e desinforma,
Enfim, depende de cada um, como vai usar...
Na internet, se pode tudo de alguma forma,
No entanto, não temos o direito moral de errar...
Na vida, devemos plantar, adubar, cuidar,
Para enfim florescer e os bons frutos poder colher...
Não devemos procrastinar ou descuidar,
Sob o risco, de tudo se estragar e apodrecer...
Mais uma semana que se inicia,
Que tudo que foi bom, possa enfim prosseguir...
Que possamos aprender toda hora, todo dia,
Que boa ou ruim a vida tem que seguir...
UM VALE DE LAGRIMAS
Enfim a lama chegou ao mar
Levando tristezas e dor por onde passou
De Mariana das Minas Gerais
A Baixo Guandu, Colatina e Linhares no Espírito Santo
Foi tirando a vida das águas do Rio
Causando desespero e decepção
Transformando as águas em lama
Desaguando no mar e tirando um encanto natural
Da praia de Regência com azul anil
Em águas do mar e do rio em uma extensão amarelada
Das montanhas das minas até o desaguar do rio no mar
Uma mistura de água doce e salgada com barro e lagrimas
A lamentar a morte do rio que antes era fonte de vida
Uma grande mancha barrenta a mostrar a ganância e ambição dos homens que em nome do progresso e do capitalismo selvagem, agridem a natureza e destroem um grande ecossistema que levará décadas para se recompor.