Distraída
No teto você dança uma canção distraída, adormece pelas quatro pontas do quarto, faz das cortinas edredom.
Tenho medo de entrar na sua casa, ficar tonta, não saber acompanhar seus passos, girar de cima até o chão.
Te procuro então por aqui em tantos textos, rabisco diariamente umas quatrocentos imagens nossas através de palavras.
Ainda me esforço para emendar o cansado órgão com versos pesados e retalhos do que restou da sua quase despedida.
Deus mudou o norte eu não vi
Mexeu no Sul e eu não notei
Foi mudou o leste e distraida passei reto
E só agora que ele mexeu nos quatro cantos
Que consegui enxergar seu movimento em minha vida.
Deus é maravilhoso
Deixa de buscar ser feliz o tempo todo...
Vai andando distraída que a felicidade é coisa faceira
uma hora assim de repente você tropeça nela e ela te traz um daqueles presentes bonitos, pra levar pra vida toda...
ABSTRAÇÕES II
(Malheur à moi...)
As vezes me esqueço de sorrir e
distraída, atravesso a membrana
que separa o ontem do hoje
guardando no olhar
só um pouquinho da saudade!
Um pensamento apolíneo
Momentos que merecem você sair do ar. Para alguns, você parece distraída, talvez um pouco perdida. Não sabe eles que, apenas estou submergida em meu mundo. Não tenho pressa em voltar à superfície, a realidade às vezes pode ser dolorosa. Quero ficar aqui e admirar esse apolíneo céu azul. Faltou-me o ar, fui obrigada a voltar (mesmo sem vontade!). Não consigo distinguir a ausência de ar, de um sonho não conquistado - a sensação de agonia pareceu-me a mesma. Andei pelas areias da praia, cada passo eu contava. Olhei para as pegadas, e vi o quanto era bom caminhar, se perder nos pensamentos, deixar fluir a alma. E foi nesse vazio, que me achei. As nuvens se misturam, dando suas formas variadas. Parei, e me deitei na areia, voltei a olhar as nuvens e vi a minha infância passar por mim. Vi dragões, anjos e pássaros. E percebi o quanto era crescer. Porque enquanto eu era criança, agia e pensava como criança. Algo me distraiu! A água do mar tocou em meus pés, despertando-me dos sonhos de infância. Levantei-me e caminhei em direção ao sol. Quem sabe novos horizontes não me esperam.
Gosto de ver-te pensando, assim, distraída; cresce minha alegria de uma bucólica expectativa do teu regaço – braço – amaço – teu espaço em mim.
Vou pelo caminho da simplicidade.
É mais deleitoso e proveitoso.
É quando distraída
Posso escutar a melodia
dos passarinhos
e sentir Deus florescendo meus dias
de paz ,leveza e amor .
ALHEADA
Distraída, distraída....
Lá vai ela pelas calçadas
fingida sem saber de nada,
nas passadas largas da vida
pelas idas, pelas vindas
expandindo toda rima
em sua lagrima caída.
No olhar para o futuro...
Chorar por marcas passada
a cada sonho uma partida,
dardo aos ventos inseguro
aos quatro cantos do mundo
pesadelos difusos sem fundo
nas cismas de outras vidas.
Distraída, distraída...
Flechas alteradas, erradas
papas do ontem... Congeladas
freezer do hoje, uma fada
estão liquidificando a digital
o futuro entrou pelos planos
e os anos todos aos cambal.
Antonio Montes
Você sabe que esqueceu, quando distraída olhar para trás e, ver que suas pegadas de mágoa, foram completamente cobertas pelo pó da indiferença.
Distraída como sou, nem me apercebi, mas se considerar a dor e o amor, reconheço que permaneci demasiado tempo entre uma e o outro, perdida entre o não e o sim, intercalada entre o inferno e o paraíso. E, no entanto – rio de mim própria – transformou-se no livro não lido mais lindo da minha vida. Apesar de o ter conhecido pouco, sei que não me enganei, que o seu sorriso era bondoso e que, ao mesmo tempo que me matava sem barulho, também me salvava com deleite. Está bem, Deus. Eu aprendi. E perdoei. Então, deixa-o ser feliz. Deixa-o ir. Liberta-o. Lava-o. É o mais puro que posso desejar e a forma mais bonita que eu própria possuo para ficar bem e poder sentir, na sua plenitude, a paz infinita que dentro de mim começa a despontar.
Vou pelo caminho da simplicidade.
É quando distraída...
Escuto a melodia dos pássaros e Deus florescendo a minha vida!
Gosto de melodiar minha solidão
com a clave profunda do meu silêncio .
É quando distraída e num outro mundo
toco na paz e
escuto a canção do vento.
Platéia distraida
"Enquanto os ricos lêem e escrevem livros,
Os pobres vivem alienados;
Enquanto os ricos estudam e estudam, os pobres vivem alienados;
Enquanto os ricos fazem novelas, filmes, documentarios, os pobres vivem alienados;
Enquanto os ricos alcançam fama e mais dinheiro, os pobres vivem alienados...
Assim como na "política do pão e circo", hoje os pobres tem sua distração "a televisão", falta só o pão na mesa"