Distraída
Combater com meus próprios sentimentos? Distraída por devaneios que assombravam minha mente, sem resultados, me perdia em perguntas sem respostas e memórias fotográficas. Talvez a história ficasse mais fácil! Não estava dando prioridade á mim e ainda forçava um sorriso torto.
- Alô? No silêncio, um suspiro aveludado. Não sabia se desmoronava ou me edificava, mas insisti: - A alguém ai? Nada suave, uma voz rude e nada siguinificativa pra mim:
- Valentina dessa! Alguém há espera.
Ando distraída para o alheio...
Estou atenta para meu profundo âmago
Estão desassossegados com a calmaria do meu semblante...
Vez em quando eu sou mesmo intrigante.
Não estou a fim de ser barulhenta...
Um pouco de silêncio às vezes faz bem ao corpo e a mente.
Andam-me cobrando o inútil...
Mal sabem que estou focada nas linhas do livro da minha
vida...
Metade feliz, metade sofrida.
Estou caminhando...
Quando canso, paro, observo e continuo...
Vasculhando e descobrindo cada fragmento do meu mundo.
Por andar distraída
quase sem querer
te encontrei
e meu alarme não funcinou
o alarme de perigo
e agora mais uma vez
estou aqui
sozinha
chorando
perdida
errante
PENSANDO NELE O TEMPO TODO
Hoje estou distraida no trabalho,
Cometi erros extraordinários,
Alguns me perguntaram se estou distraida,
Não posso contar a eles, senao serei demitida!
Até um tombo eu levei!
Fiquei olhando p nada..
vendo alguém!
Outros me acham estranha por estar sorrindo em frente ao computador,
Eles nao sabem que estou lembrando do meu amor,
Pensando nele o tempo todo,
Precisando estar aqui, querendo estar lá..
Lá em qualquer lugar ao lado dele.
Não me contento em encontra-lo apenas em meus pensamentos
Quero dividir todos os momentos.
Estou distraida no trabalho,
Há se fosse só no trabalho
Acontece que estou pensando nele sem parar...
E sinceramente...
Não quero me concentrar!
Eu sou tão atrapalhada e distraída que afeto a vida de outras pessoas com isso. É por essas e outras que elas se afastam de mim.
DE REPENTE
De repente, a gente se dá conta que estava distraída e tropeçou.
De repente, a gente se dá conta que a própria vida se desgovernou.
De repente, a gente se dá conta que as coisas não deram certas, mas que tentou.
De repente, a gente se dá conta que o duelo foi provocador, mas acabou.
De repente, a gente se dá conta que foi vencida, mas lutou.
De repente, a gente se da conta que para não morrer de tédio é preciso se salvar.
De repente, a gente se dá conta que a música que toca não afaga mais.
De repente, a gente se dá conta que era importante e agora está demais.
De repente, a gente se dá conta que não dá para voltar atrás.
De repente, a gente se dá conta que está na hora de ir embora, que o melhor,agora, é dar o fora, porque a gente também não aguenta e nem quer ficar mais.
ANIMAL FERIDO
Sou o improvável por detrás da cortina da neblina que me sublima. Distraída morro nos versos desconexos que me alucinam e que devoram as minhas horas sem rima. Corro em disparada em direção ao infinito, carregando, no meu dorso, a minha carga e soltando talvez o meu último grito de animal ferido. A luz do sol queima a minha pele e abre os meus poros. Banho-me no sal do meu suor na tentativa de aliviar a dor de minhas feridas expostas. A minha boca está seca, a língua rachada, tenho fome, sede e febre alta. Estou exausta. Antropofágica, devoro a minha própria carne e sacio a minha sede bebendo no oásis de minhas próprias lágrimas, com furor. Como uma corredora, no deserto de minhas fragilidades, vou em frente. A brisa que sopra acaricia o meu corpo quente e o deixa dormente, abstraído de sua condição. Neste exato momento, sou toda coração e para cumprir mais essa etapa, cuja única meta é conseguir chegar ao final da estrada, libero o que sobrou de mim para vibrar no ritmo de sua pulsação.
Não é que eu seja distraída, nem desajeitada. Eu só não gosto de observar coisas que me cansam. O mundo já não é o mesmo e a minha atenção já não se volta para as mesmas coisas.
Vez ou outra
perco-me por aí ,
abstrata, distraída...
Duvidosa,
carregada de um mar negro
afundo ainda mais...
E por pouco,
muito pouco
esqueço-me de quem sou...
Suplico-te, amor,
não deixe os meus passos confusos
o caminho é árduo sem ti
.
.
.
No teto você dança uma canção distraída, adormece pelas quatro pontas do quarto, faz das cortinas edredom.
Tenho medo de entrar na sua casa, ficar tonta, não saber acompanhar seus passos, girar de cima até o chão.
Te procuro então por aqui em tantos textos, rabisco diariamente umas quatrocentos imagens nossas através de palavras.
Ainda me esforço para emendar o cansado órgão com versos pesados e retalhos do que restou da sua quase despedida.
Deus mudou o norte eu não vi
Mexeu no Sul e eu não notei
Foi mudou o leste e distraida passei reto
E só agora que ele mexeu nos quatro cantos
Que consegui enxergar seu movimento em minha vida.
Deus é maravilhoso
Deixa de buscar ser feliz o tempo todo...
Vai andando distraída que a felicidade é coisa faceira
uma hora assim de repente você tropeça nela e ela te traz um daqueles presentes bonitos, pra levar pra vida toda...
ABSTRAÇÕES II
(Malheur à moi...)
As vezes me esqueço de sorrir e
distraída, atravesso a membrana
que separa o ontem do hoje
guardando no olhar
só um pouquinho da saudade!
Um pensamento apolíneo
Momentos que merecem você sair do ar. Para alguns, você parece distraída, talvez um pouco perdida. Não sabe eles que, apenas estou submergida em meu mundo. Não tenho pressa em voltar à superfície, a realidade às vezes pode ser dolorosa. Quero ficar aqui e admirar esse apolíneo céu azul. Faltou-me o ar, fui obrigada a voltar (mesmo sem vontade!). Não consigo distinguir a ausência de ar, de um sonho não conquistado - a sensação de agonia pareceu-me a mesma. Andei pelas areias da praia, cada passo eu contava. Olhei para as pegadas, e vi o quanto era bom caminhar, se perder nos pensamentos, deixar fluir a alma. E foi nesse vazio, que me achei. As nuvens se misturam, dando suas formas variadas. Parei, e me deitei na areia, voltei a olhar as nuvens e vi a minha infância passar por mim. Vi dragões, anjos e pássaros. E percebi o quanto era crescer. Porque enquanto eu era criança, agia e pensava como criança. Algo me distraiu! A água do mar tocou em meus pés, despertando-me dos sonhos de infância. Levantei-me e caminhei em direção ao sol. Quem sabe novos horizontes não me esperam.
Gosto de ver-te pensando, assim, distraída; cresce minha alegria de uma bucólica expectativa do teu regaço – braço – amaço – teu espaço em mim.
Vou pelo caminho da simplicidade.
É mais deleitoso e proveitoso.
É quando distraída
Posso escutar a melodia
dos passarinhos
e sentir Deus florescendo meus dias
de paz ,leveza e amor .
ALHEADA
Distraída, distraída....
Lá vai ela pelas calçadas
fingida sem saber de nada,
nas passadas largas da vida
pelas idas, pelas vindas
expandindo toda rima
em sua lagrima caída.
No olhar para o futuro...
Chorar por marcas passada
a cada sonho uma partida,
dardo aos ventos inseguro
aos quatro cantos do mundo
pesadelos difusos sem fundo
nas cismas de outras vidas.
Distraída, distraída...
Flechas alteradas, erradas
papas do ontem... Congeladas
freezer do hoje, uma fada
estão liquidificando a digital
o futuro entrou pelos planos
e os anos todos aos cambal.
Antonio Montes
Você sabe que esqueceu, quando distraída olhar para trás e, ver que suas pegadas de mágoa, foram completamente cobertas pelo pó da indiferença.
Distraída como sou, nem me apercebi, mas se considerar a dor e o amor, reconheço que permaneci demasiado tempo entre uma e o outro, perdida entre o não e o sim, intercalada entre o inferno e o paraíso. E, no entanto – rio de mim própria – transformou-se no livro não lido mais lindo da minha vida. Apesar de o ter conhecido pouco, sei que não me enganei, que o seu sorriso era bondoso e que, ao mesmo tempo que me matava sem barulho, também me salvava com deleite. Está bem, Deus. Eu aprendi. E perdoei. Então, deixa-o ser feliz. Deixa-o ir. Liberta-o. Lava-o. É o mais puro que posso desejar e a forma mais bonita que eu própria possuo para ficar bem e poder sentir, na sua plenitude, a paz infinita que dentro de mim começa a despontar.