Destaque
A arte tem enorme importância na mediação entre os seres humanos e o mundo, apontando um papel de destaque para a arte/educação: ser a mediação entre a arte e o público.
Enquanto o meu rosto estiver na primeira página, não me importo com o que falam de mim na página dezessete.
É o tempo dos desequilibrados, aqueles que ensinam o que não fazem, querem receber o que não dão, classificam e não querem ser classificados, julgam e não querem ser julgados, maltratam e ignoram um ou outro ser, porém, querendo ser o centro das atenções. É a hipocrisia em ênfase, em destaque e sendo exaltada através das próprias atitudes daqueles que dizem não ser.
O talento é uma força de trabalho que se sobressai, qual é atribuído valor diferenciado, justamente por ser destaque.
A lama
Mar de lama que trouxe a destruição e nos arrebatou a todos fortemente
A barragem que implodiu a paz e inaugurou um novo tempo
Reapresentando a dor e todos os antigos lamentos “já esquecidos”
Insidiosa indústria de extração mineral
Algures estrada caminho onde se equilibra o bem e o mal
N’algum sítio de minério onde operam maquinário bruto antes nunca visto
Assolando o solo fazendo-o tremer em explosões múltiplas e desgaste desmedido.
Brumadinho... Paraíso encravando logo ali, ladeado a Mario Campos.
Minas Gerais... Das inúmeras minas que lhe facultaram o nome e que agora lhe envergonham e causam a todos largo espanto.
Paraopeba, Rio Doce, São Francisco, Córrego do Feijão... Ambos agonizam.
Romperam com a nossa paciência, reinaugurando a nossa indignação
Óbitos múltiplos
Xisto pedra em verdes folhas, dólares
Indústria torpe em vil revide
Minas matam e matam por dinheiro
As vítimas nem se dão conta que a conta mais cara será paga por eles.
Assoreamento dos córregos, canais e cursos d’água
Depósito de sedimentos e esterilização da vida local
Memórias de uma vida inteira enterradas na lama
Morte no leito do rio transmitida ao vivo pela televisão
Perplexidade estampada no rosto incrédulo dos sujeitos perdidos
Dispersos em seus sentidos
e assolados pelo banzo coletivo que aflige a multidão.
É estranho ser finalmente invisível. Uma das razões pelas quais escolheram vermelho é o oposto. Somos fáceis de pegar pois somos fáceis de ver. Como sangue na neve.
Uma pessoa menos afortunada que você merece o melhor que você pode oferecer. Pelo dever, pela honra e pelo serviço. Você entende essas palavras? Você deve trabalhar direito e desempenhar seu trabalho bem só porque você pode, sem buscar destaque ou recompensa.
Nada como ouvir que o que fazemos é ruim, pois se formos espertos, acabamos utilizando toda essa maldade como meio para se aprimorar, se destacar e não ser apenas mais um.
Para vivermos momentos extraordinários não é necessário começar com algo utópico basta apenas um simples gesto diferenciado para nos destacarmos diante de um mundo tão comum.