Desespero
Apenas uma alma cheia de desespero pode alcançar a serenidade e, para estar em desespero, você deve ter amado muito e ainda amar o mundo.
No abismo do desespero, a alma se perde,
O temor nos consome, a solidão nos fere.
Mas na escuridão, um fio de luz pode surgir,
A esperança que nos faz novamente sorrir.
No torvelinho do medo, nos sentimos frágeis,
A solidão nos assombra, somos vulneráveis.
Mas é preciso lembrar que não estamos sozinhos,
O amor e a conexão são nossos melhores caminhos.
No desespero que nos sufoca, busquemos coragem,
No temor que nos paralisa, a esperança é a miragem.
A solidão, apenas uma ilusão a ser enfrentada,
Pois somos seres interligados, numa teia entrelaçada.
Encontremos força na união, na presença do outro,
Superemos o medo, o desespero, o sufoco.
A solidão é uma batalha a ser vencida,
Com amor e apoio, a alma encontra guarida.
Não entre em desespero para se enquadrar nos padrões de beleza que outros determinaram como ideais. Acaso alguém lhe consultou para saber quais padrões lhe fazem sentir-se bem?
Montanhas caem e mares se dividem
e coisas impossíveis podem parecer
mas onde há desespero há e fé
e onde há tristeza a consolação está próxima.
Cada respiração é uma chance de renascer,
mas para renascer é preciso morrer antes de morrer.
Hoje, quando sinto dor, tristeza ou solidão, já não me desespero mais. Aprendi a esperar, a dar tempo ao tempo, a conversar com minhas dores e fornecer a elas o devido cuidado. Respeito meu sofrimento, encaro-o de frente, escuto o que ele tem a me dizer e levo comigo somente as lições que ele me traz.
Venha comigo, chore comigo, se entregue para a dor, sinta o desespero, se afogue no rancor, não tente fugir, só aceite que se perdeu.
Eu reconheço o teu agir na minha vida pai, e por mas que o desespero tente me cercar e me fazer perder o foco a tua misericórdia e tão grande que o senhor manda a tua provisão, trazendo paz em meio a tanta confusão.
Quando o desespero dos pensamentos nos visita, não brigue com essa nuvem carregada de sentimentos: entenda-a como processo natural de aprendizado e cura.
Em certas situações das nossas vidas somos levados ao desespero e buscamos achar saídas e soluções. Nos preocupamos em fazer o melhor e salvar tudo o que está em nossas mãos; após ajudar outros na travessia de lugares dificultosos e vê-los em segurança.
É aonde nossa visão se abre no exato momento, que ficamos para atrás e a sós.
De repente, Deus aparece e se revela a você de uma forma tão real e palpável, que você passa a lutar com Ele pelo que você realmente sempre sonhou. E quando Ele te toca e lhe concede sua petição, não muda somente a seu nome e sua vida, e sim, também toda a sua história doravante.
Ricardo Baeta.
Viver em Recuperação nos dá a capacidade de transformar nosso desespero em paixão de viver plenamente e crescer espiritualmente.
PRIMEIRA EPÍSTOLA: APOTEOSE AO DESESPERO LÚCIDO
No estandarte da noite bizarra,
corto os pulsos de minha quimera,
com a mesma lâmina que tiro os pelos do meu rosto.
O dia despertou de meus sonhos, somente para bater em minha cara.
Senti a volúpia do seu desespero,
enquanto me perfurava com seus olhos de flechas, tendo fogo em suas pontas,
me fizeste queimar minha última carta de amor,
meu último poema
e meu último repulso.
Remotas gritarias em meu interior,
são silêncios para quem tem esperança,
um surdo compreende melhor o que digo,
do que um versado.
Tenho andando por um deserto, tendo que beber o veneno de minha saliva,
para matar a sede por vingança.
O único direito que possuo, é o de segurar as lágrimas,
para não fertilizar o solo com minha tragédia.
Faca enferrujada gravada em minha garganta,
golpeando lentamente minha respiração,
solto em segundos, a sensação de um animal sendo sacrificado.
O desespero é axiomático até se olhar no espelho,
não há dúvida maior que ele,
quem escuta o grito do meu reflexo do outro do espelho?
Qual dos meus cantos irá quebrar o espelho?
Que vida levo em frente ao espelho?
Maldito vidro quebrado em meus olhos, a dúvida é o axioma absoluto.
Prisão perpétua significa poeta,
no dicionário de dores.
Fui crucificado em uma cruz de papel,
tendo as mãos e os pés presos e perfurados por canetas,
furos que me mostram o outro lado do sofrimento.
Através dos vazios que preenchem minha carcaça,
constato o infortúnio de está vivo.
Arrasto os meus sentimentos, sobre uma tábua com pregos,
está que sustenta o arcabouço do meu caos.
Estou a cada poema, com a língua mais áspera,
o gosto amargo está cada vez mais intenso
e a agonia roubando minha visão.
A noite me deixou viúvo, suicidou-se em meus pesadelos,
deixando-me sem ilusões de adormecer.
A guerra não cessa no meu sono,
há um novo ápice a cada piscada de olhos.
O dia continua bofetando minha cara,
ela já está tão deformada,
que nem minha mágoa me reconhece!
Destino inexorável, impiedoso,
imperfeito.
Nem aspirina supre meus problemas,
pelo contrário, ela os desperta
como feras esfomeadas,
se alimentando de meu descanso.
Eu ainda te amo
Te amo em segredo
Eu ainda te amo
E esse é meu medo
O meu desespero me consome por dentro
Eu vejo sua foto
E lembro do seu cheiro
Eu vejo nossa foto
E lembro dos nossos momentos
Eu sinto sua falta
Mas sinto em segredo
Ninguém sabe
Quando deito em outras camas
Era na sua que eu queria estar
Mas eu te respeito
E mesmo em segredo
Continuo a te amar
Se não fosse a fé que eu tenho em Deus, meu desespero já teria destruído toda a minha teoria de vida.