Delírio
Carnaval em Veneza.
Infinito desse mundo,
As máscaras nunca caem,
Os foliões vão ao delírio,
Pierrôs, colombinas e arlequins,
Numa dança sem fim,
Onde os corações enrijecidos,
São bandidos,
Dedicados ao prazer obscuro,
Se escondem,
Ficam em cima do muro,
Endurecem,
A si,
Aos outros,
Enaltecem,
Romantizando os jogos de perdição,
Torturadores da razão,
De rostos cobertos,
São valores invertidos,
Não consigo,
Nesse mundo invertido,
Submetido a enganação,
Sou eu a dizer que não,
Prefiro a dor da verdade,
O viver sem maldade,
Cheio de intensidade,
Ainda que outros digam,
Que essa é minha fraqueza,
Minha força está ainda que seja na tristeza,
No derrubar de lágrimas,
No surto,
No grito,
No verso.
Prefiro a dor da paixão,
Do amor não correspondido,
Do que a frieza daquilo que é contido.
Embriagado de pensamentos imersos num mar cheio de desgosto, angústia, tristeza, alegria, delírio, amor, confusão e dor. Sigo tranquilo, de fato aprendi a lidar, às vezes eu me recaído sobre mim, me julgo, condeno e culpo, mas aprendi que isso é normal. Por que preciso ser perfeito? a resposta é simples, não preciso.
Quero uma resposta de sim ou não?
Se for um bom menino prometo te levar ao delírio.
Desejo ferver um dia inteiro com você!
Vou te dar o meu amor horizontal...
Tive um prazeroso delírio
num momento de desânimo arrebatador,
um vislumbre do paraíso,
de beleza e esplendor,
avistei a Vênus de Milo
de lá, acenando
com todo o seu amor
causando-me um forte suspiro
que logo recobrou-me o vigor.
"" Tuas curvas, doce delírio
geografia do desejo
em tua cachoeira mergulhar
tuas águas brindam, jorram
sem pudor
com beijos minha sede saciar
percorrer cada monte, cada sensação
em busca do momento único
ao amor uma entrega
em teu corpo dar fim a solidão
na perfeição do teu paraíso
sem pensar em nada,tenho certeza
você é tudo que mais quero e preciso...
Sonhar é ter uma expectativa que se queira atingir, delírio é a incapacidade de construir um caminho viável para se chegar ao objetivo.
Sorriso triste, amargo momento...
Delírio algoz frio desdenho esta vida...
Valores perdidos pela paixão desvairada.
Em desejos mortos pelas decepções do amor...
Vagante pelas noites escuras desta alma...
Destinada a cobiçar a solidão para sempre.
DELÍRIO OU PROFECIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando a sociedade recentemente revelada se assumir dividida entre caças e caçadores - porque o poder há de precisar de seus androides fiéis para entregar cabeças pensantes e desobedientes -, quero de antemão estar entre as caças.
Ainda que o poder me fosse grandemente favorável, minha consciência não suportaria que eu fosse um caçador. Com todos os terrores de ser ferido, amordaçado, entregue ao sacrifício, acho bem mais triste caçar, e assim sendo, ter que olhar nos olhos inevitáveis das presas, antes de consumar a maldade legalizada pela tirania oficial.
A ser verdugo e vítima dos meus semelhantes, entre os quais alguns afetos, inclusive consanguíneos, prefiro mil vezes ser vítima.
DELÍRIO TERMINAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Estou a ver
meu verbo haver.
Ponho a venda
e fico à venda.
Talvez dormente,
porque a dor mente.
Trago o fumo;
fumo que levo.
Não me peça
que pregue peça.
Então por ora
não é hora.
E a cerca diz
acerca disto.
A corda nunca
acorda em tempo.
Profundo é sempre
lá pro fundo.
Vá em cana;
cana de açúcar.
Corrente prende;
corrente leva.
Faz o bem
e faz bem feito.
Com raiva, mato;
o mato acalma.
Leio um livro,
me livro e voo.
Acento agudo,
macio assento.
Agora cedo
enquanto é cedo.
Deixo a cena,
que a mão acena.
Já não luto;
chega de luto.
Fiquei partido
por ter partido.
Tristeza à vista
e vista a prazo.
Dei adeus
pra ver se há Deus.
Se o sonho é sonhado
Por alguém, unicamente
É apenas ilusão
Um delírio, tão somente
Mas, se é compartilhado
Se a dois é desejado
Ele torna-se presente
Passa
o tempo por nós passa
passa o ser sem tempo
num delírio e arruaça
o fado sem passatempo
o futuro
longe ou perto
fácil ou duro
sempre incerto
e tudo passa
mágoas passam
a perda a caça
pessoas passam
é ventura é pura graça
a existência é oblação
a vida passa...
Luciano Spagnol
VERSOS TATUADOS
Corpo do soneto, em versos tatuados
A poesia em delírio, e a mão a poetar
Impulso que pulsa, sonhos sonhados
E vida, em cada estrofe o vário estar:
Do beijo, do laço, desejos desejados
A fé ao nosso lado ajoelhada no altar
Ah! e o amor nos corações acordados
Em perfumes que nos fazem embalar
A inspiração: - messe e dádiva, tributo
Pra alma, semeando e colhendo fruto
Hóstia da ideia em purgação. Pensar!
E assim, saudades: - dolorosa rama
Que pelos versos, chora e derrama:
Quimeras e sorte, na pele a versejar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, novembro
Cerrado goiano
Dentre elas,
mas bela desse jardim
Desse jardim!
É meu delírio da paz, tão linda quanto um lírio da paz.
Teus olhos feitos girassóis,
São lindos como os girassóis.
O vermelho sangue das rosas,
São encoberto pela jaspe da tua pele.
E a camélia do teu sorriso,
é o que irradia os dias nublados."
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