Dança
As estrelas dançam na melodia Longínqua feita da terra
AS estrelas brilham e cantão...
Pequenas e distantes, quase sem fé
Sem esperança, sem motivos, permanecem a brilhar
Dando o seu melhor...
As estrelas dançam na melodia longínqua, triste e tremula
Feita daqui da terra; eu as vejo brilhar, eu as vejo retorce a canção triste
Tornando uma canção de amor, tornando a voz mais bela
As estrelas não param de brilhar!
AS estrelas sempre vão cantar!
AS estrelas sempre vão dançar sem fim!
[Talvez nem existam mais. E o que está esperando?
- O que é isto Senhor?! -
Há um misto de silêncio e de saudade
que dança no peito de todos nós,
tão profundo, sem tempo nem idade,
que muitas vezes nos põe connosco a sós!
Tão quente como o Sol de cada amanhecer
tão frio como a água que cai do Céu
tão escuro como o negro de cada anoitecer
tão forte como Aquele que um dia padeceu!
O que é isto Senhor que sentimos a horas mortas
que nos corroi e esventra o coração?! ...
Tanta gente que passa p'las nossas portas
e nós, tão sós, à mesa com a solidão!
O que é isto Senhor que não nos deixa descansar
e nos arremata a Alma como num leilão?!
Será , talvez, condição ao incarnar
ter que aprender a pacificar o coração ...
meu espirito dança no seu sentimento,
sempre sem limites vou te amar...
sob a pele segredos eternos
os lábios queimam em confidências,
seu amor atravessa as orbitas dos céus,
a vida ganha o desejo da vontade
de estar com você para sempre...
meu olha se limita no horizonte,
até madrugada cair sinto teu amor...
sobre cada gota de chuva o lamento,
que se estende sobre leito do amar
sempre se ama com até a paixão terminar,
pois dia tem outras fases até anoitecer...
É se jogar no rio parado, e sacudi-lo
É fazer todas pessoas que dançam na festa parar
Tocar no peito e sentir a contração do coração
Fazendo a pressão arterial sistólica aumentar
QUANDO DUAS BOCAS SE ENCONTRAM
São duas almas se comunicando sem sair palavras
São esperanças sendo ativas inconscientemente
É o querer ficar, e esquecer o ir embora
Dizer ao mundo: Pare que daqui eu não quero sair
QUANDO DUAS BOCAS SE ENCONTRAM
Imaginamos logo o fogo se ascendendo
O colchão chamando para delírios
A roupa gritando que precisa ser tirada
Fios de cabelo se alertando fazendo o arrepio aparecer
QUANDO DUAS BOCAS SE ENCONTRAM
Imaginando a nossa dança, Íntima flutuação, Estou completamente entregue ao destino capaz de faíscar a pele, E incendiar o coração...
A DANÇA
Agora já tarda
O ponteiro não para
Sem intervalos nem pausa
entro na dança
Erro passos
Cometo delitos
E muito sem querer
Encontro o teu retrato
Não culpo a moldura
Então mudo o cenário
me acostumo com o ritmo
Se burlei o esquecer
Ele apenas retorna
No infringir do entardecer
Vem cantar, que a vida não vai melhorar
Só um pouco de café
Vem dançar, que aqui não anda fácil assim
Te escrevi uma canção sem fim
Você sabe, eu viveria uma vida inteira sentindo o cheiro do teu pescoço, e dançaríamos no mesmo compasso como se o mundo todo fosse nossa própria melodia. Te abraçaria como se você fosse a única salvação para todo o pecado que eu sou. Você sabe, por você eu iria, por você eu voltaria. por você eu aguentaria todo o universo desabando o seu peso em meus ombros. Por você eu seria Dante e atravessaria o Inferno e o Purgatório só para te fazer meu Paraíso. Você é minha definição de céu particular.
Andanças
Pelo caminho a vida vai traçando passos. Os pés vão aprendendo a dançar na poeira do tempo. Tempo de sóis e ventania.
Mudanças nas andanças são rotineiras, certeiras e ferozes. Guarda teus pés da lama e procura os lírios que nela nascem. Vivencia as pegadas que estão à frente, mas finca teus pés no teu próprio traçado. Vale a pena, pequena, cuidar de ti. Lavar os pés em água de chuva, às vezes é necessário, muitas vezes imprescindível. Reconhece tua dança, teu canto, tua morada. Redescobre o caminho quando se perder. São eles, os teus pés, que lhe trarão de volta, e, também, a farão prosseguir. Lava tua alma na canção do rio. O rio que corta a tua estrada vai dar no mar do coração. E aí, escuta, criança, no barulho dos teus passos, os segredos da viagem, e transforma em laços todos os nós do caminho. E que teus pés te levem, te tragam, te conduzam, desenhem e contem sua história: história de mulher com detalhes de menina.
debilidade
inflexível é o tempo, dança
que passa, Maria fumaça
deixando na lembrança
marcando a carcaça...
- tudo fica mais frágil
o ágil perde a esperança
as engrenagens pagam pedágio
e o pouco no mínimo, danos
neste naufrágio, um só adágio:
capengamos! que siga os anos!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
24/10/2019, quinta feira
Cerrado goiano
TERRA DO CERRADO (soneto)
O diverso agita o cerrado em dança
Em ventos místicos em um gorjeio
A primavera lhe dá variegado seio
Na secura és de bravio possança
Do teu chão feraz nenhum receio
Velho planalto generosa usança
Vastidão, em arbustos em trança
O encantamento daqui me veio
Qual a tulha de preciosa faiança
Terra mestiça de vário devaneio
Ó sertão, do édem semelhança
E entre ovação, aplausos carreio
Tua luz, céu, horizonte, bonança
Na fascinação és de amor cheio
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
"A terra seca anseia pela chuva
Chamando a garota para a dança das gotas
Haja felicidade, comtemple o vôo das águas
Una-se ao magnífico homem! e
Venha apenas apreciar a garota dançando
Assim como a água
Evoque sua criança,
Alivie o que ela pensa a respeito do seu ser.
Gruniu o céu com luz empoderando a beleza
Aprisionada de uma mulher, quebrou-se a
Restrição que abita teu corpo?
Ouve as gotas
Tocando o rosto dela? Olhe o seu sorriso, vai
Abraçar-la, se sentires que o cheiro da chuva salta daquele corpo parabéns, tu amas de verdade."