Crônicas do Cotidiano
Espero que o nosso cotidiano seja transformado pela boa vontade, um dia de muita positividade, livramento e felicidade!
Que tenhamos paciência, tolerância e não sejamos ingratos, mas que possamos colher tudo aquilo que plantamos com muita veracidade;
Desejo sem demagogia que as minhas palavras desperte a sua alegria, que transforme os seus momentos com o meu cumprimento de... BOM DIA!
É através do cotidiano que vamos descobrindo como o ser humano esta carente dele mesmo.
De conhecimento e acolhimento pessoal , de silêncio.
Não pode haver vida quem não se conhece , se compreende , se afasta dos conhecimentos básicos e necessários a própria sobrevivência .
A academia de hoje deveria ser intima.
Simone Vercosa .
Ainda que inconscientemente vamos nos adaptando ao excesso de modernidade, ao cotidiano áspero , dinâmico , que estimula a competição e o distanciamento das pessoas. A solidariedade limitada ao espaço dos papéis , a dinâmica que desagrega o ser humano, a competição que estimula o desafeto, a era da luta pela sobrevivência que oculta um cotidiano mórbido, frívolo, de morte em vida. E a esse acelerado processo de auto mutilação,
das tentativas vãs de acompanhar os passos incessantes desse dinamismo monstruoso da era atual. Que nos perdemos dos genuínos propósitos de compaixão, fraternidade e altruísmo,
respirando, com nossas veias pulsando e contudo ainda assim em " plena vida '' sucumbindo à morte e ainda que muito próximos de nossos semelhantes (em termos de espaço), pelas rígidas leis do egoísmo, das excentricidades do dinamismo desses tempos modernos , cada vez e ao que parece irremediavelmente mais distantes.
E.T.D
Nosso enlouquecedor cotidiano desliza sobre os ponteiros de um grande relógio de parede que esqueceu a relação do tempo e nos imputou horas por minutos e minutos por segundos. Já não nos cabe mais entender o tempo, já não nos cabe mais o tempo, já não entendemos o que cabe no tempo. O tempo realmente existe ou é apenas uma unidade de medida organizacional onde definimos horário de encontro, jornada de trabalho, hora do remédio, estações, meses e anos.
Cada dia que passa é um dia a mais ou um dia a menos, deveríamos mesmo comemorar um réveillon, uma virada de ano representa o que para um enfermo terminal, um digito a mais na lápide ou um tempo a mais de dor, mantenha-se informado sobre o tempo para não o perdê-lo mas desfrute da sua vida cada instante sem se preocupar com o tique-taque, ame, abrace, perdoe, cante, dance, sorria, não perca pro tempo perdendo tempo pois talvez quem passa somos nós e quem fica é o tempo mas não será mais o nosso tempo.
Quiçá lá!
Vou indo,
vou andando,
pelo sudeste soberano,
e esse é o meu cotidiano.
Ando em meus pensamentos,
a todos os momentos,
ando pensando no amor e na vida,
essa que é sofrida.
Penso em sua companhia,
às vezes fria,
que é boa!
e me deixa de ficar à toa.
São Paulo, Europa, América,
são lugares tão histéricos,
que desejo andar,
só não me leve ao Catar para catar.
Viver a vida feito um louco,
depois de gritar e ficar rouco,
Oh céus,
não me deixe ao léu.
Tudo vira memória,
com algumas tão irrisórias,
deixe-me ir,
só não me deixe ruir
Ir de lá para cá sempre,
e isso nunca não surpreende.
I wanna build a building,
and do it singing.
Everey day,
"I love this!" I will say.
As selvas de pedras em Sampa,
estão no meu mapa,
as praias cariocas,
todos notam e estão nas minhas notas.
Vou andar pelo planeta,
como um iludido poeta,
que acredita no acreditar,
um poeta que acredita no verdadeiro amor, mas não no azar...
Eu vou sim!
Sempre pensando em mim,
dias e horas serão contados em muitos lugares,
e às vezes acima dos mares.
Um dia esse "andar" se encerrará,
e minha vida se acabará,
ficarei em paz,
porque andar fui capaz.
Ansiedade... Atravessamos por esse afeto em diversos momentos do nosso cotidiano, inclusive naqueles que envolvem decisões importantes e sentimentos.
É normal sentir medo diante de situações que não estamos habituados, ou quando sinaliza perigo para a nossa vida de modo geral, isso é inevitável.
Entretanto, existem ferramentas que favorecem o autoconhecimento e o controle desses gatilhos emocionais... Psicoterapia!
Solução convivacional, ou mero luxo cotidiano?
Estando prestes a iniciar nossa compulsória passagem, partida derradeira, recolhimento à vida eterna, insólito retorno ao pó, ou mera inexorabilidade da morte... Quero acreditar, nisso preciso acreditar! que isso venha a ocorrer comigo segundo a velha e calejada expressão “desta para a melhor” ...
...Ocorre que ainda há pouco eu e minha amedrontadora e quase sempre obedecida cara-metade, a babezinha, concordantemente (será isso mesmo?...) decidimos passar a habitar em separado debaixo do mesmo teto. E então, alegres ou tristemente, cada qual tentará sobreviver da melhor forma possível, relaxados ou perigosamente mergulhados em seus próprios cheiros, fedores, ruídos próprios da idade, sonhos, decepções, pensamentos e dúvidas, muitas e muitas dúvidas a respeito de quase tudo e com mínima comunicação ou impertinência...
Será que isso possivelmente venha a caracterizar alguma adrede e necessária preparação espiritual para a decantada “vida melhor”, isso que ninguém pode afirmar categoricamente realmente vir a acontecer, fundamentados em inexistentes experiências próprias?!... Tomara isso assim fosse, principalmente no caso de certos casais sentimentalmente calejados após algumas dezenas de anos de afetiva, palpitante (ou imprecativa...) convivência inicialmente passional e amorosa, depois só conjugal mesmo, e beeeeem depois ainda, mera ou felizmente familiar.
Mas será que esse sou eu mesmo?!...
Armeniz Müller.
“O Direito desempenha um papel importante na vida social e, assim, deve incorporar o cotidiano – o tempo – como referência em seus estudos. O jurista, mesmo quando trabalha com uma teoria, deve ser parte da solução, isto é, deve aceitar seu papel fundamental na engrenagem das agendas diárias.”
(Gladston Mamede, Eduarda Cotta Mamede. "Estruturação Jurídica de Empresas". Editora Atlas, 2024)
DESAPEGO
Uma faxina na mente,
Na casa, no coração, no cotidiano.
Antes da virada do ano.
Rasgar papéis velhos.
Como diz uma amiga:
-Papéis dão filhotes,
E dão mesmo!
Me assusta os acumuladores
Guardei coisas totalmente inutilizáveis, há anos.
Não os relacionamentos,
Pessoas não são utilizáveis.
Mas posso afirmar que algumas relações
Perderam, há muito, o prazo de validade.
Eu insistia em guardá-las no coração!
Acumular sentimentos,
Das histórias de prazos vencidos.
Só os bons!
É difícil administrar as relações atuais,
Sobraria espaço para guardar papéis velhos,
Vidros vazios, embalagens amassadas,
Dos relacionamentos que não existem mais?
Por vezes sou impotente para finalizar as coisas,
Quando isso acontece, entrego nas mãos da
Energia Pura que move o universo
Ele mesmo faz faxina, de vez em quando,
Eu também devo ser responsável pela minha limpeza.
Começo por onde posso.
Ontem joguei fora duas caixas enormes, cheias de papel velho.
Joguei fora, não. Entreguei para o porteiro do prédio ao lado,
Que junta material reciclável para completar a renda familiar.
Me tornei amiga da família, só porque junto material reciclável para eles.
Basta o firme propósito de esvaziar a casa, a gaveta, a bolsa,
De coisas sem utilização,
Milagrosamente, parece que a mente, a vida, o coração,
Vão ficando mais leves, mais palpáveis, acessíveis.
Aquela roupa no fundo do armário, que jazia escondida pelas outras
Que você repete a cada dia,
Me lembrou das relações que deixamos esquecidas,
Ocupando o tempo com as desbotadas, desgastadas, desenxabidas.
O que falar dos sentimentos?
Passamos o dia com a mente entulhada de tantas coisas.
Acessar nós mesmos, é tarefa quase impossível.
E a gente ainda reclama de não estar apaixonado.
Se não temos tempo de olhar para nós próprios,
Como conseguiríamos enxergar o outro,
Que também está ocupado com o lixo transbordante das suas mentes,
E por isso mesmo, não enxerga a gente?
Temos dado mais importância à quantidade
Que à qualidade dos relacionamentos verdadeiros.
Com a casa limpa,
Certamente atrairei seres preocupados com a essência.
Estarei no lucro,
No mínimo, a vida se tornará mais prática e mais leve!
A distância
A distância inóspita do cotidiano, é bela,
Traz consigo mil exemplos, da mente pra fala.
É uma estrada, cheia de lições do agora,
Faz a alma, por vezes, sair mundo a fora.
Muda elementos da sua ótica, talvez uma incógnita,
Se torna um labirinto, que mesmo reto, se transforma.
A banalidade muda os meios, afeta teus anseios,
Diferenças vívidas, compreensão do desigual,
Aceitei o que por lógica, não podia ser real.
A memória se preenche dessas idas e vindas,
É um conto vazio, com a película ilusória.
Se por vezes questionamos o tempo, que a pressa suma,
Se crescemos questionando as causas, que não nos consumam.
**Viver Melhor: Uma Jornada de Reflexão**
Em meio às complexidades do cotidiano, muitas vezes nos vemos imersos em uma busca incessante por uma vida melhor. No entanto, talvez a chave para alcançar essa tão almejada qualidade de vida não esteja apenas em conquistas materiais ou realizações externas, mas sim em uma profunda jornada de autoconhecimento e reflexão.
Para viver melhor, é essencial reservar um tempo para olhar para dentro de nós mesmos, para entender nossos valores, desejos e limitações. É preciso cultivar a gratidão pelo que temos, em vez de nos concentrarmos apenas no que nos falta. Afinal, a verdadeira felicidade muitas vezes reside na apreciação das pequenas coisas e na aceitação do presente.
Além disso, viver melhor implica em cuidar não só do corpo, mas também da mente e da alma. É importante cultivar hábitos saudáveis, tanto físicos quanto mentais, que promovam o equilíbrio e a harmonia em todas as áreas de nossa vida. Isso inclui praticar a gentileza consigo mesmo e com os outros, perdoar, aprender a lidar com o estresse e encontrar momentos de paz e tranquilidade em meio à agitação do dia a dia.
Não podemos esquecer também da importância de nutrir relacionamentos significativos e construir conexões genuínas com as pessoas ao nosso redor. São os laços de amor, amizade e solidariedade que nos sustentam nos momentos difíceis e nos trazem alegria nos momentos de celebração.
Por fim, viver melhor é uma jornada contínua, repleta de altos e baixos, desafios e aprendizados. É preciso estar aberto ao crescimento pessoal, à mudança e ao aprimoramento constante. Cada dia é uma oportunidade para nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos e para construirmos uma vida que seja verdadeiramente significativa e plena de sentido.
A Dama Borralheira e seu Cavalheiro com Doutorado
No reino do cotidiano, um brilho se faz.
Ela, de graça simples, a vida transforma em paz.
Ele, erudito de títulos, na sabedoria um mar.
Destinos tecem encontros, um baile a celebrar.
O choque do simples com o saber, causa alvoroço.
Uma dança inesperada, no compasso do amor solto.
Do silêncio das bibliotecas aos ecos das ruelas,
Se encontram almas, em linguagens tão singelas.
A simplicidade dela, um vislumbre de pura beleza.
O saber dele, uma fortaleza de sutil leveza.
Em um vórtice de mundos, tão ávidos e distintos,
Se entrelaçam desejos, em sonhos tão limpidos.
O amor, oh sublimidade, desfaz qualquer barreira,
Transcende diferenças, na dança, a vida inteira.
Cotidiano
#1
Meu despertador matutino
Que nunca me deixa atrasar
Ora por mim todo dia
Se preocupa quando demoro chegar
Me espera ansiosa
Só sossega na hora
Que pelo portão eu passar.
Por muitas vezes ignoro
Suas diversas formas de preocupação
As vezes, sou bruto e ingrato,
Não demonstro emoção,
nem carinho ou amizade
E isso talvez lhe entristece
Mas, sabe que lá no fundo
Por tudo, Jorge agradece.
Resumidamente eu digo
Que mesmo sem demonstrar
Agradeço cada instante
Que comigo esteve e está
Minha guerreira nordestina
Tudo que tenho agradeço
A você, dona Cristina.
Aprendi lições simples, extraídas do cotidiano. Por exemplo, a Natureza me entregou quatro filhotinhos de gato que, aqui, nasceram. *Rosa* , a mais atentada. *Charles* , o mais destemido e esperto, como a mãe. *Lua* , a mais agressiva e desconfiada. E finalmente *Pantera* , a mais tranquila de todos. Cada um tem um tom de cor diferente. São inconfundíveis. Todavia, filhotes do mesmo pai, *Hulk* , e da mesma mãe - a *Charlotte* !
Sem preconceitos, e cada um com uma característica diferente.
...Semelhante aos indivíduos,
Seguimos à rua da existência, para chegarmos ao final dela.
Sim, final!!!
Assim como o não mencionado gatinho que não resistiu e morreu, prematuro. Pois nasceram CINCO filhotes e não quatro. ( Pois quatro, foram os que ficaram).
Como ao que partiu, não importa a cor, tamanho nem as características individuais de cada "cidadão". A última parte da estrada da existência desta vida, é sempre o FIM.
Na política, na religião e na realidade do cotidiano é o dinheiro que tem poder.
Entenderam porque Jesus desagradou aos poderosos da sua época?
A sua vida mais humanizada, espiritualizada e menos material não passava de uma ameaça e de um mau exemplo, sob a ótica daqueles que, verdadeiramente, controlavam as pessoas e, consequentemente, a sociedade, naquele tempo. E nada mudou, apenas foi repaginado para atender aos novos tempos. O povo continua sendo a fonte de enriquecimento de todos que têm poder o conduzir a mente humana. E ai daqueles que tentam acordar o povo que vive adormecido.
O dinheiro tem o poder de mandar, inclusive, na alma. E até pode determinar quando a prática dos bons valores deve ser exercida.
OS SALVADORES DO COTIDIANO
Dizem que ninguém vem para nos resgatar,
Mas em cada instante, há mãos a nos amparar.
Um sorriso de um estranho, um gesto de luz,
Um toque suave que a dor reduz.
A voz de um escritor, com palavras profundas,
Desperta em nós verdades fecundas.
Uma canção que traduz o que não se diz,
Um amigo atento que nos faz sentir feliz.
Estamos todos entrelaçados em silêncio,
Salvando uns aos outros com amor e cuidado imenso.
Pequenos gestos que parecem tão pequenos,
Mas têm o poder de mudar nossos enredos.
Um dia transformado por um olhar sincero,
Uma vida iluminada por um carinho verdadeiro.
Na teia da vida, somos todos irmãos,
Salvadores anônimos onde pulsa amor verdadeiro nos corações.
Em um recanto sereno, longe do tumulto cotidiano, Halle Lin encontrava um novo sentido para sua existência. O céu pintado com nuances de azul e laranja ao entardecer se espelhava em seus olhos, cheios de uma nova esperança. Após anos carregando as dores e expectativas dos outros como um manto pesado, ela finalmente decidiu libertar-se.
Ao desapegar das mágoas passadas e das ansiedades futuras, Halle Lin sentiu a leveza tomar conta de seu ser. Cada respiração era uma dança com a liberdade, e cada passo na trilha desconhecida era um poema de paz. Descobriu, então, que a paz não era um destino, mas um caminho que floresce quando abrimos mão do controle, do medo e do peso que escolhemos carregar.
A cada nova manhã, a paz a acolhia como um antigo amigo, lembrando-a gentilmente que a verdadeira harmonia surge do simples ato de deixar ir. E assim, Halle Lin caminhava, leve e serena, encontrando a paz em cada desapego.
O PIOR DOS PATRÕES:
Em nosso cotidiano a busca pelo sucesso, pela Ascensão pessoa, é bastante nutrida, quando começamos nos entender de gente, logo deixamos aflorar o sentimento de ambição na busca de um bom emprego e sucesso profissional, e ao almejarmos tal objetivo, na qualidade de seres humanos, nunca estaremos realizados, sempre ambicionamos voos maiores, assim sendo, não poderia ser diferente com o nosso protagonista.
Que ainda garoto, começou trabalhar, o salario, nossa, quase simbólico, porém necessário para suprir suas necessidades de adolescente, cinema, barzinho, chocolates e etc. Era um pouco escravo, más quando não queria ir, pronto, não havia muita responsabilidade, patrão não metia medo, a liberdade era o foco, seu porto seguro.
Já crescido, bom, legalmente reconhecido como legitimo trabalhador, ainda assim, seu patrão não podia de direito escraviza-lo, protegido pela lei, mesmo que de maneira opaca, contudo tinha direitos às férias, fins de semana com a família, assistência médica, sem contar os vários feriados anuais, bem como direitos adquiridos como sendo: 13º salário, terço de férias, salário família, etecetera e tal.
Depois de crescido físico e financeiramente, não mais era um reles empregado e, sim, um bem sucedido empregador, pasmem começava conhecer o pior patrão que podia conhecer, deveras, não lhe dava direito às férias, décimo terceiro, nem pensar, não podia mais adoecer, tampouco viajar nos fins de semana, nunca mais teve o prazer de dirigir seu possante, família, agora era segundo plano, seus sonos e sonhos, se perderam na solidão da noite, mora hoje em um avião, sua pátria é o mundo, o paladar estrangeiro, seu mundo restrito e ilusório.
Enquanto descobria, que somos os nossos piores patrões perdia-se no mundo nefasto do fugaz poder material, que aprisiona a alma e o corpo físico numa irreal sensação de felicidade...
CRÔNICA AO COTIDIANO:
Há momentos que pensamos em um só instante Pluft... Jogar tudo para o alto e desaparecer... Evaporar em brumas e só!
Você ainda não se sentiu assim? Como se estivesse dentro de um quarto fechado sem entrada nem saído? Como uma roupa justa, justíssima, sob sol a pino. Feito uma gravata sufocando-lhe a respiração?
Quiçá o sapato mutilando seu quinto dedo.
É certo dizer que assim nosso mundo desaba sobre nossas cabeças deixando transparecer não ter fim todo esse sofrimento que sucumbe nosso bom humor em um contexto que propõe empatia.
Ah! Você não se liga? Ou nunca vivenciou?
Certamente és o pensamento de que as estações são mutáveis. De maneira seleta e glamurosa. Ah! Como é assustador esse nosso momento de ausência.
Ora! Quem nunca viveu esse tédio e suas maluquices em seu cotidiano de outrora?
Então, mirem-se nas Marias/Marias – Fateiras do nosso sobrevivente Araçagi que nas tardes de sexta-feira cantarolavam em suas margens enquanto lavavam seus “fatos” vendidos no dia seguinte na feira livre da “Esperança”.
Tais quais as lavandeiras do romântico Tejo, do imortal poeta português Fernando Pessoa que também foram vítimas dessa famigerada pantera austera.
Não obstante, só depois de crescidos convivemos com esse mal.
Todavia, só há um lenitivo para a cura desse Mal Agouro que assola a humanidade. Renascer... Deveras renascer.
Será? Ou quem sabe se espelhar nas Marias/Marias do Araçagi ou nas lavandeiras do Téjo que além de lavarem seus “Fatos”, deixavam fluir naquelas águas correntes seus tédios para aflorar a vida.
Eu ainda existo
Embora o cotidiano tenha tomando conta de tudo, e me engolido sem ao menos pedir permissão
Como algo no fundo de uma gaveta
esquecido
Uma alma apagada, enfraquecida,
de tanto ceder
Porém, ainda pulsa
Espero ainda me reconhecer, por traz de tantas renúncias
De tantas páginas escritas no silêncio da minha fala
Ainda estou aqui, bem no fundo
Porque eu, que um dia fui mais livre
Ainda existo
Inteira