Crianças Doentes
Passear pelos pampas
das nossas vidas,
Resgatar a inocência
de quando éramos crianças,
Sentar e encostar
a cabeça no seu ombro
sobre a proteção
de uma Canela-Imbuia,
Pensar somente
em tudo que me faça tua.
Não existem guerras
que não sejam
contra as crianças
Quem disser o contrário
estará mentindo,
As balas e bombas
vem programadas
para matar as crianças.
Os senhores da guerra
não gostam de crianças,
porque eles não amam
ninguém e nem a si mesmos.
Os senhores da guerra
quando não matam
as crianças com suas
balas e bombas,
Os senhores das guerra
roubam a infância
através da malignidade
das suas tropas,
Porque as que escaparem
serão convertidas
em escravos ou soldados.
Os senhores das guerra
matam a alma das crianças
por perversão fazendo as cantar
as suas canções de destruição.
Para os senhores da Guerra
o único Deus é o dinheiro,
os senhores da Guerra
não servem aos povos,
e sim são óbvios meros
lacaios dos impérios.
Os senhores da guerras
padecem de embotamento afetivo,
por isso sem culpa cultuam
os crimes de guerra e de genocídio.
Os senhores da guerra
nem sempre vestem farda,
às vezes vestem terno e gravata,
Os senhores da guerra também
podem ser senhoras de tailleur.
Os senhores da Guerra são
frontais arqui-inimigos da infância
em nome da perpétua ganância,
e deles só quero mesmo é distância.
Conviver com os senhores da Guerra fortalece a violência em espiral,
e nunca espere de nenhum
deles que te ofereçam um bom final.
Os senhores da guerra não gostam de crianças. As crianças de ambos os lados deveriam ser poupadas. A guerra é sempre contra o futuro das crianças.
Espanto tudo que é ansioso
e depressivo olhando para o futuro, Porque ainda somos crianças
e podemos melhorar o mundo.
Bem aventurado seja o veterano que passa o Natal com as crianças. Ser veterano é ter a certeza que nunca foi Super Homem e muito menos será um Highlander, ou seja, imortal. Bate a saudade daqueles ausentes que ficaram no caminho da jornada. Porém, se não perdeu a sensibilidade, as crianças, pela inocência e alegria são e sempre serão o grande estímulo para: a resiliência, a esperança, a continuidade e vida.
Carrossel, obrigatório nos parques de diversão antigos, não só para crianças, mas para jovens, adultos e até veteranos tentando voltar à meninice. Pensando bem o que é a vida? Um carrossel!
EDUCAÇÃO ENGUIÇADA - Demétrio Sena, Magé - RJ.
A educação que julgamos dar às nossas crianças, muitas vezes enguiça na postura que contradiz a palavra.
CRIANÇAS IMPRÓPRIAS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Só entendo as mudanças progressivas;
cujas rotas não têm retrovisor;
sei que a flor nunca mais será botão
e que o tempo não faz percurso inverso...
A saudade só tem que ser saudade
ou estante honorária das lembranças;
nossa idade não dança o nosso tango
nem o aço do espelho exibe as almas...
Mas conheço quem vá na contramão
do seu tempo, seu vão, seu horizonte;
cai do vento e se arrasta contra si...
Não entendo pessoas decrescentes;
velhas mentes atadas aos umbigos
de crianças que há muito já não são.
FORMAS E FÔRMAS DE APRENDER
Demétrio Sena, Magé – RJ.
As crianças amadurecem brincando; sendo alegres; fazendo aquilo que lhes apraz. Admirando a leveza de seres e coisas. Apreciando os desempenhos fáceis; as soluções simples. Quando crescem um pouco, passam a ser assediadas pelos discursos de que só o sofrimento amadurece. Tão só a dor ensina. Só os percalços as tornarão fortes e as providências burocráticas resolverão a contento suas futuras pendências.
É bem verdade que o sofrimento, as dores e os percalços podem amadurecer, ensinar e fortalecer as pessoas, mas isso não é obrigatório. Muita gente sofre os diabos e continua imatura. Tem dores inimagináveis e não aprende nada. Enfrenta os mais duros percalços e continua fraca; em todos os sentidos. Ao mesmo tempo muita gente vive bem, com poucos problemas, quase não convive com dores, tem poucos percalços e mesmo assim amadurece, aprende, se torna forte. São pessoas que sabem aprender. Que observam a vida, o mundo e o sofrimento alheio. Foram ensinadas, quando crianças e adolescentes, a não ser egoístas; pensar no próximo; amar e fazer o bem; respeitar diferenças, escolhas e orientações pessoais... simplificar o que pode, para o mundo ficar mais leve.
Há formas e fôrmas de aprender. De fazer o melhor e o pior das vivências; dos ensinamentos que se recebe da vida e dos mais experientes. Ninguém há de sofrer por escolha própria, chamar para si as dores e as intempéries, para tão somente aprender e se tornar um bom ser humano. Tornar as coisas complexas, burocráticas e difíceis para só aí valorizá-las é estupidez. Já existe muito sofrimento em derredor. Muita gente que precisa de ajuda e de conselhos; de compreensão e solidariedade. De facilidades possíveis às relações interpessoais e resoluções de problemas. Podemos aprender muito, e crescer infinitamente, fazendo algo pelo próximo. Isso é bom para ele, para nós, porque soma na construção de um mundo melhor. Uma sociedade mais justa; igualitária; mais próxima do ideal.
Chavões não podem mudar o mundo. Atitudes podem. Os discursos valem bem pouco. Inclusive o discurso que os seus olhos percorrem neste momento, se não existir ação. Se nenhuma intenção real de seguir as próprias admoestações acompanhar o discurso e, se tudo for transformado em equações complexas propositais. A sociedade já está (in)devidamente cheia de arrogância, hipocrisia e má vontade.
Com falência familiar tradicional, cada vez mais os filhos, não são nossos filhos mas crianças do mundo que crescem entre seus próprios erros, acertos, entendimentos e caminhos.
Nos países pobres e em desenvolvimento no mundo inteiro, o comercio ilegal e imoral de crianças, é ainda hoje, fonte de recursos altos da criminalidade e suporte de uma rede permissiva e corrupta de servidores públicos, que facilitam este hediondo tipo de contrabando humano.
Uma das pontes mais difíceis de cruzar é aquela que separam crianças inconseqüentes de adultos responsáveis.
Em outra circunstância eu diria que sinto saudades; outrora a casa vivia repleta de crianças; filhos, netos, sobrinhos... éramos uma família unida e feliz. Foi um tempo de abundância quando o algodão era um sinal de luz, as árvores frutíferas atraiam os pássaros, as flores ornamentavam a casa grande, como promessa de muita felicidade e tudo isso começou na igrejinha de santa Rita de Cássia pequena e acanhada de piso morto. Frei Jerônimo celebrou nosso casamento depois de seis anos de namoro, discussões ríspidas entre nossas famílias que tinham suas rixas e eram contra a nossa união; mas o amor se sobrepôs ao ódio e derrubou a cerca de arame farpado que ia da estrada até as proximidades do rio, o que compreendia nossas propriedades e não deixava de ser um bom pedaço de terra, algumas cabeças de gado, porcos e outras criações, além do algodão e do milho. A partir de então houve entre nossas famílias uma total harmonia, eu diria que nos tornamos uma, porque os problemas que surgiam eram nossos e resolvíamos em conjunto e nossas alegrias eram compartilhadas; então veio, em homenagem a avó paterna Ana Luzia, nossa primeira filha: Analu. Juaquim meu marido queria que ela se chamasse Elenice o meu nome mas eu tinha uma grande admiração por dona Ana, minha sogra, que mesmo nas nossas rixas durante o nosso namoro nos apoiou. foram anos de uma felicidade completa; vieram outros filhos e isso só consolidou o nosso amor. ninguém teve tanto a certeza de ser amada como eu; mas mesmo nos melhores momentos, as vicissitudes da vida acontecem e ninguém está imune às paixões.
Analu corre ainda entre a varanda, o pomar e as roseiras que adornam a frente branca e azul de nossa casa, nas brincadeiras ingênuas de sua adolescência com os irmãos, primos e vizinhos, Juaquim cuida dos bichos ou das plantações e provavelmente cantarola uma canção romântica; assim as coisas ficaram na minha lembrança. Numa parte ou outra, dunas ameaçavam bairros e as chuvas tornavam-se mais escassas. ouvia-se histórias de famílias que migravam por essas dificuldades; resistimos a todas as adversidades.
Era uma tarde nublada de agosto, Juaquim tinha ido pescar no rio quando o carro entrou pelo nosso portão e chegou bem próximo aos degraus que conduziam a nossa porta; era Eriberto, o advogado, que trazia uma pasta; ele cuidava do inventário do sr Benedito, meu sogro, falecido há poucos meses, vitimado por falência múltipla dos orgãos. Ninguém diagnostica o tempo como causa mortis; meu sogro já contava 99 anos. "Quem é esse anjo?" Questionou Analu, que já contava 18 anos. Heriberto era assim, dava sempre essa impressão, e se sorrisse e nos olhasse nos olhos passava-nos a sensação de uma fragilidade que também nos contagiava. Eu já conhecera aquele sentimento e vivia numa dúvida cruel, convivendo com aquele remorso, imaginando se Samuel, meu filho mais novo, não seria filho de Eriberto. desde então Analu parecia mais calada, vez ou outra estava sempre no telefone sussurrando; Samuel certa vez ao chegar da escola mencionou ter visto Analu na pracinha conversando animadamente com Heriberto parecia uma tragédia anunciada, meses depois notava-se a barriga de Analu crescida; Juaquim chegou a ir atrás de Heriberto, mas ficou sabendo que ele era casado e havia se transferido pra outra capital; meses depois nascera Cecília, mas Analu perdera todo o brilho do olhar, juaquim também ficara meio rançoso; certa noite me questionou por que eu não lhe falara sobre a origem de Samuel. Juaquim era um anjo, de um amor puro e imaculado. Quantas vezes olhamos o por do sol sobre as dunas que guardavam a nossa história; e dali vimos o brilho de um nascente renascer nos olhos de Analu, que na igrejinha de santa Rita de Cássia, agora com piso de mármore e torres iluminadas, casara-se com um dos filhos de um primo distante de Juaquim.
De vez em quando penso que todo esse tempo não passou, quando contemplo Gustavo, marido de Analu, tirando leite das vacas, colhendo o milho, obsevando a plantação de algodão; ele também cantarola algumas canções que mencionam amor e paixão, de vez em quando caminhamos à beira do rio; de vez em quando são subdivisões de uma eternidade que se divide em partículas para serem bem guardadas ou esquecidas pelo tempo e o perdão.
Feliz Dia das Crianças e que Nossa Senhora Aparecida tenha compaixão dos adultos infantis que por vida ainda não cresceram.
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