Contos de Fábulas

Cerca de 288 frases e pensamentos: Contos de Fábulas

Depois de
uma certa idade
não conto mais
o tempo, não que
tenha problemas
com isso, mas por
entender que cresço interiormente,

revejo experiencias vividas e
vou tentando me preparar
para as que ainda estão por vir
e para que isso aconteça,
a essa altura da vida,
a idade é o que menos me importa.

Raquel Magno

Inserida por RaquelMagno

Conto de Ilusão

Eu estava com meu grupo de amigos na praça da cidade. Estávamos bebendo. Fazíamos isso constantemente. Sempre à noite, claro. Mas tinha um garoto. Sempre tem um garoto. Eu e ele conversávamos bastante. Ele era muito inteligente e interessante. Naquele instante estávamos todos ali, conversando, rindo e ficando bêbados. À essa altura, alguns vão para um lado, outros para outro. Começa a rolar aquela história de pegação. Odeio essa parte porque sempre fico só. Mas tudo bem, apesar de tudo, eu ainda acho que o amor é lindo. Que meus amigos aproveitem. Então me sentei em um muro, acompanhada pelo copo de vodca, e fiquei olhando todos eles com um olhar meio vago, flutuante. E claro, fiquei me perguntando aonde o ele tinha ido. Não estava em nenhum lugar à minha vista. Imaginei que tivesse saído com alguma garota, mas todas estavam ali. Quando de súbito ele me deu um susto por trás.
- Caramba, que susto. Eu quase caí.
- Eu não ia deixar te deixar cair.
- Ah, ta bom.
- Posso sentar aqui?
- Sim.
Ele subiu o muro e se sentou ao meu lado. Fiquei olhando-o subir. Quando se acomodou, me encarou. Ficamos nos encarando por alguns instantes, e então ele perguntou:
- Por que você se diz tão pessimista? Não parece ser. Está sempre tão bem humorada, rindo...
Ele deixou a frase morrer no silêncio. Não esperava uma pergunta assim, mas respondi:
- Quando a vida nos machuca muito, nós acabamos por perder a esperança de dias melhores. Então tudo acaba por dar errado e você pensa que tudo sempre será errado. Você acaba se tornando pessimista. E então, quando algo bom acontece, você se surpreende. E você tenta aproveitar ao máximo esse algo bom. É o que eu tenho feito. Aproveitado cada segundo que estou com vocês. Meus amigos.
Ele me encarou por alguns segundos e perguntou:
- Quer ficar comigo?
Por esse eu não esperava. Sinceramente.
- Acho que não.
Ele pareceu se ofender, então me apressei em dizer:
- Não é nenhum problema contigo. Sério mesmo. O problema é comigo.
- Tudo bem, não precisa se explicar.
- Não preciso, mas eu quero. Eu gosto de ti. Me sinto atraída por ti. Em vários sentidos. E é exatamente por isso que eu não quero me envolver mais. Eu não quero ficar dependente de ti.
Ele pareceu surpreso. Deu aquele sorriso de canto e falou:
- Tem medo de se apaixonar?
- E depois eu que sou convencida...
- Não estou sendo convencido, só achei que fosse isso.
- É, pode ser.
- Não é você que vive dizendo que o amor é lindo? Porque não aceita a beleza dele?
- Porque, na maioria das vezes, ele não me mostra beleza alguma. Só me mostra seu lado ruim. Para os outros ele é bonito, mas para mim, não.
- Então você tem medo de amar porque pensa que vai se machucar, é isso? Já foi ferida por alguém, certo?
- Sim e sim.
Novamente ele me encarou. Desviei o olhar e bebi mais uns goles de vodca. Ele disse:
- Eu te acho muito interessante. Poderia me apaixonar por ti e te dar todo o meu amor. Mas, como eu já te disse, não está nos meus planos me entregar para alguém. Então não posso te prometer amor.
- Sim, eu sei. Não quero que prometa. Só quero me compreenda.
- Compreendi, sim. É uma pena que você não queira apenas se divertir.
- Gostaria. É uma pena que eu não saiba separar as coisas. E também uma pena que você não queira se entregar à mim. Por completo.
- É esse o seu desejo?
- Talvez. Acho que seria bom.
- Talvez.
Mais uns goles na minha vodca. Ele desviou o olhar para o nada. Pensei, vagarosamente, por uns instantes. Dei o último gole da vodca. Desci do muro e estendi a mão para ele.
- Desce aqui.
Ele aceitou a minha mão. Quando desceu, estávamos bem próximos. Olhei nos olhos dele e disse:
- Quer saber de uma coisa? Acho que já estou ferrada mesmo, então não faz diferença me ferrar mais. Aliás, sei que vou gostar.
Ele deu aquele sorrisinho de canto e eu o beijei. Na minha lentidão, causada pela bebida, eu imaginava que um dia ele me amaria. Um dia ele sentiria e acreditaria no verdadeiro amor.

Inserida por SabrinaNiehues

O conto dos dois caminhos

Eu estava perdida em sofrimento, solidão e agonia. Desejava tanto a morte quanto a luz do dia. Já não sabia se amava mais a vida ou se desejava mais a morte. Só que eu era covarde. Tão covarde que eu não sabia viver e nem morrer. Tinha medo da vida e da morte. E eu vivia vazia, parada nessa encruzilhada. Olhava para os dois caminhos, sem saber qual seguir. Então peguei a direita, o caminho da vida. Fiquei tão apreensiva que eu chegava a subir nos barrancos da vida, só para não entrar de cabeça nessa estrada. Olhava para todos os cantos, todas as sombras... Eu prossegui pelo caminho da vida solitariamente. Durante algum tempo... Mas, ao decorrer desse, eu encontrei outras pessoas nesse caminho. Pessoas como eu. Que também haviam parado na encruzilhada e que também haviam ficado indecisas. Conheci um senhor que havia dito que havia conhecido um homem sofredor, como nós dois. Esse homem optou pelo caminho da esquerda, o da morte. E o senhor me disse que não sabia por quê. E eu lhe disse que também não sabia. Então nós rimos, aquele riso triste. E então o senhor começou a narrar-me sua história de vida. Disse-me que, quando tinha a minha idade, também havia chegado na primeira encruzilhada. Nesse instante, arregalei os olhos. E o senhor entendeu porquê. E ele disse-me para não me assustar, pois no decorrer deste caminho eu hei de encontrar mais encruzilhadas como essa primeira. E eu perguntei-lhe como ele sabia disso, sendo que nós dois estávamos apenas no início do caminho da vida. Ele me disse que ele já não estrava mais no início. Disse-me que havia nascido, prosseguido feliz e chegado à primeira das encruzilhadas. Disse-me que passou pela vida e que a seguiu até encontrar outras tantas encruzilhadas, iguais à primeira. E disse-me que, como eu podia observar, ele havia optado sempre pela vida, mesmo desejando também a morte. Ele me disse que a única certeza que tinha nessa vida era que um dia ele teria de seguir o caminho da morte, mesmo querendo ou não. E então ele me disse que não havia porque em apressar o fim, já que ele viria de qualquer jeito. Ele me disse, então, que optou pela vida porque queria saber mais sobre ela. Queria encontrar, no fim disso tudo, mais uma vez a alegria que sentia ao ser criança. Perguntei como ele sabia que a encontraria. Ele me disse que não sabia. Perguntei, então, se ele havia encontrado. Ele me disse que sim, mas que já à havia perdido. Ao me ver com um olhar desentendido, ele disse à mim que havia encontrado o amor. E então eu perguntei a ele por que ele havia voltado. Ele me disse que não tinha mais o que viver. Que sua vida já estava no fim e que jamais encontraria felicidade nessa, já que seu grande amor se fora. Ele me disse que optou por voltar, apenas para narrar aos outros, como eu, suas histórias. Disse também que queria terminar no início. Que gostaria de morrer na primeira encruzilhada. Que esperaria pela morte ali mesmo. Disse-me que estava apenas voltando no tempo. E disse-me também que queria prosseguir, antes que esse já não o deixasse mais fazê-lo. Assim, o velho me disse um adeus e se foi. E eu prossegui meu caminho, desejando, lá no fundo, encontrar a alegria. Prossegui. Após um tempo, encontrei um garotinho. Estava escondido no meio do mato que crescia pelo barranco em que eu andava. Ele se escondia da vida, mas ela não o deixava. Perguntei a ele por que se escondia. Ele me disse que era a vida quem se escondia dele, e não o contrário. Ele me disse que a vida é que não quis ser gentil com ele. Ele era tão pobre com um rato. Era sujo e imundo. Olhei para ele e disse-lhe que a vida também não me é gentil, mas eu não desisti de conquista-la. Disse à ele para prosseguir que um dia daria certo. Dei então um abraço bem forte no garoto sujo e prossegui. Ao olhar para trás, vi que ele sorria. Eu continuei andando. O tempo passou. Encontrei pelo caminho água, comida e ar fresco. Encontrei o necessário para continuar vivendo. Mas não encontrei a alegria que, lá atrás, aquele velho senhor dizia ter encontrado. Eu, hoje, sou tão velha quanto ele. Estou tão cansada que resolvi parar na próxima encruzilhada que me vier. E farei a mesma coisa que fez aquele velho. Vou ficar parada na encruzilhada, pensando na vida e na morte. Esperando-a chegar. Pensando em como fui feliz antes da primeira encruzilhada. Tudo porque eu tinha conhecido a alegria que um dia aquele velho sentiu. Eu só não dei a sorte que ele deu. Eu apenas vi a alegria andando ao longe, já o velho pode abraça-la. Ele pode amar e ser amado. Já eu, parei na primeira parte, na primeira encruzilhada.

Inserida por SabrinaNiehues

O conto da flor rosa

Percebi que nos últimos dias ele estava meio cabisbaixo. Então resolvi, como ele sempre faz com todos, alegrá-lo. Só que descobri segundos depois que eu não tinha muito bem esse dom. Mas pensei em qualquer coisa, por mais sem graça que fosse. Então, me aproximei dele e, com as mãos juntas e fechadas, estendi-as à ele.
- Ei, tenho uma coisa para lhe mostrar.
Ele, um tanto curioso, perguntou-me o que era. Então, abri as mãos, ainda mantendo-as juntas, e perguntei-lhe se ele conseguia ver uma flor rosa. O fato era que não existia nenhuma flor rosa em minhas mãos. Elas estavam vazias. Mas ele disse:
- Sim, estou vendo.
Olhei-o um tanto curiosa. Então ele soube jogar. Soube usar a imaginação. E eu prossegui.
- Ok. Agora pegue essa flor nas mãos.
Ele fez de conta que pegava, porque a flor não existia. Feito isso, eu disse:
- Agora coloque-a no bolso. Mas, quando chegar em casa, tire-a do bolso para não amassá-la. Cuide bem dela.
Ele fez de conta que guardava uma flor no bolso da calça. e depois ele disse:
- Ok, mas a flor vai morrer depois de uns dias, e aí o que eu faço?
- Se quiser, chore. Ou apenas lembre dela. Lembre da beleza dela.
Terminado isso, me afastei dele. No dia seguinte, ele veio à mim:
- A flor ainda não morreu, mas já está murcha.
- Tudo bem, é a vida.
Ele ficou me olhando, parecia um olhar curioso. Perguntou-me:
- O que quer dizer com a história da flor?
- Ainda não compreendeu?
- Não.
- Pensei que já.
- Mas não entendi ainda.
- Ok, vou lhe ajudar. É simples. Relembre a história da flor. Agora imagine, no lugar da flor, uma pessoa. Uma pessoa qualquer, sem identificação.
Passados alguns segundos, eu prossegui:
- A flor é alguém que lhe ama. Você deve cuidar de quem lhe ama. Você deve apreciar a beleza interior de quem lhe ama. Você deve fazer isso antes que seja tarde. Antes que essa flor morra. Porque todos nós vamos morrer um dia, e não se sabe quando. Então saiba dar valor enquanto tem.

Inserida por SabrinaNiehues

Papai Noel.. passamos por três fases desse lindo conto..
1º Quando crianças em que acreditamos que ele chegaria de trenó enquanto dormiamos, se durante todo o ano tivessemos nos comportado (no meu caso passado de ano na escola..rs).

2º Quando deixamos de acreditar na mágia do Natal... "Aborrecencia".. a luta para sair da infancia e virar "GENTE GRANDE"..rs Faz com que deixemos alguns sonhos adormecidos..

3º E quando passamos a ter a LINDA responsabilidade de "SER O PAPAI NOEL" e tentamos fazer a diferença a uma criança, ajudando a acreditar na magia, no amor e em seus Sonhos... Por isso eu digo.. Papai Noel EXISTE SIM!!! Está dentro de cada um de nós...
Há quem critique dizendo que Papai Noel é capitalista, mas me refiro ao fato de fazer a diferença, ao sonho de Natal..
E, aquela criança que passa junto com sua familia um aperto danado o ano todo e que tem a esperança de que no final do ano tudo pode mudar? E pra ela e por ela que insisto nessa linda magia do Natal!!!.. Repense seus valores e FAÇA A DIFERENÇA!!!!

Inserida por Jiba

Conto: Um coração partido é cego.
Um conto baseado em um a música da dupla The Black Keys.

Ele liga para ela do telefone velho da base militar. Depois de um tempo de conversa, a ligação cai e a telefonista não consegue fazer contato novamente.
- Não é possível completar a chamada, soldado. - Apenas me coloque na linha novamente, por favor.
A operadora tenta outras vezes, mas a mensagem é sempre a mesma. Sem chances. Pelo conteúdo da conversa ele sabe que tinha realmente magoado seu amor, mas só queria ser breve e dizer que ia voltar para revê-la, independente do que havia acontecido. Nada justificaria o mal que ele causou, mas já é tarde para se lamentar. Ia contar toda a história a ela quando voltasse para que ela ouvisse de sua boca, não de terceiros.
Depois de tanto tempo, jamais pensaria que aquilo voltaria à tona e só ele sabe como as lembranças do erro ainda o atordoam.
Antes de a ligação cair, ela disse que estava tudo terminado. Depois houve um longo silêncio. Apesar disso, ele intimamente ainda alimenta esperanças. Não sabe o motivo de tudo aquilo estar acontecendo. A única coisa que gostaria era ir embora para justificar seus injustificáveis erros.
Soa a sirene. É sinal de que ele, dentro de minutos, tem de estar pronto. Durante todo o processo de preparação até a chegada ao ponto do conflito, ele não está verdadeiramente ali. Não consegue se desligar do que ela lhe disse. Só pensava nos planos que tinham juntos. Do casamento que viriam a ter. Dos filhos brincando no quintal. Do sorriso dela.
Tiros e bombas cortam seus pensamentos. Ele desce do veículo com os outros soldados e são recebidos com metralhadoras cuspidoras de balas. Se escondem, revidam e já estão ofegantes. Os mais corajosos avançam e disparam contra o inimigo. Muitos são atingidos, soltando gritos de dor.
As bombas explodindo não impedem que seus pensamentos de estejam nela. De costas para o carro e com os olhos cheios de lágrimas o tempo passa devagar dentro de sua mente. Naquele momento, as ordens e as preces não são ouvidas.
Sente dor. Tenta se focar, mas o modo como ela o olhava não sai de sua cabeça. Os lábios, que se encontravam tantas vezes com os dele, sussurram palavras que ele não consegue compreender. Se esforça e na mais irresponsável atitude, tenta se aproximar. Sem sucesso. A dor ao seu redor é maior e cala tudo. Subitamente, passa só a vê-la e não mais ouvi-la. Foi atingido. A cabeça pende para trás. Sangra. Os companheiros que resistem ao ataque gritam para alguém socorrê-lo. O soldado mais próximo o coloca nos braços e pressiona o ferimento na lateral da cabeça. Todos sabem que é em vão. Ele sabe que será em vão.
Um calor lhe envolve. Os olhos arregalados e fixos no céu encontram-se com os dela. A respiração rápida e curta é sincronizada com as lágrimas que escorrem pelo rosto ensanguentado. Não deixou de pensar no seu amor um minuto. “Como posso não ter visto? Eu deveria ter visto...”, pensa ele. Não viu o que lhe atingiu e nem de onde veio. As vozes lhe chamam. A voz dela o chama. Os sentidos falham. A visão então escurece e ele sabe o verdadeiro motivo: um coração partido é cego.

Inserida por MrGarcianeto

O Conto de Alice

Ele provavelmente não fazia à menor ideia de que, há algum tempo, eu havia passado por seis longos anos de aulas de dança, muito menos que em algum momento nos meus oito anos, jurei que seria a melhor professora do mundo. Ele me conhecia há tão pouco tempo, apenas sabia a cor dos meus olhos, se é que sabia. Porque eu o encarava – mesmo que inconscientemente – e via refletindo no mar cor de bronze a minha vida toda. Via um passado movediço, um futuro tão borrado quanto o presente incerto. Eu cobiçava a vontade de ser dele, de ser uma bailarina, uma professora. Eu só cobiçava. Queria abraçar o mundo num sufoco só, sem me dar conta que de ele estava me mudando e não ao contrário. E nas vezes que pensei em desistir do teu sorriso, lembrava das tantas outras vezes em que tu sussurrava meu nome no escuro como se conseguisse a proeza de fazer carinho nele. A mim me encantava a nossa poesia silenciosa, descompasso bonito de se admirar. E do dia para a noite eu não era apenas Alice, eu era a Alice do menino dos olhos cor de bronze e, sinceramente, eu nem me importava. Comparava a presença dele com uma manhã fria acompanhada de raios solares efêmeros, e num abraço, sentia a calmaria de uma noite de Natal. Acho que a felicidade tem exatamente o contorno da sua alma – de alguma forma -, acho também que nunca me imaginei feliz, mas se caso assim fosse, o imaginava do meu lado. Achava os nossos horizontes desproporcionais, nossas sinas tão distintas quanto. Não o queria pra sempre, apenas o queria por aqui, por perto. Porque descobri através dos dias sem notícia alguma que um lugar bom mesmo é aquele onde ele está. Nas horas a fio, procurando um antídoto para a falta de sossego, um equilíbrio entre o pensamento e o corpo, nas horas sem sentido, nos minutos sem ele, sem sentir o perfume tão presente na ausência, eu entrava em combate com o controle das minhas ações e o encontrava nelas também. Tinha urgência dos teus instintos persuadindo os meus, queria ouvir teus passos num rumo que você sequer cogitou conhecer. Acho que as estrelas não serão mais as mesmas sem o teu semblante, assim como as nuvens tão cinzas sem o teu disfarce. Eu nunca serei tão eu sem a parte de mim que foi embora. Num beijo salgado que nunca mais irei sentir, no desconforto das palavras que estão cansadas e querem repousar também. Eu devo ter te perdido a cada frase que nunca disse. A cada mudança de estação. Pegava-me desconsertada, olhando uma xícara quente e me perguntando o porquê de você não sentir a dor que eu sentia a cada gole que, a mim, vinha acompanhado do teu gosto. Encontrava-me desnorteada, perdendo tempo sentindo inveja de quem tu conheceste antes de mim, sentia ciúme do teu passado, das outras bocas, dos outros abraços. Desejava que você tivesse me conduzido as aulas de dança naqueles seis anos, que me incentivasse a ser a melhor professora do mundo. Desejava que você me conhecesse tempo suficiente para que já soubesse de cor os nuances dos meus olhos. Sabe, tive que me costurar na tua pele para descobrir que o teu avesso te revela muito mais, que os teus poros têm a necessidade que uma respiração desregulada que por infortúnio não é a minha. Nunca imaginei que o nosso final seria assim, uma roleta russa sem balas. Numa guerra silenciosa, sem escoriações visíveis. Eu só queria ter tido tempo de dizer que de todos os meus desamores,b’shert, você foi o mais bonito. Que a sorte te acompanhe, já que nem isso mais eu posso fazer.

A história tão bonita de fim trágico fez a menina mudar de nome, mudar de tom.
E tudo virou um amontoado de recordações. Um amontoado de causas perdidas.
Tudo virou apenas mais um conto de Alice.
Que chorou, chorou, conseguiu recolher seus pedaços e foi embora.

Inveja de Alice.

Inserida por AmandaSeguezzi

Um conto, um encanto
Confesso, completamente admirado!

Cada sorriso, uma história vivida
Cada suspiro, uma felicidade presente, constante...
Cada olhar, um reencontro com a certeza que você é a minha eterna alegria!

Se existe uma intenção, ela é toda minha, se existe um querer, que seja infinito, se existe uma razão, é você!
Tudo o que eu não posso deixar para trás...
Para ela, por ela e com ela.

Inserida por AllyssonMagal

Conto de Enfado (Perdido)

Não há placas na floresta
Que me apontem uma trilha
Já nem sei quanto me resta
Alguns metros ou uma milha
No meu barco há uma fresta
Estou preso numa ilha
O que antes era festa
Revelou-se armadilha
Ora o meu ser protesta
Ou se engaja na guerrilha

Se o pavor se manifesta
Não me escondo na escotilha
Que fortuna indigesta!
A lanterna está sem pilha!
Se tem uma, me empresta
Luz que é luz se compartilha
O meu coração detesta
Freio que perde a pastilha
Gente séria e modesta
Não se exalta, nem se humilha

Toda árvore no apogeu
sempre aponta para o alto
Não há rastro de pneu,
Nem sinais ou mesmo asfalto
Paraquedas de ateu
Não me servem neste salto
A ferida me doeu
Inútil é gritar bem alto

Do meu grito ouço o eco
Pois sou gente, não boneco
Se acerto ou se peco
Minha paz que hipoteco

Extraíram meu sorriso
Do molar até o siso
Me deixaram duro e liso
Deixaram o chão, levaram o piso

Só me acho, se perdido
Minha alma não se espanta
Não me poupo, fui ferido
Pela mão que me acalanta

Já não caio neste conto
Nem no canto da sereia
Que diante do confronto
Sem ter pernas, esperneia

Pois o raio nunca cai
duas vezes na areia
Presa fácil, nunca mais
Eu rompi com sua teia

Hoje volto a sorrir,
Mesmo que quase banguela
Meu caminho vou seguir
Pra tristeza não dou trela

Restam os dentes da frente
os caninos e os incisivos
Só caminho com gente decente
Mais que fichas em arquivos

Confiança quando se quebra,
De uma vez se esfacela
Nem tudo se celebra
É meia-noite, Cinderela!

Inserida por HermesFernandes

CONTO
E quanto ao teu olhar e o teu carinho,
Meu ninho e meu encanto
Eu canto, eu conto,
Eu sei que nem existo
Meu verso é corvo louco
Perdido no deserto
E longe eu não sou nada
E perto eu me desfaço
Em miragens que me cercam
Curiós e odaliscas,
Lagos e horizontes
Tudo como o último beijo
No penúltimo sonho
E quanto a você,
Uma visão é tão pouco
Fica o encontro marcado
Para o próximo sono
E eu me abandono
Ao abandono
Surgindo numa esquina,
Quando a alma se declina
Eu vagabundo
Me dou conta
Que nada conta
Que nada tem sentido...

Inserida por tadeumemoria

O Cosmonauta

Conto: O primeiro homem a ir no espaço

Ele vai a uma espaçonave gigante, mas a parte habitável dela é bem pequena. O cosmonauta está lá, e tem uma janelinha. Por ela, ele vê a curvatura da terra pela primeira vez. Ele foi o primeiro homem a ver o planeta de onde é. Nesse momento ele sentiu-se perdido. De repente, um ruído estranho ... 'toc, toc , toc' vem saindo no painel. Ele arranca o painel, pega as ferramentas, tenta encontrar o ruído, tenta controlá-lo. Mas ele não encontra, não consegue parar, e continua. Umas horas depois,parece uma tortura. Alguns dias com esse ruído, e ele sabe que este simples ruído, vai enlouquecê-lo. Ele var perder a cabeça.
O que ele vai fazer. Ele está no espaço,sozinho, num armário espacial. Há 25 dias pela frente com esse barulho. E o cosmonauta resolve que, para manter a sanidade, ele terá que se apaixonar pelo ruído. Ele fecha os olhos, vai para dentro da própria imaginação e, aí, os abre. Ele não ouve mais o ruído ... Ele ouve música. E passa o resto do tempo viajando em paz ...

Inserida por Atilabelens

As Lendas da Criação – Conto III
A Era da Vaidade

Houve uma era, não se sabe aproximadamente qual, mas que o homem estabelecia um vinculo muito grande com o reino animal, e que tentando entender sua forma de vida e extinto, fizeram as maiores descobertas que a humanidade pode ousar em fazer. Pensavam que as respostas para nosso comportamento e extinto estavam contidas neles e que a sabedoria dos Céus por algum motivo estaria oculta também dentro deles. E como nada para o homem era suficiente, as buscas pelas respostas o tornava um incansável e até obscuro ser. Com o tempo os animais foram tomando um lugar majestoso nos reinos ocultos, tornando-se Deuses de seus copiadores. O homem atribuiu a cada um deles funções e dons, de acordo com seu extinto de sobrevivência e maneira de comportamento individual e em grupo.
Uma era se passou, tudo estava em perfeito equilíbrio, o reino animal e o humano. Até que um dia, um homem se fez uma pergunta: Por que não existe um Deus com a nossa semelhança? Será que somos tão imperfeitos que não somos dignos de ter um representante a nossa imagem? E começou a espalhar este pensamento duvidoso por onde passava. A cada um que tocava com estas perguntas, o mesmo se pegava em um enorme conflito, e assim, foi seguindo, e cada vez mais pessoas se perguntavam a mesma coisa.
Dúvidas iam surgindo, até que em um momento tiveram um pensamento luminoso: Quem elegeu os animais Deuses? Se eram Deuses porque na Terra não agiam como tal? Se nós somos os únicos seres racionais no mundo, não poderíamos ter sido criados por animais, mas sim, por alguém a nossa imagem.
“Então lhes ocorreu que o próprio homem no passado elegeu os animais e os colocaram na categoria de Deuses e que se assim o fizeram, então poderiam mudar as coisas.”
Naquele tempo já haviam rumores de pequenas cidades que se pareciam com o paraíso na terra, que seus moradores tanto quanto sua arquitetura e cultura se assemelhavam com algo divino, algo que copiaram de uma forma de vida superior a nós, e se não, os próprios Deuses ali estavam, mesmo que não soubessem. Isso se espalhou até as terras mais distantes, e então a reforma do reino divino foi acontecendo, da mesma maneira que havia ocorrido no passado, de homem em homem, de história por história, aos poucos foram atribuindo dons, qualidades e seus defeitos, às características dos Deuses, cada homem e mulher que se encaixasse de forma soberana nessas características, ganhavam o titulo de Deus. A humanidade almejava este posto, uns por questões políticas de poder e outros por pura vaidade. A nova era mitológica se iniciou naquele tempo tão remoto, quem pode, se destacou, quem não, ficou no esquecimento eterno e tudo do pouco que sabemos são contados em histórias até os dias de hoje.
Há teorias que contam que realmente o homem foi descobrindo os segredos ocultos e foram desenvolvendo com aprendizado e evolução a manipular os elementos e dons do espírito, quebrando as barreiras do plano físico e divino. Que muito do que conhecemos foram realmente frutos de suas criações, mas que por algum motivo não se sabe em qual parte da história, seus reinados acabaram não passando de lendas para nós hoje.
E há também teorias de que tudo não passou apenas de uma inversão de valores e morais, distorcidas e preenchidas de ego enaltecido e vaidade extrema. O ponto exato em que o homem se colocou no topo das criações, elegendo-se Deuses de si mesmos, esquecendo-se de olhar e aprender com as coisas simples do nosso mundo. “Como acontece ainda hoje.” Podemos pensar que isso foi bom, afinal as bases filosóficas e culturais de nosso mundo vieram de eras como essas, que conhecemos através de histórias, no entanto até que ponto o ser humano deve ir para atingir a evolução? Até que ponto devemos ir para descobrir a verdade sobre nós e nossa existência? E se não for para sabermos? “Pra eu, mero narrador, tudo não passa de apenas medo. Este que você tem oculto dentro de si. Medo de estarmos sozinhos, medo de tudo ser em vão, medo de não ser o melhor ou fazer o melhor, medo da inferioridade, e outros medos que atinge o coração humano a tanto tempo, e que a Era da Vaidade ainda esta aqui, sob novas formas, novos pretextos e anseios, mas ainda sim aqui.”

Inserida por wesleydiniz

Boa noite meu amigo

Que até na noite conto com ti
Para tu que quando falas de teu amigo , sinto no teu semblante alvissareiro ,
aquele ar brejeiro...
Que só um amigo verdadeiro... tem !!!!!

Amigo ....A recíproca é a verdade
que nem com o passar da nossa idade
conseguimos esquecer !
Amigo........de confiança
Eu sempre te trago na lembrança .....
Pois é só esticar a minha mão num socorro
Que num piscar de olhos ....
Tu vens sem pestanejar !!!!!

Inserida por Rai1945

Eu acho que devemos fazer uma campanha ‘’Não dê um conto de fadas para uma menina’’ ou então dê mas informe a criança que aquilo é apenas uma fantasia.
Hoje em dia é tão complicado viver um relacionamento, acho que o problema maior é que as pessoas não estão prontas para abrir mão das coisas
( no caso da Cinderela ela não tinha nada pra abrir mão, ela vivia num sotão com ratos, nem carreira ela tinha!), é sempre assim ‘’Não tá dando certo, vou dar um pé na bunda’’,a gente sempre bota a culpa no outro.
Ilusões nos dias atuais não dá, vamos encarar nossos ‘’príncipes’’ de verdade e olha-los como pessoas de verdade e , é claro,aposentar o sapatinho de cristal afinal isso é muito brega.

Inserida por lolamarie

Conto por contar onde me perco e onde me encontro guardando meus segredos tão íntimo;
Mas me perguntando onde estar meu amor? E seja como for para amenizara a minha dor;
Deve saber voar por esse céu azul como o chegar do horizonte;
Fingi que não, mas tenha certeza que sim que sabe onde me guardou;

Inserida por JULIOAUKAY

O tempo passa nós amadurecemos aprendemos que a vida não é um conto de fadas, escondemos o sorriso antes estampado a cada segundo no rosto, aprendemos a segurar as lágrimas, esconder as pancadas e engolir o choro.
Nos moldamos conforme o mundo nos permite, mas nunca matamos a eterna criança que existe em nós.
Esperando a hora exata, o momento certo e a pessoa ideal para que voltamos a sorrir novamente a cada segundo.

Have God Always in Your Heart

Inserida por NiloCracker

Estórias

Meus devaneios são reais...em mim
Histórias que eu conto...e vivo
Independente de ser estória
São minhas...em mim
Não há nelas mentiras
Só muita imaginação
De quem não tem uma história
E faz a sua própria estória
São devaneios que me fazem viver
E ser feliz com o meu jeito...de ser
Não diga que são mentiras
São apenas verdades minhas
Eu sou discípula de Clarice
E sonho acordada com uma realidade
Que eu mesma criei pra mim
Não sou mentirosa
Apenas sonhadora incorrigível
E faço dos meus sonhos histórias
Nascidas de uma estória
Que eu conto e acredito
Ser real...ainda que só em mim

Inserida por Nanevs

Minha Verdade

Eu sou aquela garota boba, que um dia acreditou em conto de fadas, aguardando seu príncipe chegar.

Amei tanto alguém, esquecendo de me amar, hoje meu amor próprio passeia, sem pressa de voltar.

Meus olhos marejados, cansados de chorar, coração sem resposta, não quer mais tentar.

Mas se necessário for, serei feliz sozinha, me sentirei plena, farei da solidão minha amiga, pois ela me acompanha sempre.

Se enfim, se cansar de mim, saberei, chegou a chance de ser feliz!

Inserida por LarahLis

Um conto de fadas

Vejo minha vida com felicidade
Nos dias atuais,
Pois da tristeza não sinto saudade
Sinto que meu coração está em paz.

Não só comigo mesmo,ou com a vida
Mas sim com a alegria
Que com o tempo vem sendo obtida
dia após dia.

Vejo um sorriso como o seu
Me dá vontade de te abraçar
E quando seu corpo está perto do meu
É inevitável a vontade de te beijar.

Nessa vida temos de batalhar para ter,
E eu cada vez mais quero você.
Digo porque acredito na verdade:
Nada que vale a pena vem com facilidade.

<3

Inserida por RainMaker007

Quando te conheci, foi como se estivesse vivendo um conto de fadas, tudo era mágico pra mim, ria à toa e tudo era motivo de alegria pra mim.
Estava tão apaixonada por ti que não cabia em mim de tamanha felicidade, minha vontade era gritar aos quatro cantos do universo que havia encontrado o meu amor, em mim crescia uma força súbita e só aumentava mais e mais, os dias foram se passando e meu amor por ti aumentando, toda vez que te encontrava era como se estivesse vivendo um conto de fadas, o momento era sublime, seu beijos eram intensos e apaixonante.
Hoje vejo e afirmo que todo paraíso tem seu céu, mais abaixo do céu também existe um inferno.
Você foi tudo: Paraíso, inferno e céu!
Te amei muito e com a força desse mesmo amor irei te arrancar do meu coração! Meu coração não é platéia pra ficar na arquibancada esperando, nem palhaço pra ficar vendo alguém brincar e rir dele, sou como um cometa raro, sou como a estrela radiante! Minha parte cometa vai tirar você do meu coração numa velocidade impressionante!

Inserida por Arenilda2012