Concreto
Um objetivo concreto na vida é o que falta para a maioria das pessoas que se preocupam com os outros. O ser humano precisa de uma motivação para viver, se não encontra um sentido para sua vida, acaba se preocupando com as conquistas de quem está lutando para vencer. E essa postura é ruim! Faz mal para todos que procuram viver em harmonia. Assim, se não tiver nenhum objetivo em mente o caminho é encontrar um e fazer o bem!
TRISTEZA MARAVILHOSA
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Rio de Janeiro,
sob teu corpo de concreto
teu santo padroeiro
dorme, como um feto.
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Ainda não nasceu, teu santo,
ainda é cedo para o milagre;
e a lágrima doce do teu pranto
não é vinho, é só vinagre.
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Baía de Guanabara,
como mente o teu postal.
Vejo fome em pau-de-arara
sob a camada social.
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Queria entender teu segredo,
tua miséria, tua mentira;
mas o que vejo é o degredo
que escapa da tua mira.
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Seres humanos migratórios
compelidos à mudança
cujos mortos compulsórios
são produtos da esperança.
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Rio, Deus te abençoe,
e do alto do Corcovado
em pedra o Cristo nos perdoe
por teu índio dizimado.
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Cidade Maravilhosa,
herança dos guaranis...
na tua culpa misteriosa
guarda a lembrança dos brasis.
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Rio, cidade poesia,
olha teu negro na construção;
não lhe conceda alforria:
tu és a própria escravidão.
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Rio, alguém que tardia
espreita em teu carnaval;
sobre a tua fantasia
jaz a beleza de um postal.
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Rio de Janeiro,
teu caminho não é reto;
ao sul do teu cruzeiro,
um voto vira um veto.
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Ainda não nasceu teu quebranto,
ainda é cedo para o céu;
e a cachaça do pai de santo,
não é néctar, é só mel.
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[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Insurgência, 2023]
Na calçada onde o concreto se racha,
Sob passos apressados, vejo figuras:
Mendigos, esses monumentos esculpidos pela dor e pelo abandono,
Partes da paisagem, sombras de aversas.
Estátuas esquecidas em praças que ignoramos,
Com rostos e histórias, mas nós, indiferentes,
Passamos como se o tempo não os reclamasse,
Mergulhando na rotina, nas horas lentas.
Hoje me interrogo: o que é ser visível?
A roupa que visto, o bem que acumulo,
É só camuflagem, armadura que me isola.
Sob essa fachada, frágil e cativa,
Sinto a tênue linha entre ser e não ser. Vida miserável...
Eu, que me nomeio alguém, sou apenas um rosto entre muitas máscaras,
Um nome sem significado na memória do mundo.
Se eu me apagasse, quantos chorariam a ausência?
A vida seguiria, indiferente às minhas lutas.
Um mendigo cai, e a rua devora o corpo,
Com a mesma indiferença que o ignorou em vida.
Passam as gentes, a calçada permanece,
E a vida avança, sem pausas, sem lamentos.
A invisibilidade é pena pesada;
E eu, tão próximo desse triste destino,
Percebo que o meu endereço é só um nome,
Uma casa, talvez, mas não um lar.
Fernando disse sabiamente: “Hoje não há mendigo que eu não inveje,
Só por não ser eu.” Na imensidão citadina,
Todos somos mendigos, de afeto, de memória, de um sentido,
Buscando ser vistos, mesmo que por um breve instante,
Nessa profunda solidão que é viver.
Existem problemas sérios,
que devem ser enterrados e soterrados com bastante concreto armado acima, pois não se deve sair ou nascer nenhuma dúvida que se existiu um dia, não se falo de segredos, que são impossíveis de deter...mais de problemas.
O homem tem construído e acreditado no que é concreto e natural. É preciso adotar a sensibilidade e libertar o imaginário, a fim de estabelecer sonhos e crenças que vão além do que é possível e alcançável.
Nada na vida é tão concreto quanto a vida e a morte. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Socorro, quero minha mãe, um útero quentinho, um colo com leite morno....... quero a parteira que ajudou a me parir. Não dá? Ok, fico com a poltroninha de cimento mesmo, a vida é assim. Eu amei a dita cuja, na sua rigidez pareceu-me confortável.... OS dias estão tão, tão, tão inomináveis..... que, gente, é assim: vou jogar umas almofadas fofas, uma manta colorida e dizer que uma poltrona de concreto é o supra-sumo (se tem hifem ou não? Caramba, o que é um hifem diante da concretude de tudo!) do sonho de consumo. Vou sentar e ficar com a boca escancarada e cheia de dentes esperando a morte chegar.....
De acordo com as minhas realizações, um novo passo se fixa ao solo da experiência, e algo concreto se forma assegurando-me que sempre valeu a pena. Ainda ontem a Dúvida, hoje Certeza de que nada acontece por acaso. Em um Simples olhar, e com uma simples história algo se concretiza com muito significado. Não sei se houve reciprocidade. Talvez seja pouco demais pra quem merece muito, muito mais. Não sei se por fragilidade humana ou efeitos daquilo que não conseguimos explicar, só sei que nos desliga da realidade alguns segundos, e consegue desconcertar e tornar confuso o que antes era o mais Racional. Dizia o Poeta: _ “O verso tem reverso para que possa ser verso, o perto tem distância para que possa ser perto, o de graça tem seu preço para que possa ser de graça, o problema tem que ter uma solução pra que possa ser problema.” Da mesma maneira afirmo: O INESPERADO aconteceu pra que eu pudesse entender que não era INESPERADO. O Futuro me reserva surpresas positivas e negativas, positivas quando conseguem me motivam a escrever e deixam marcado no subconsciente dos meus sentimentos. Negativas quando não tive tempo o suficiente pra demonstrar nem a metade do quanto experiências podem me fazer crescer, o importante é acordar, olhar o Sol, Sentir a Brisa Provinda das árvores e poder dizer, valeu, vale e sempre valerá a pena.
Não há amor que cresça sem convivência. Se houver amor mas o convívio jã não for concreto, um dia ele há de acabar.
Fé é trocar segurança num poder "concreto" deste mundo pela confiança, mesmo às vezes insegura, em um poder "abstrato" de um mundo invisível.