Concreto
o destinado a durar muito agora acaba em minutos,
quando destino é concreto faz-se dele traço reto,
desvendado grita mudo esculto surdo força o estudo,
quando posso fasso tudo mas não me deixe ficar lucido,
transtornado mais o tático tens pensado que tá facil,
nesse baralho estátistico quem tira as carta não é mago
(...)
EDIFICIO
Edifício diante de tanto concreto
Não sentir-se abstrato...
Edifício diante de tanta opulência,
Não sentir-se humilhado...
Edifício diante de tanto luxo,
Não sentir-se miserável...
Edifício diante de tantos espelhos
Não sentir-se desfigurado...
Edifício diante de tantos andares,
Não sentir-se sem passos...
Edifício dentro do elevador não sentir-se
Rebaixado...
Edifício diante de tantas câmeras
Não se sentir marginal...
Edifício no jardim não se sentir
Um gnomo...
Edifício na cobertura
Não se sentir um sem teto...
Edifício diante de olhares
Não se sentir um suspeito...
Porque no “é difícil” onde moro,
São fáceis os sorrisos, a hospitalidade,
a amizade...
A vida... Essa mistura de suor de sangue com mingau de concreto, nesta desconcertante passagem do tempo através desta caminhada de dores pelo deserto desses anos.
E eu que achava que meu jardim seria só concreto
Houvera um grande engano de certo
Engano esse que passo a me enganar cada vez mais
E nesse engano eu me embolo até não poder mais
Gosto tanto de me enganar! (Trechos do Poema '' Engano)
A vida é a oportunidade de estarmos
De fazermos e criarmos
É a chance se fazer concreto
O que sua alma pede
Você era real e o que eu senti foi verdadeiro, o que era concreto virou surreal e o que foi verdadeiro virou pedaços de um coração partido, e você? Você se tornou a brisa de um vento leve e confortante, que trouxe seu calor momentâneo e foi embora deixando saudades de algo que não era meu, mas que eu queria que fosse eternamente do meu coração.
O amor nasce como um muro de concreto Seguro e duro por dentro ,mas quando se desenvolve se torna como a água mole e transparente e não ser pode mais conter.
Amor concreto
Embora eu doe todos os meus bens para alimentar os pobres, e que eu dê meu corpo para ser queimado, mas não tenha amor, isso não me serve de nada. - 1 Cor. 13: 3
A história é contada por um psicólogo infantil que passou muitas horas construindo uma nova entrada de automóveis em sua casa. Logo depois que ele alisou a superfície do concreto recém derramado, seus filhos pequenos perseguiram uma bola pela calçada, deixando pegadas profundas. O homem gritou atrás deles com uma torrente de palavras raivosas. Sua esposa chocada disse: "Você é um psicólogo que deveria amar crianças." O homem irritado gritou: "Eu amo crianças abstratas, não concretas!"
Eu ri do suposto incidente e gemi com o jogo de palavras, mas a história soou verdadeira para mim. Embora eu concorde, em princípio, com o conceito de amor que se doa, eu me vejo falhando em expressá-lo às pessoas com quem vivo e trabalho diariamente.
Primeiro Coríntios 13 descreve o amor cristão em termos de sua expressão tangível: “O amor sofre por muito tempo e é bondoso; o amor não inveja; o amor não se desfaz, não se incha; não se comporta de maneira grosseira, não busca o seu próprio, não é provocado, não pensa no mal ”(vv.4-5).
Como teoria, o amor não vale muito; como prática, é o maior tesouro do mundo. Quando pegadas estão na calçada, as pessoas descobrem se nosso amor existe em abstrato ou em concreto.
Siga com passos reverentes o grande exemplo
Dele, cuja santa obra estava fazendo o bem;
Assim a vasta terra parecerá o templo de nosso Pai.
Cada vida amorosa é um salmo de gratidão. - Mais branco
O amor é um verbo ativo.
David C. McCasland
A beleza.
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A beleza! A beleza ou ser belo é uma busca do ser humano pelo concreto. E olha que tenho olhos adestrados para ela. Na Bíblia, no Antigo Testamento há diversas narrações sobre a beleza de certos personagens: José, Moisés (quando um bebê), Sara, Bate-Seba, Davi, Saul, Absalão _que foi colocado como nunca visto homem tão lindo no mundo_, Tamar..., mas na mais absoluta maioria, a beleza deles não os ajudou muito, retirando Moisés do páreo, eles sofreram mais que beneficiaram por sua beleza.
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Eu tenho ouvido demais ultimamente a ligação da beleza à juventude. Eu também acho. Só que acho que o corpo de cada um apresenta sua beleza de acordo com sua faixa etária. Mas a verdade dos fatos é que jamais a beleza física em si se sustenta. Fica fácil de explicar para quem trabalha com propaganda. Uma propaganda enganosa gera desprezo das pessoas pelo produto. Então pensando em mim e você como produto: _ Não nos tornemos produtos!
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O ser humano é dotado de dons, de uma beleza que transcende ele mesmo. Não confie na sua beleza. “Maldito o homem que confia no homem e faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!.” Jeremias 17:05. Não há ninguém belo que resista a falta de perspicácia. Não existe ninguém tão bonito que se sustente em sua arrogância. Mas existem pessoas obesas, baixas, mancas, que se tornam lindas porque fazem do nosso dia a dia um jardim de gentileza e sorrisos.
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Eu nunca me acreditei numa mulher bonita, agradeço a Deus por isso. Quando me perguntam o que faço para manter a forma _ geralmente quem me pergunta isso são meus amigos homossexuais _ eu respondo: _ Nada. Eu apenas cuido da saúde! _ Agora, não nego, envelhecer é difícil. É saber que a gente não tem mais aquele tempo que a insensatez dizia que tinha. Não sei se para o homem ou para a mulher é mais difícil, mas só sei que é. É a proximidade com o fim. Mas aí de novo eu estaria confiando no meu próprio braço, quem sabe a minha hora além de Deus?
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Como arquiteta, eu acho que o que é realmente valoroso não envelhece, se torna mais belo. A Capela Sistina, o Traçado de Brasília, a música Aquarela do Brasil. Também acredito nisso nas pessoas. Acredito que eu posso ser bela aos cinqüenta, não como uma garota de vinte, mas como uma mulher de cinqüenta. Existe uma conhecida minha, Enide Foizer, que um dia me escreveu num site de relacionamentos que queria ter a metade dos meus dons. E eu queria saber cantar pelo menos a metade do que ela canta. Ela é uma mulher muito bonita, com a beleza compatível a sua idade. Não faz mal fazer uma plástica se algo nos incomoda. Mas me faz muito mal ver gente perseguindo a juventude como se ela fosse capaz de trazer o tempo perdido. Eu prefiro parar para refletir e pensar nas minhas escolhas erradas; nas minhas covardias e o porquê de querer voltar atrás. Quem sabe assim, consigo prosseguir com uma mudança de vida.
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E finalizando, sabe quem nunca foi bonito como está descrito na Bíblia? Jesus! Ele não foi um homem bonito. E olha que o padrão de beleza naquela época significava o mesmo conceito de hoje: aquilo que se diferencia. O homem belo daquela época tinha de ser um homem mais forte, alto e geralmente mais ariano. O que Jesus não era. E nem por isso Ele deixou ou deixa de ser apaixonante!
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“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.” Isaias 53.2
20/04/2012
TRISTEZA MARAVILHOSA
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Rio de Janeiro,
sob teu corpo de concreto
teu santo padroeiro
dorme, como um feto.
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Ainda não nasceu, teu santo,
ainda é cedo para o milagre;
e a lágrima doce do teu pranto
não é vinho, é só vinagre.
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Baía de Guanabara,
como mente o teu postal.
Vejo fome em pau-de-arara
sob a camada social.
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Queria entender teu segredo,
tua miséria, tua mentira;
mas o que vejo é o degredo
que escapa da tua mira.
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Seres humanos migratórios
compelidos à mudança
cujos mortos compulsórios
são produtos da esperança.
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Rio, Deus te abençoe,
e do alto do Corcovado
em pedra o Cristo nos perdoe
por teu índio dizimado.
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Cidade Maravilhosa,
herança dos guaranis...
na tua culpa misteriosa
guarda a lembrança dos brasis.
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Rio, cidade poesia,
olha teu negro na construção;
não lhe conceda alforria:
tu és a própria escravidão.
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Rio, alguém que tardia
espreita em teu carnaval;
sobre a tua fantasia
jaz a beleza de um postal.
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Rio de Janeiro,
teu caminho não é reto;
ao sul do teu cruzeiro,
um voto vira um veto.
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Ainda não nasceu teu quebranto,
ainda é cedo para o céu;
e a cachaça do pai de santo,
não é néctar, é só mel.
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[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Insurgência, 2023]
Na calçada onde o concreto se racha,
Sob passos apressados, vejo figuras:
Mendigos, esses monumentos esculpidos pela dor e pelo abandono,
Partes da paisagem, sombras de aversas.
Estátuas esquecidas em praças que ignoramos,
Com rostos e histórias, mas nós, indiferentes,
Passamos como se o tempo não os reclamasse,
Mergulhando na rotina, nas horas lentas.
Hoje me interrogo: o que é ser visível?
A roupa que visto, o bem que acumulo,
É só camuflagem, armadura que me isola.
Sob essa fachada, frágil e cativa,
Sinto a tênue linha entre ser e não ser. Vida miserável...
Eu, que me nomeio alguém, sou apenas um rosto entre muitas máscaras,
Um nome sem significado na memória do mundo.
Se eu me apagasse, quantos chorariam a ausência?
A vida seguiria, indiferente às minhas lutas.
Um mendigo cai, e a rua devora o corpo,
Com a mesma indiferença que o ignorou em vida.
Passam as gentes, a calçada permanece,
E a vida avança, sem pausas, sem lamentos.
A invisibilidade é pena pesada;
E eu, tão próximo desse triste destino,
Percebo que o meu endereço é só um nome,
Uma casa, talvez, mas não um lar.
Fernando disse sabiamente: “Hoje não há mendigo que eu não inveje,
Só por não ser eu.” Na imensidão citadina,
Todos somos mendigos, de afeto, de memória, de um sentido,
Buscando ser vistos, mesmo que por um breve instante,
Nessa profunda solidão que é viver.
Onde e quando nos pomos no fim mais último? — morrer é morrer-se num lugar e numa data, um concreto mítico que em nós vamos incorporando. O fecho da narrativa contada, o começo da narrativa eternamente emudecida: a da terra, a do corpo, a do pó.
O conhecimento é concreto, experienciado e cristalizado. O que está no mundo sensível, é frágil, e tende a se esfarelar/desintegrar com o tempo. O conhecimento é uno? Ou múltiplo? A verdade é alcançável? Acredito no que me fortalece.