Coleção pessoal de zacarelli

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Plantei uma rosa no deserto do meu coração, porém para que ela sobrevivesse reguei-a com as lágrimas da gratidão

Não tenho um vintém em meu bolso, aliás, nem bolso eu tenho, se tivesse guardaria o teu coração

O jogo da sedução é uma aposta de risco, ganha quem aposta o seu corpo e perde quem aposta o seu coração

Vivo por te amar, a independência do meu coração! Morro por te deixar; O livre arbítrio da minha ignorância

O sarcasmo da religião é te fazer acreditar naquilo que você não vê; Quando muitas vezes você não acredita naquilo que vê

A vingança é um prato que se come frio, porém se ainda morno pode te causar uma reação indigesta

Se amar for sofrer, então estarei condenada a perpetuidade em um calabouço obscuro; Algemada indefesa e sem tribunais para um acerto de contas

Tenho por alguns segundos a escolher os olhos que irão ao meu lado apontar a direção; Tenho por uma eternidade a desvencilhar as armadilhas as quais colocarem os pés do meu coração

Encerrados estão os meus olhos na prisão, para que possa te ver em pensamentos e apalpar-te com os dedos da imaginação

A cada dia se renova o espírito do homem, a cada dia uma oportunidade pra se fazer diferente

ESPINHO NA CARNE
Calei-me por um momento
Quando me perguntastes sobre minha tristeza
Fitado por alguns segundos
Tentando achar onde estou
Então me procurei no futuro
Apressei-me, a saber, que ali não estava
Então me procurei no passado
Confesso foi terrível as lembranças
Ao rever meu corpo violentado
Pelas marcas da ingratidão
Vi também meus olhos surrados
Por lágrimas que chicotearam minha face
Por causa de palavras vãs
E lábios fingidos
Não puderam compreender tamanha dor
Retornei rapidamente ao meu subconsciente
E percebendo que ainda me olhavas
Calei-me por outro momento
E senti que com o toque singelo
Dos teus dedos
Buscavas atingir o meu corpo
Mas sei que por mais brando
Que pudesse ser
Seria inevitável não tocar as feridas
Busquei confortá-la
Ao explicar a beleza de uma flor
Que na sua beleza
São repletas de espinhos
Basta apalpá-las e senti-las
A palma das mãos machucarem
E nem sequer lembramos seu perfume
Talvez nem sua cor percebamos
Somos parecidos ao sentirmos dor
Então observastes minhas palavras
E no silêncio deste momento
Calastes por um instante
Quando te perguntei sobre tua tristeza.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Novembro de 1997 no dia 04

DESERTO INABITÁVEL

Calmo, insuportável e monótono pensar...
Onde se faz noite meu entardecer
Onde reconheço este meu pesar
Dor incalculável do meu ser
Meu corpo não sei bem certo
Ferido, desprovido de desejos incorretos...
Deserto inabitável de segredos e lar perverso
Tenho tamanha admiração e tristeza no coração
Qual estrada comprida e abrigo no sótão
São tantos chãos e mares sem razão
Não se pode descrever nem explicar a solidão
Sangue derramado nas areias da dor
Ironias desta vida desencontros do amor
Deveras estas dunas tivessem sentimentos
Mas sois corpos minúsculos, vulneráveis e ventos...
Pobres areais sois injurias e lamentos
Não podeis conhecer o final desta estrada
São avenidas de veias sofridas
Nem o sol nem o mar é maior que o desengano
Então por que fazermos planos
Todos caminhos são inversos de compaixão
Recordar talvez seria plantarmos uma flor
No deserto inabitável deste nosso coração.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2002 no dia 21
Itaquaquecetuba (sp)

ANDARILHOS NA TEMPESTADE

Andarilhos na tempestade
Caminham sem vaidade
Em busca de algo que os surpreendam
Um grito preso na garganta
Caminham sozinhos
Sem alguma esperança...
Andarilhos na tempestade
Distantes da verdade
Lado a lado com a realidade
Caminham como crianças
Um nó preso na garganta...
Andarilhos destemidos
Caminham sem destino
Em busca da porta da percepção
Algo que conforta o coração
Andarilhos sem razão...

Andarilhos na tempestade
Caminham sem destino certo
Como cães jogados sem osso no deserto
Rompendo barreiras em busca da liberdade
Andarilhos da saudade...
Andarilhos na tempestade
Caminham sem vaidade
Pensamentos escondidos
Entre o amor e a guerra
Andarilhos divididos
Desta força que os supera
Andarilhos iludidos
Caminhando sobre os trilhos
Renegados da paixão
Desarmados e despidos
Pobres andarilhos
Que caminham sem razão.

Pelo autor Marcelo H. Zacarelli e Marcelo Martins
Agosto de 2001 no dia 14
Itaquaquecetuba (sp)

A FRAUDE DE UM QUADRO

Seria fraude do pintor
Ou seria tal pincel subordinado
Para que atentasse à beleza deste quadro
De mãos tremulas intermináveis
Oculta em seu conteúdo duvidava...
Causando um narcótico premeditado
Sobre a exuberante obra do pintor
Artista habilidoso, submisso e vaidoso...
Subsecivo ao decifrar tamanha exatidão
O seu pensamento inepto e inerte
Incontrolável pela obsessão
De um sentimento estranho
Seria o tal insensato, entusiasta ou banal...
Em seu conteúdo contestado
A exposição dos amantes imaginários
O rosto triste de uma criança que sorria
O boêmio narciso na qual descansava
Nos seios da mãe prostituída
Um curioso milionário
Não entendeu tamanha revelação
Pois comprou a obra-prima sem explicação
Na malicia do pintor
Talvez estivesse a resposta
Inconformado e impaciente
O comprador questionou!
Não o sorriso da criança
Mas da mãe a visível apreensão
Ao longe esta ouvira dizer
Promessas de um político em ação...
Replicou o comprador!
Não vejo nenhum político senhor
Treplicou o insolente pintor!
Não reparou que todo político
Esconde-se por trás de suas palavras.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Maio de 2002 no dia 03
Itaquaquecetuba ( SP )

A NOSSA TRILHA
Produzido por zacarelli


As pessoas se entusiasmam, outras duvidam...
Não cruzemos os braços agora
Estamos no circulo do nosso limite
No ápice do acreditamos.

Há um pouco de nossas pegadas naquela trilha
Há um pouco de nossa alma naquela ilha.

As portas ainda estão abertas
Muitas pessoas passam Por ela
Devemos continuar com a nossa missão
Com a nossa força e auto crítica.

Tudo que temos é o que carregamos conosco
Seria talvez a hora de aceitar a ajuda de um estranho
Dê um gole nesta bebida
Sinta o amargo que é duvidar
Só não perca a sensibilidade dos teus passos
Não deixe jamais os rastros dessa trilha se apagar.

Há um pouco de nossas pegadas naquela trilha
Há um pouco de nossa alma naquela ilha.


Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli

Mauá fevereiro de 2006 no dia 26

MADEIRO EM VÃO

Ao pé da cruz lamúria e ostentação
Hipócritas curvados ao nazismo
A irônica coragem do iconoclatismo
Diante do madeiro obedecendo ao alcorão.

Ao pé da cruz a valentia do pecador
A ordem e progresso constitucional
Não esclarecidas da bandeira nacional
Da corja dos políticos em estupor.

Ao pé da cruz a lembrança do calvário
Antihipocráticos da impunidade
Que fazem estéticas da humanidade
E mancha o sagrado manto sudário.

Ao pé da cruz o olhar do cristo incrédulo
Do mentor da justiça à esquerda crucificado
Do que rouba o pão à direita mutilado
Das feridas sobre o pulso do fincado prego.

Ao pé da cruz as lágrimas de Maria
A sociedade alternativa de pilatos
Seguidores envergonhados de seus atos
Do ignorado cristo crucificado todos os dias.

Ao pé da cruz tristeza e lamentação
O desperdício de sangue no madeiro em vão
Servirão de aviso pelo cristo sofrido
Aos predestinados filhos da condenação.

Pelo autor Marcelo Henrique zacarelli / 15/abril/2002

ESTRUTURA DE UM LOUCO

Minha vestimenta
Não é de linho caro, nem raro...
Nem minhas alparcas de aço
Porém caminho descalço
Com minhas próprias pernas
Na areia do meu rastro, sem cansaço!
Carne, ossos e pele...
Oferecem-me como sustento
Mas se me faltar o pão?
Tudo isto se torna
Estrutura de um louco...
Dotado de um pensamento
Que é só meu
Às vezes pego por empréstimo
A ideologia de outros
Meu valor não está em meus bens
O meu mal despertou
A malícia de alguém
Alguém que confronta meu espírito
E do meu sangue quer beber...
O menor dos inteligentes é prudente
Não experimenta
A sabedoria dos deuses
O perigo está no poder
Por não saberem dosar
Da maldade constituída
Da mente ao coração...
A guerra trás paz aos que morrem
Então vamos lutar contra o sistema
Pois a morte não separa da dor
Esquarteja os nossos corpos
Evacua nosso suor
Lutemos contra tudo e todos
Contra nossa própria consciência
Que nos trai deste nosso amor.

Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli
Janeiro de 2003 no dia 06
Itaquaquecetuba ( SP ) Ideologia e Pensamento

ESQUIZOFRENIA

Turvo-me aos meus sentimentos
E me questiono surpreendentemente
Quem eu sou?
Por que estou aqui?
Por que você me olha assim
Como se eu não fosse nada?
Gesticulam os meus dedos,
Sinto-me tremulo, não é o frio!
Estático por algum momento,
Olhos me vigiam de longe
Eu posso sentir de perto,
Bocas que zombam de mim,
Mas a vida não acabou
Este pobre coitado
Que anda atrás de mim,
Para onde vai?
Que fazes por aqui?
A vida te trapaceou,
Olha pra mim, não estás sozinho!
Surpreendentemente sigo teu caminho,
Não vai me dizer que ela te deixou,
Por este mesmo motivo
O álcool é meu amigo,
Mas podemos superar juntos
A tristeza da falta de alguém,
Descermos e subirmos escadas
Passear ao parque
Jogar conversas fora
Não importa se estão nos vendo
Sempre caçoam de nós,
Por causa dela, engraçado!
Tenho a impressão de que grito
Mas ninguém ouve, ou finge não ouvir...
Esta noite quero conversar com meu travesseiro...
E debaixo do meu cobertor, amigo...
Sozinho. Desde que ela me deixou,
Acontece-me estas coisas,
Nem me conheço mais,
E às vezes me vejo parecido com você.


Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village Outubro de 2008 no dia 20