Coleção pessoal de YuriMeireles

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Oh! Porteiro do céu,
Permita-me falar com o pequeno pastor
Para tocar uma canção para meu amor
Uma doce melodia, alegre e poética.
Contratar-te-ei para tocar para ela
Todas as manhãs.
Veja, meu amor, a flauta do pastor que tocará para ti.
Alegra-te sempre, pois és tua essa melodia perene.

Vivo dias de chuva nas belas primaveras de minha vida;
Chuva de tristeza e desalento.
Dor que faz meu coração sangrar,
Dor essa, que não está doendo;
Vou ao inverno de meu ser
para mostrar o verdadeiro eu,
Pois deves analisar o homem ali,
Não nas suas belas e floridas primaveras.

O silêncio de minha cabeça é ensurdecedor.

Flor Cadáver

Flor cadáver,
Libere seu perfume maldito
Naqueles que se denominam
Inimigos meus.

Oh! Flor podre e insana,
Habitas em solo profanado
Feitos por homens de alma negra.

Realiza teu baile fedorento!
Junto dos sujos e burros,
Será a carnificina dos maliciosos,
A crença estuprada dos ignorantes.

Flor bela, teu hálito podre encanta-os
Prende a ti os porcos loucos
Que nas sarjetas vivem.

Flor do pecado, sei que te amo, mas não te quero. Placebo profano que insiste em casar comigo a qualquer hora, dia, mês e ano.

Hoje nos abomino, pois o atroz pecado saboroso habita em mim e lambe o meu coração.

Onda maldosa e dolorosa de prazeres insanos e profanos, de uísques e cigarros que um a um destroem meu lado humano.

Flor podre, tu despertas em dores de parto o perfume da morte como a fragrância da dor.

Flor Maldita

Embora tivesses tu,
Pisado em solo profano
Sentia-se a alegria virginal
Que só existe em ti.

Doce pecado maléfico,
Que andas perambulando
Pelas covas do cemitério maldito
Com o mel sujo de sangue.

Ah! Carnes amáveis,
Fujam de minha presença;
Pois odeio amá-las.

Flor maldita e abstrata,
Por que corrói meus ossos e
Carnes com teus amáveis beijos?

Existem sonhos e desejos que não devem, de maneira, sair da caixa.
Insanos pensamentos de Romeu velho, que corriam, e pulavam, e gargalhavam dentro de minha mente.
Alma de poeta maldizente, como aquele boca do inferno que diz: ah! Pensamentos, vocês estão encarcerados nessa prisão perpétua.
Ela que insiste em se quebrar, vive latente e maldizente. Como um doce epitalâmio proibido.

Hoje o céu está derramando lágrimas; de risonhas ternuras a momentos de fraqueza, risos e choros.

As loiras que me perdoem, mas morena é essencial.

Só olhamos para o chão depois de já termos pisado no cocô do cachorro.

Tantas flores sem um colibri, e as rosas com várias cores, sabores, e até vários amores

Hoje o tempo está com cheiro de passado; doce e enjoado.