Coleção pessoal de WebertGomes
Não sei mais conviver com o resto dos bichos. Eles me ameaçam por ignorância e eu os ameaço pelo mesmo motivo.
Eu tenho razão! - dizendo isso, trapaceou-se com a própria concepção de que se ter razão é o caminho final do saber.
Dois solitários em companhia não estão juntos. Só experimentam da solidão um do outro sem se separarem.
O meu comum se torna estranho para o mundo ao passo que o deixo falar. Mas prefiro meu silêncio: ele confessa tudo.
Sou-me ao passo que consigo ser também a quem o outro me é. Afora isso, sou o mesmo, mas um ser em solidão.
Tenho me resguardado de mim mesmo. Minha mente astuta não se casa com o coração. E o coração o tempo todo só pedindo perdão
Eu choro. Choro antes por dentro. As inundações submergem meus órgãos, sobem à superficie e sinto o transbordar de mim.
Vontade de morrer de tanto viver. Sobressalto-me assim e respiro o ar da vida que por mim adensa os pulmões. Quem sou depois disso?
Tudo na vida é um caminho para se seguir com outra pessoa. Mesmo que outrem seja só o outro "eu" de mim mesmo que ainda não deflagrei.
A vida é um amontoado de coisas sem nome. Inclusive eu - não me chamo vírgula, sou aspas com um ponto de interrogação em reticências.
O que está por trás da porta pode assustar a quem por ela não quer entrar. Por isso às vezes me fecho: para não assombrar àquele cujo interesse não passa da minha porta de entrada.