Coleção pessoal de Waninharaujo
Passou é passado
Acabou, tá acabado
Nada tem volta
A vida é um rio
Só corre pro mar
Socorre aflitos
Que têm a chance
De continuar a navegar
Protege infinito
Mãos dadas com o ar
Águas mansas densas
Corredeiras cachoeiras
Turvas brancas
Lá vai a vida
Lá vai o rio pro mar
Se rebela se de ti aprisionam as margens
Não
Não me prendam
Me deixem passar!
De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!
Quase tudo que realmente chame sua alma vai te tirar do caminho certo e consistente que outros milhões cavaram do desconhecido. Nunca sera razoável viajar, viver pela arte, amar quem você ama. Sempre terá um motivo para não faze-los, alguma outra coisa que você possa ou deva estar fazendo com o seu tempo. Algumas vezes, na tentativa de fazer sentido com nossas vidas, nós acabamos mais perdidos do que nunca, porquê amor não é lógico, prazer não é lógico, paixão não é lógica. Você tem que achar a coragem para pintar fora das linhas que você uma vez desenhou para si mesmo.
Um belo dia você resolve
que não vale mais a pena
e as pessoas simplesmente
desaparecem de sua vida
te dando a certeza do que você,
sabe-se lá como e porquê,
supunha saber.
Até esse dia
você traduz em sorrisos
os devaneios do Ser,
o que você realmente é.
Quem os recebe,
e se contenta com eles,
nem sempre consegue perceber
a opacidade do olhar,
principalmente
quando as almas discursam
idiomas incompreensíveis
umas pras outras.
é
madrugada
la fora noite fria
êrrê madrugada
absorve
consome
seduz
não ouso Teu nome
não uso Tua foto
ouça meus ais
lamentos de dó
momentos de dor
descanso em ti
noite escura
revejo meu dia
componho meu verso
invento o inverso
encontro
sei quem é
sei que - Tu - É
Fonte de minha embriaguês
meu ópio
Estrela a me guiar
Minha fé
é só
É.
e se por vergonha ou medo
decide manter segredo
segrega enredos
entre protagonismo e claque,
adoece o corpo
entorpece a alma
milindra-os;
enquanto a mantem prisioneira de sonhos nunca d'antes (nem doravante) realizados
eis que ele, o corpo,
já desguarnecido de sua bela plumagem
cede, exaurido, triste e só!
Quase
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Estud…ando
Evolu…indo
Crê…sendo!
Mente e ira
Mente e ego
O ego mente
Só mente
Escuta as batidas
do coração
Sente o ar entrar
no pulmão
Deixa flu…ir
Ac’alma a mente
Calmamente
Somente
Só tal vez!
Me lembro de coisas vividas
Tentando não trazer pra vida
Alguma vez que pensei ser ouvida
Alguma vez que senti ser ousada
Uma tal vez que senti ser usada
Tudo que já não me serve pra nada
Hoje eu não diria
O que eu disse um dia
Diante de tanta hipocrisia
Minha utopia
Faz uma ode à ironia
De quem outrora temia
Ora ampara a tirania
Morre crença renasce confiança
Esperança
Nao há dúvida que a fé não vença
Nao há tempo sem presença
Quem espera … morre sentado
- em pe, cansa -.
Quem sabe faz Agora!
Passaro livre
Livre se vive
Vive de bem
Bem te vi
Te vi
Tive
Voou
Voou
O que fizeste das tuas asas?
Aprisionou-te o medo
Ou perdeste a vontade de voar!
Tirou a máscara se despiu da fantasia
O que era amor chamou de ironia
Me tirou a alegria
Não tenho mais seu bom dia!
Toda nossa conversa
Os papos que a gente ria à beça
As histórias : nossa festa
Você não está mais nessa!
Passear de mãos dadas não rolou nem convite
Tampouco foi com ferro ou açoite
Então nem sei como pôde
Também não é mais meu seu boa noite!
Você que ouviu meus segredos
Soube todos os meus medos
Fugiu de medo de mim
Fim
Né nao? Né sim.
O que eu tenho é meu
Não importa quem deu
(Se foi alguém ou se fui eu)
Caminhos de rosa e escória
Fazem parte da minha historia!
Memórias tatuadas
Viagens que no tempo marquei
Lembranças registradas
De tudo que vivi e amei.
Caminh’ando
Crê’sendo
Voo’indo
Um dia triste outro só’rindo!
Eu conto : saudade de contar meus “causos”.
Meu cachorro Branco passou mal ontem, tadinho. Sujou a varanda e jogou o tapete por cima, o levado. Faz bagunça e esconde … mas não tinha tapete pra tanta coisa !
Ficou lá na varanda, o bichinho; não entrou mais na sala, onde gosta de ficar.
Quando eu cheguei na varanda e vi aquilo tudo, olhei pra ele, ele olhou pra mim ainda deitado e ficou esperando.
Eu falei pra ele : passou mal porque comeu a ração do gatinho, né Branco?
Ele levantou, veio pra perto de mim, me olhou com carinho como que me pedindo alguma coisa. Depois foi até o portão e de lá olhou pra mim de novo. A Pequena Preta ficou impaciente, parecia chorar mas não estava brava como de costume. Ela ja sabia, eu ainda desconfiava.
“Você quer ir pra rua né Branco?”, perguntei pra ele. Há muita verdade nesse olhar de cão.
Falei com ele : vai um pouco, quando eu voltar você entra, tá bom?
E fui comer a canjiquinha do Marcinho, aquele manjar dos deuses. Não sei quem ficou mais triste sem aquela delícia … não fez ontem mas ja temos um encontro pra próxima quinta. Ele prometeu.
Chegando em casa, “lá vem” ele - como falava meu amigo contador de histórias inventadas, que adora o “lá ia” - . Chegou, brincou, pediu carinho - que retribuí, lógico -.
Não entrou. Foi andando, olhando pra trás me mostrando o caminho como se me chamasse pra ir - pra eu me alegrar com o convite -, mas era só mesmo pra mostrar que ia e por onde iria. Desconfio até que tem uma morada fixa por ali, mas sempre volta.
Ainda agorinha (umas 4 e pouquinho) acordei, li mensagem triste que não quis ler ontem pra dormir tranquila, e fui lá fora abrir o portão pra ele. Não estava. Ainda não. Com esse frio, cão de rua que é, certamente achou um abrigo pra dormir. Quem sabe a tal morada fixa? Mais tarde vem tomar o leitinho dele. Tomara!!!Comidinha caseira é bom mas o que cura mesmo é a grama, o capim da rua.
Depois conto o retorno do Branco e a alegria da Pequena Preta. Ela nao sai do portão.
Essa historia é verdadeira, uma “fábula parabólica”.
Bom dia pra quem é de amor.
Bom dia pra quem não é de amor … ainda!
Reza a lenda
- que acabei de criar -
Que quanto mais você corre do que te aflige
Mais aflição você terá
Enfrente de frente o seu temor
Sê inteiro verdadeiro
Não minta, apenas sinta
E o seu tormento passará
Transforme tudo em poeira
Assopre o pó, deixe o vento levar
Lembre-se que se a vida é passageira
Tudo dentro dela também vai passar.
Só pensando : ontem, por vários momentos - começando num “bom dia” secreto de quem imita a invisibilidade de Deus, até encerrar com Daniel no uber de volta pra casa já bem à noitinha - reflexões sobre Deus vieram à tona. “Reflexo grande” esse, pensei. E deu nisso :
Reflexo grande de Deus!
Deus é ilimitação em tudo : em tempo e em espaço.
Nos somos imitacoes d’Ele, com as limitações ausentes n’Ele.
Para cada grupo de criaturas ele definiu um espaço de tempo razoável para as travessias nos meios que também criou.
Ate para a Terra onde vivem milhares de milhares de grupos de criaturas ele definiu um tempo de duração.
Assim, para a tartaruga ele deu um tempo generoso e ela, sabia, faz com toda calma essa travessia.
Para os velozes quadrúpedes o tempo foi menor, e eles sabem como aproveitar, cada um à maneira de seu grupo específico.
Há plantas, como cactos, cujas flores duram uma noite, ha outras como as orquídeas, com um tempo bem mais esticadinho de permanência no meio que vive. A flor da orquídea pode ser retirada de seu meio e sobrevive, a flor do cacto não.
E criou o homem, que se auto proclamou semelhante ao Criador.
E o homem fala : tudo é no tempo de Deus.
E uns homens se assemelham às tartarugas e outros homens aos quadrupedes e colocam na conta de Deus as mazelas e o mal uso do tempo de seu grupo de espécie. Equivocadamente aguarda e esquece que foi ele próprio, e não Deus, que inventu o paraquedas para que algumas coisas lhe caíssem do céu. Tempo de início e fim é destinação divina, o percurso é livre arbítrio, individual e intransferível.
Como o homem tem negligenciado tudo isso.
Em nome de Deus, até.
Em nome de Deus se desmata e mata. E fere. E crucifica, ate.
Deus, criador do ceu e da terra, do sim e do não, do dia e da noite, do bem e do mal.
E disse : em tudo dai graças!
E o homem, só o homem, fere e é grato, mente e agradece, usa Seu santo nome em vão e fala em gratidão! Porque ate o pecado foi Deus que criou.
Assim Deus é perdão no plano d’Ele, na dimensão d’Ele.
E o homem … ah! O homem. Bicho metido a esperto, inventou o seu próprio deu$, um “feique”
Meu desprezo aos desalmados que justificam em Deus suas fraquezas. Aos aprisionadores da alma.
Respira? É tempo de conversao de deu$ em Deus verdadeiro.
Amem … amém!
Migalha não sacia,
Coisa pouca não vicia.
Vida é dar e receber,
Vida é dor e prazer.
Tem que administrar,
Tem que saber dosar.
Tudo deve ser balanceado,
Senão tem algo errado.
Mudança de vida,
Sua linda,
Seja sempre bem vinda.
Tudo de B pra você
Tudo de Blue
Tudo de Blues
Tudo de Bom e Bonito
Tudo de Bem e Bacana
Da Boca, o Beijo
O Beijo na Boca.
E se ainda resta dúvida
De que o que se foi
Não vai voltar
Experimenta dar sumiço
No seu jeito de achar
Pare encare olhe firme
Não tema o outro olhar