Coleção pessoal de vmrima
Havia uma sede da água do mar
Entre os oceanos que a vida nos dá
Lá tinha alma, tinha luar
Mas o que é preciso é a água doce
Que me mata de saudade
da doçura do seu suor!
Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.
Fim da revolução
E comeco de uma nova era
Era a revolução da ilusão passageira
Que passa de era em era
Incongruente
Quero um poema
que dança no meio da rua,
Sem o número da casa pra você achar!
Quero as letras espalhadas,
As mãos espalmadas,
de olho no olhar!
Quero peso sem medida
E medida sem tempo
Todo certo pelo canto,
E é por isso que eu canto
Que eu amo o incongruente!
A vida também sonha,
e basta acordar para vivê-la de olhos abertos,
Porque os fechados orientam,
mas derrubam os pés descalços!
De tudo um pouco,
e um pouco de cada coisa,
que nunca será tudo,
mas um pouco do nunca,
nunca será pouco.
A vida segue em frente,
e a gente segue ela,
nem se for pra ve-la morrer
entre o tempo e a sequela
que é aquela que bagunçou o presente
esperou o futuro
e ficou com o passado,
como sempre...
Meu amor não me procura, porque não usa a palavra humildade!
Ele tem a mesma idade da clausura, que invade a mocidade envelhecida!
O grão da areia perdeu-se quando criou raiz no chão! Acho que tem coisas que precisam ficar soltas pra não perder a razão de existir..
As guerras são todas nossas,
pena que as escolhas nos subtraiam de suas decisões,
porque pra guerra basta um taco,
mas pras escolhas, haveria uma guerra pra saber qual e quem vai decidir por todos,
porque nem todos gostam de pensar em guerras!
A vida com poesia tem um ritmo sem medos,
e acelera meus segredos,
como um brinquedo de faz de conta,
que contou o que nunca fez,
mas amou todos os dias,
como se fosse a primeira vez
A política indica o quanto somos subtraídos das importâncias, que acumuladas, não dão a menor importância pra quem não é importante!
Seu olhar verde voava como borboleta, e seus lábios gostavam de matar minha sede, que molhada, inundava nossos sonhos com chuvas de beijo..
Sou a visão do achado,
e roubada me perdi...
E fiquei no tempo
a procurar um lugar entre a sorte
e o documento de identidade!