Coleção pessoal de viviane_1
Você se pega tentando lembrar das coisas que te faziam feliz mas lentamente o seu cérebro vai apagando todas as lembranças que te traziam alegria e chega uma hora que só consegue pensar que a sua vida sempre foi assim.
Sinto uma forte sensação de infelicidade, tenho sentido muito medo ultimamente. Não sinto mais prazer em nada. Tenho tido pensamentos horríveis sobre mim. A solidão se tornou algo constante. Estou exausta e cansada, todos os dias deito e levanto assim.
Eu gostaria de voltar onde eu era feliz por natureza, onde eu não tinha medo do amanhã, eu gostaria de retornar naquela hora onde a minha alma era pura e meu sorriso verdadeiro.
A vida é dor! Eu acordo todos os dias com dor. Eu vou trabalhar com dor. Sabe quantas vezes eu quis desistir? Quantas vezes eu pensei em acabar com tudo?
Tem dias que eu vivo, tem dias que eu apenas existo. Tem dias que o sorriso é verdadeiro e tem dias que o sorriso é apenas para esconder a dor.
Acontece que eu sou fraca. Eu perdi. Perdi o desejo, perdi a força. Em algum momento eu me perdi de tudo, fiquei com raiva, fiquei amarga. Eu não consigo me perdoar. As vezes sinto vontade de deixar tudo para traz.
Mas eu tenho necessidade de solidão, isto é, de curar-me, de tornar a ser o que fui, de respirar uma atmosfera livre, leve, forte...
É certo que sou uma floresta e uma noite de árvores escuras: mas quem não receia minha escuridão, também encontra rosas sob os meus ciprestes.
Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.
Lembranças podem aquecer você por dentro. Mas, ao mesmo tempo, são capazes de estraçalhar você internamente.
Talvez não tenha nada a ver com o momento errado, e é por isso que o universo nunca permitirá que nos alinhemos. Não importa quão forte seja a atração da alma, algumas histórias simplesmente não estão destinadas a serem nossas.
Sou mestre na arte de falar em silêncio. Passei a minha vida toda conversando em silêncio, e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo.
Quando o silêncio e a solidão caem sobre mim e à minha volta, esmago-me cortado como gelo. Às vezes preciso falar em voz alta, mesmo que seja para provar que estou vivo.
Às vezes, não queremos nos curar, porque a dor é o último vínculo que temos com a pessoa que nos deixou.
Imagine quantos pensamentos um cobertor sufoca enquanto alguém está deitado sozinho na cama, e quantos sonhos infelizes ele mantém aquecido.