Coleção pessoal de vichiossi

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Quem não pensa, é pensado pelos outros.

É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar de si mesmo.

AS TRÊS PENEIRAS

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras? - indagou o rapaz.

- Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates:

Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

Seja um homem sério, brinque.

Melhor sofrer uma injustiça do que cometê-la.

Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.

Uma vida não questionada não merece ser vivida.

Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará.

A maneira de se conseguir boa reputação reside no esforço em se ser aquilo que se deseja parecer.

Não penses mal dos que procedem mal; pensa somente que estão equivocados.

Deve-se temer mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem.

A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser.

A vida sem ciência é uma espécie de morte.

Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas, de novo, só os nossos.

Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos.

Aquilo que não puderes controlar, não ordenes.

Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros.

Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo.

Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com os seus atos.

No ano passado...

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.