Coleção pessoal de Verissimoandrade

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Amizade: Para sempre. Amor: Sempre para.

Amar é... a maré
que sobe e toma o ser.

O papel da água
sobre o papel
machê,
é buscar nas águas
passadas
um novo papel
pro papel exercer...

O ator atua; o político, atoa.

Livro é sinônimo de livre. Quem lê rompe as grades da ignorância e dificilmente será recapturado.

O amor está nas lojas. Tem de todas as cores, modelos, utilidades e preços... Preços ótimos! Amor a partir de “um e noventa e nove”, para quem não pode fazer declarações mais caras; amor de cem reais, duzentos, mil, até milhões... Já pensou, declarar um amor de milhões de reais? Talvez de dólares? É o natal que está vindo... À sua frente, chegam os ares que se refletem no ensaio de cada olhar, cada braço, cada voz... Pessoas mudam, ou sofrem mutações, para o desempenho da trégua natalina, que se estende até o trinta e um de dezembro. Chega o dia de amar o inimigo, para desamá-lo novamente no comecinho do próximo ano. Ano que já será velho no dia dois ou três. Data de perdoar os que nos ferem, porque passa logo, não custa nada ou quase nada, pois em menos de uma semana poderemos desperdoá-lo.
À nossa volta o apoio das lojas, que tornam o amor democrático. Pobres e ricos podem amar, no natal, pois existe amor para todos os bolsos. Há um sentimento forte no ar comprimido pelas axilas que se cumprimentam no silêncio ruidoso das compras. Das caixas registradoras. Até mesmo dos pregões que incentivam esse sentimento, balançando os artigos bregas ou de luxo que têm a tarefa de pescar sorrisos, palavras e reciprocidades em formas de outros presentes... Outras demonstrações embaladas por papéis coloridos e seladas por cartões que registram palavras previsíveis, criadas e impressas por quem não conhece os seus compradores... Mas as mensagens são universais. Servem para qualquer um, nessas datas. E aceitam complementos de quem quer enfeitar um pouco mais.
Nas marquises e viadutos, há os que não podem comprar o amor... Dar nem receber. Nem aquele mais baratinho. Também não podem comê-lo nas formas vistosas de pernis, farofas, rabanadas e outras guloseimas. Nem bebê-lo, nos vinhos e champanhes que se revezam em taças. Mesmo assim, feliz natal para todos! Para quem pode ou não, afinal, o natal é um grande teatro! É o espetáculo fabuloso que demonstra o ser humano em sua inexistência ideal, íntima, projetada no inconsciente relutante! Na fraqueza universal de criaturas que disputam espaço em um mundo cada vez mais concorrido! Essa disputa se acirra no natal, quando o amor é medido pelo dar e receber, excluindo os que não podem entrar nessa democracia para a qual não nasceram os indigentes, porque esses perderam há muito tempo. Perderam pra mim e pra você, o que lhes era de direito.

Nada se finda no começo. O que existe, sim, são durações relâmpago.

Se você mede o seu sacrifício, comparando-o com o de mais alguém na lida por um ente querido enfermo, isto quer dizer que o ente não é tão querido... pelo menos por você.

A chuva que agora lava o zinco encardido sobre meu casebre, põe estes olhos cansados e suplicantes na linha do infinito. Ela tamborila e resvala no telhado, numa espécie de ritual silencioso que envolve a brisa e me torna estátua momentânea.
Esses raios que riscam a distância e vão pousar nas montanhas que não vejo, hipnotizam minh´alma. São lampejos que acendem cá no íntimo, algum mundo secreto sonhado por meu ser. Um cenário que acompanha minha inconsciência desde a idade que foge ao poder investigativo que penso ter.
Extático, vejo da varanda esse vitral. É um show do cosmo, nessa temporada fiel; compromisso anual da estação. Momento em que céu e chão se grudam; se amam. Sequer atentam prá insignificância de minha presença; plateia solitária.
O que eles não sabem é que nada quero além disto. Nada mais que o silêncio deste show e o bocejo que me flagra numa entrega solene... solene e livre... Um desejo de ficar para sempre nesta moldura... figurar na magia deste quadro.

O sonho é legítimo... Mas o sono pesado de nossa indignação atrai o caos. Precisamos acordar para o fato de que as mudanças sociais começam dentro de nós.

Não fale mal da vida alheia... Não fale mal da vida; leia.

É normal e compreensível crucificar a policia porque inocentes são feridos e mortos pelas balas perdidas nos combates entre policiais e bandidos. A explicação? É que a polícia tem, ou deveria ter, um compromisso que a bandidagem não tem, com a vida humana; com a integridade física dos inocentes.

Pode ser que o mundo seja dos mais fortes, mas a força é dos que assumem sua fraqueza.

Haja sempre de acordo com a consciência, mesmo contrariando a conveniência.

Saiba que emntir e omitir são a mesma coisa, e não desmembre o sentido ao pedir que seu filho omita, para livrá-lo.

Talvez ainda não seja o fim do mundo. Mas estamos num mundo que é o fim.

Queremos pás... há muitos mortos para sepultar.

Como sonhar com um mundo sem violência,se até pelo telefone podemos enviar torpedos?

Patrícia Poeta:
Beleza, graça e simpatia...
Patrícia Poesia.

De acordo com os costumes, a moda passa e logo surge outra. Precisamos de um ferro de passar que passe a moda vigente e a moda que passará.