Coleção pessoal de VeraBraz

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MARCAS DA FÉ
Peço a Deus inspiração
Para contar a história
do início da igreja
um relato de memória
vivido por nossos irmãos
que já se encontram na glória

Mil novecentos e dezessete
Chegavam em nossa região
os avós do pastor “Jete”
Germano Alves Cardoso
E Olívia de Maria
De quem ele era esposo

Vindos do Rio Grande do Norte
Sob a direção de Deus
Tiveram logo a sorte
Guiados pelo Espírito Santo
Comprar uma propriedade
No sítio Lagoa do Canto

Naquela oportunidade
Não mediram sacrifício
E ao trabalho do Senhor
Foram logo dando início
E aquela comunidade
Recebeu o benefício

Pregaram o evangelho
para seus trabalhadores
almas foram sendo salvas
e a Deus davam louvores
Não temendo as afrontas
dos seus perseguidores

Com grande entusiasmo
pregavam a cruz do Calvário
recebendo sempre ajuda
no trabalho missionário
obedecendo ao grande Ide
neotestamentário

No ano de vinte e quatro
Houve o primeiro batismo
Cumprindo uma ordenança
Do nosso Cristianismo
Margarida foi batizada
Pelo pastor Cícero Canuto
O trabalho estava crescendo
E começando a dar fruto

Nas águas de um barreiro
De sua propriedade
O irmão Germano Alves
Teve a felicidade
de ver batizar sua filha
naquela comunidade

Chegada a década de trinta
Veio um tempo da aflição
A fé dos pioneiros
Passou por perseguição
Entrava em cena agora
A figura do Frei Damião





Recém-chegado da Itália
Esta era a sua missão
Perseguir o povo crente
E os filhos dos irmãos
Proibindo vender leite
E até o sagrado pão

O irmão Germano Alves
Um pioneiro da fé
Chegou a ser arrastado
Pelas ruas de Cuité
Quando ia para um culto
Caminhando a pé

Numa outra ocasião
A que ficou vulnerável
O irmão foi proibido
De pegar água potável
Em uma fazenda vizinha
um fato desfavorável

Mas Deus que é de longe
E também é Deus de perto
Operou um grande milagre
Assim como lá no deserto
Ouviu a sua oração
E tirou-lhe do aperto

Havia um poço salobro
No sítio do irmão Germano
E ele e sua família
Ao grande Deus suplicando
As águas ficaram doces
Como Deus é soberano!


Muitas foram as provas
Que esse irmão viveu
Por causa do evangelho
Muito ele sofreu
Mas Deus guardou sua vida
E ele sobreviveu

Outro testemunho de fé
E da providência divina
Foi vivido por uma irmã
De nome Maria Olindina
Que converteu-se a Jesus
Do jeito que a Bíblia ensina

Essa serva do Senhor
O evangelho conheceu
Lendo a Biblia sozinha
A Jesus se converteu
Passando a ser perseguida
Duras provas ela viveu

Antes de se converter
À nova crença apostólica
Ela era zeladora
Adepta da fé católica
E por isso sofreu censura
por descobrir a verdade
nas Sagradas Escrituras






Depois da decisão
Veio logo a consequência
Na cidade de Cuité
Não se aceitava a crença
Mas a irmã estava firme
Pra fazer a diferença

Sua vida na cidade
Transformou-se em suplício
Não podia nem comprar
Os gêneros alimentícios
Viver naquele lugar
Era um grande sacrifício

Resolveu então mudar-se
Para Barra de Santa Rosa
Pensando que a cidade
Lhe seria mais generosa
Porém aquele lugar
Já estava em polvorosa

Não imaginava ela
Que também naquele lugar
As missões do Frei Damião
Acabara de passar
De ser perseguida ali
Não havia como escapar

Por amor a Jesus Cristo
Muito ali ela sofreu
Juntamente com seus filhos
Confiava sempre em Deus
E nunca negou a fé
Que de Cristo recebeu.

Em Barra de Santa Rosa
Teve a casa apedrejada
E como se não bastasse
Ainda foi destelhada
Porém a nossa irmã
Por Deus era amparada

Seu esposo viajava
Naquela ocasião
Mãe e filhos ficaram
Sem teto e sem pão
Sem ter quem lhes ajudassem
Naquela situação

De dia o sol causticante
á noite o frio e o vento
mãe e filhos estavam expostos
à sorte e ao relento
e nem podiam comprar
o sagrado alimento

A irmã Maria da Barra
Como era conhecida
Pela sua fé em Cristo
A quem entregou a vida
Era guardada por Deus
E estava firme na lida

O Senhor não desampara
Nenhum dos filhos seus
Preparou a providência
Para aquela serva de Deus
Um amiguinho de seu filho
Ajuda ofereceu

Deus usou a criança
Durante aquele momento
E ela se ofereceu
Para comprar alimento
Trazendo para a família
O divino provimento

Depois desse ocorrido
Vejam o que aconteceu
um homem daquela cidade
um lugar ofereceu
para que os crentes pudessem
prestar seu culto a Deus

Esse é mais um testemunho
De esperança e fé
Daqueles que sempre confiam
Em Jeová Jireh
Aquele que nunca falha
O Deus que sempre provê.

Chegamos agora então
Na década de quarenta
Ano de muita luta
De uma história sangrenta
Provas que só quem tem fé
Entende e aguenta

No dia quinze de agosto
Um triste fato ocorreu
Severino Amaro dos Santos
Por causa de Cristo morreu
Foi alvejado com tiros
Depois de um culto a Deus

Naquele dia fatídico
Depois de uma oração
Voltavam de um culto
ele e outros irmãos
Quando todos foram alvo
De uma perseguição

A irmã Maria Nunes
Falava desse episódio
Vivido por nossos irmãos
Que sofreram tanto ódio
Contava a irmã Maria
Que essa história verdadeira
Foi num dia de semana
Em uma quinta-feira

Dizia ainda a irmã Maria
Que o sangue daquele irmão
Foi uma semente lançada
Na terra daquele chão
oito vidas se converteram
naquela congregação

A morte do irmão Amaro
Foi um marco para sempre
Perto do Serrote Verde
No Umbuzeiro do Crente
Como ficou conhecido
Aquele lugar referente






Aquele pé de umbuzeiro
Fala,não está mudo
Para os irmãos que escaparam
Serviu-lhes então de escudo
Um testemunho de fé
Em Deus acima de tudo

É nesse contexto de lutas
E de muito sacrifício
Que o Santo Evangelho
Chega ao nosso município

João Nunes da Silva
Um crente por excelência
Dirigia um trabalho
Lá na sua residência
com sua esposa Rita Maria
Viveu essa experiência

Ano de quarenta e nove
Enfim chegou o momento
De em nosso município
Ser levantado um templo
Chegando aos setenta anos
Desse grande evento

Naquele mesmo ano
da inauguração
também foi fundado aqui
o Círculo de oração
trabalho abençoado
do nosso meio cristão



Trabalho de grande importância
Para todo o povo crente
Maria Silva e Donzinha
As primeiras dirigentes
Fiés servas de Deus
Mulheres muito prudentes

A igreja foi crescendo
Em meio á perseguição
Contando com o fervor
Das mulheres da oração
Que a Deus sempre clamavam
Na sua intercessão

A oração dos fiéis
Era o grande combustível
Para acontecer milagres
Do grande Deus do impossível
Curando até doença
Que era irreversível

Muita coisa aconteceu
Durante esse trajeto
De acordo com os relatos
Da irmã Nevinha Neto
Que fez parte dessa história
Vivendo-a bem de perto

Dizia a irmã Nevinha
E o irmão Francisco Plácido
ser crente naquele tempo
Não era assim tão fácil
Por causa da perseguição
O momento era frágil

Foram tempos tenebrosos
Vividos por nossos irmãos
Afrontados com palavras
Apelidos e agressão
Mas não negaram a fé
De verdadeiros cristãos

A marcha dos fiés
Não pôde ser impedida
O trabalho foi crescendo
E Jesus salvando vidas
Deus sendo glorificado
e a vitória garantida

Assembleia de Deus
E a sua história de fé
Na cidade de Picuí
Permanece de pé
Edificada na rocha
Na Pedra Ebenezer

As marcas dessa história
Jamais serão apagadas
Diante do grande Eu Sou
Permanecem registradas
E por todo o povo de Deus
Serão para sempre lembradas.

Quem agradece
a Deus engrandece
Engrandecer é agradecer

Torre de Babel

Não entendo o seu inglês
Seu latim está morto
E o seu português,meu caro
não é do porto.

Chuva de domingo

Sopra o vento
Prenúncio de chuva
Tiro o anel
coloco a luva

Cai água das nuvens
e a cada pingo
observo o tempo
numa tarde de domingo

Palavras

Amargo fel
doce mel
Espada que pune
laço que une
Fio cortante
Ao mesmo instante

Da janela

Da janela eu posso olhar
a flor desabrochar
Da janela eu posso ver
a flor crescer
Da janela eu posso sentir
o jardim florir

Poesia também é súplica
da alma e do coração
É o bálsamo em forma de música
a resposta da oração
Alívio da alma e do espírito
alcança até o infinito
as palavras da canção.

Mariposa em espiral

De asas abertas e bem antenada
atraída pela luz artificial
saiu do casulo em voo espiral
a bruxa noturna de pele aveludada

Não era o tempo do casulo sair
Pensou estar pronta,sequer virou pupa
pulou uma etapa e foi direto pra fase adulta
Nem pensou que as asas poderiam cair

Numa noite entrou em estágio de pupa
na noite seguinte se achou anormal
voltou novamente ao estado larval
e jamais veio a ser mariposa adulta

O poeta no poema põe
as palavras de ouro
que a poesia compõe

Ser poeta não era o meu desejo
a paquerar palavras me atrevo
no poema dou um longo beijo
e abraço tudo que escrevo

Aniversário

Mais um ano se repete
surge uma nova versão de mim

Ágape

Amor cristão
imensurável
amor de irmão

Cinzas

Escureceu
apagou-se a chama
do fogo que ardeu.

Púrpura

Um leque se abriu
entre o vermelho
e o azul anil

Crisálida

Imóvel pupa
não passou no estágio
da fase adulta

Vale do rio doce
em lágrimas amargas
tua água tornou-se

Olhai os lírios do campo

Quando te vires cercado
por lutas de todos os lados
sozinho e sem acalanto
Olhai para os lírios do campo

Quando for grande a dor
a guerra e a falta de amor
e o riso tornar-se em pranto
olhai para os lírios do campo

Se a vida está difícil
se é grande o sacrifício
e sufocou o teu canto
Olhai para os lírios do campo

É esse o conselho do Mestre
de fé a alma reveste
E cantas um novo canto
Olhai para os lírios do campo!

DIVA

Beleza magnificada
digna de um pedestal
pelos deuses cultuada
descrever-te é abissal
mitológica musa esculturada
és uma deusa de beleza colossal.

06/01/2019

Minha Mel

Linda mulher,jeito de menina
aos olhos da mãe amada
criança ainda é,minha pequenina
doce fruto do meu ventre
filha querida e abençoada
meu amor para sempre.

Êxtase

Escrever mexe comigo,sinto que fervo
a cada gota de verso que cai
nas páginas do livro que escrevo.
Suo,me inspiro,transpiro
para dentro de mim mesmo me retiro
com as palavras luto uma luta vã
trabalho penoso,árduo e afã
fico em estado de auto exílio profundo
dentro de mim,o sentimento do mundo
em êxtase entre o eu lírico
entre o mundo real e o onírico.