Coleção pessoal de venanciochipala
O surfista queria ser feliz na onda do mar, ficou dias à fio esperando por uma boa onda, onda que cativa e põe as pranchas em delírio, até que o horizonte escureceu, o mar amargurou-se e uma onda gigante soltou-se do labirinto, bateu com a praia e não mais voltou; era o tisunami que rompeu com o surfista e o atirou contra as paredes matando o hábito do vem e vai das ondas do azul do mar.
Gosto estar à beira mar, gosto estar a apreciar o vai e vem das suáveis ondas do mar, elas de facto vêm e beijam as areias. beijam e acariciam os belos corpos dos banhistas e sem zangas voltam ao mar e deixam muita espuma como sinal de satisfação.
Com toda gentileza esta garrafa de vinho bom seduziu-me, esta garrafa de vinho é parecida com ela, vou embriagar-me dela, depois de embebedar-me vou telefonar-lhe porque é ela que me faz embriagar-me, Ela é o meu vinho bom.
A sua alma decorada por um jardim cheio de lindas flores, com flores jamais colhidas por almas sem dó. Porque até o inverno trás para o presente primaveras, com rosas cheias de amor e colorem o amor, com rosas vermelhas cheias de paixão e exalam paixão, no meio com rosas amarelas com a sua mágica sedução, e todas elas lideradas pela brandura de rosas brancas para que o coração sinta paz ao entregar-se a um novo amor.
É fogo que arde este sentimento que te devora, estás sentindo o mesmo que eu, estás a ser consumida, enquanto as cinzas estão quentes liberte-se, pondere os teus passos e mostre a pureza de amar nítida em cada gesto que dás, em cada piscar dos seus olhos e em cada movimento de ternura. Por ti compus poesia de encanto para iluminar o seu querer, acredite, não sou uma abelha que anda de flor a flor para um favo de mel, eu acoito-me no botão da flor escolhida para o bom cheiro das suas pétalas.
Para ti é tempo de calor, tempo de chuvas, os mares se abrem, os amores de verão mergulham e vão bem fundo, o mar se deixa penetrar, os olhares se perdem na imensidão do tempo e as paixões se cruzam lá onde o céu toca o mar e com ele o sol que se vai confundindo com a meia lua até o total mergulho deixando para trás a escuridão, não vá embora meu amor, permita-me que afunde mais uma vez como uma sonda no leito dessas águas.
Uma taça de tinto, uma mulher de decote da cor de tinto e uma reacção por instinto, o trato, dividimos o vinho em duas taças e de trago em trago, te trago para mim, as taças se beijam, nós como as taças nos damos um trato, com os beijos sem fim, o vinho e o amor, só imitamos as taças.
Ela é um anjo em forma do céu, amar suas curvas, são ventos que me afagam, em sussurros submersos no espaço, no plano geo-estacionário, clamo, para ao meu resgate você vir, sem manto, sem água, você vir acolher-me numa sombrinha com as minhas feridas de graus diferentes na profundeza da alma, vem sem magoas, sem alardes, sem recordações, vamos construir os novos momentos que fazem nós dois.
As férias do Natal passaram mas deixaram a sua alegria no rosto das pessoas, estão todas mais leves a caminhar, com a aparência mais renovada e um pouco mais positivas no que dizem e pensam, quando passam libertam calor que aquece, estão todos como eu ostentando muito amor no coração.
Sinto que está com a alma fria, o inverno daí não só gela a sua casa, as suas ruas, o seu corpo por fora, mas também o seu interior que apela sem parar por algo que assemelha-se ao verão e que trás os raios do sol para aquecer o seu corpo na sua plenitude. Esta coisa é o meu grande amor.
Na busca de um ano novo
Acordei com a casa a cheirar a padaria e pensei comigo próprio; És o decreto, haverá pão com fartura. Não tardou começou a soar o trus-trus-trús, feliz ano novo, o trús-trús, estamos a procura de emprego, o trús-trús, ajuda-me com algo para comer, trús-trús, a minha filha está sem nada para comer, a minha mulher abandonou-me e a sogra não quer saber da menina de dois anos e neste instante o bondoso coração da vizinha acolheu a menina enquanto mendigo. Fiquei sensibilizado, dei a volta a casa e o cheiro da padaria não tinha deixado pão, então percebí que por decreto não se muda estados e que é preciso que as pessoas se permitam aos seus desejos. Fechei a porta com o coração partido.
O solfejar de um general que ama fazer coisas perigosas: Navegar sobre um mar de tubarões, conduzir na contramão, ultrapar sobre a linha contínua e amarela e embriagar-se antes da partida com solfejo de geral nebulado com coisas perigosas entre os lábios semi abertos, gosta fazer coisas perigosas. Amor ardente com as suas misteriosas maravilhas de um perigo eminente.
Você fica triste, eu sei, sempre que desapareço. Alguns milhões dos bilhões são teus seguidores e eu como uma gota estou inserido no meio deles e demos o match e reconheceste-me, isso não é coincidência, é destino pregado pelo amor. Por isso não quero simplesmente molhar os pés, o amor é mar, mergulho.
Eu não parei de cortejar-te, estou a ser visto quanto tenho paciência e sei esperar pelo tempo que Deus tem definido para o que quero, porque só ele sabe em que momento devo receber.
Tens um jeito especial, é muito bom te amar, o teu jeito encantador me atiça e faz-me desejar conhecer o teu corpo e poder te sentir, fico excitado e percorro as linhas das tuas curvas sem pudor, fico com a imaginação fértil e a noite com as suas estrelas e lua ficam ao nosso governo. É tudo muito mágico.
Estou assim ultimamente, sensivel às coisas do coração e da alma. O vento fica soprando a minha cara, vento para formar laços, para abraçar, para reunir e amar como nos velhos tempos, todos juntos cheirosos à sabonete, centenas de famílias juntas e todos cantando durante o encontro da meia noite "missa do galo": É NATAL, É NATAL, o menino Deus nasceu... E tudo que aprisiona a quebrar-se deixando todo mundo livre, desejoso e a sonhar com enfeites do interior.
A ansiedade de te rever torna os meus dias pesados e a saudade faz-me desejar-te uma dose de mim mesmo para que os seus dias sejam leves e ambundantemente amorosos. Estaria a mentir se não desejar um encontro para me encheres de beijos e encurtar a distância que precisa ser transposto para o meu e teu bem.
O mundo conhece-te e todos os cantos também. Conheço o mundo que emprestou-te o seu panorama, aquelas serras repletas de neve que você mostrou-me e você escalou em patins as altitudes alpínicas e deslizaste como profissional. Não me esqueço as praias extasiadas do mundo e as roupas de banho que deixavam o teu belo corpo descoberto para o mar unir-te à lua e ao vento que transporta o seu amor ao meu mundo.
O mar e os meus motivos românticos são iguais na imensidão, ninguém os pode medir apenas existem na sua extensão,
Vou alugar um barco para visitar todos afluentes e medir o volume de águas que o mar salga sem nunca chegar à doçura do rio.
É o meu desejo querer numa noite vazia, a estrela que ilumina e me faça curvar-se para a minha rainha do prazer.