Coleção pessoal de vedarkness

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QUEM NÃO FOR DE VERDADE, NÃO É NINGUÉM.

Poderíamos ultrapassar todas as barreiras e dizer a verdade, poderíamos enfrentar a todos e dizer todas as palavras engasgadas na nossa garganta. Cuspir toda essa falsidade que a gente vai engolindo ao longo da vida, dar vida aos nossos pensamentos, ser defensores de nós mesmos, poderíamos fazer tudo isso sim, basta querer. Se é uma coisa que eu não consigo é engolir sapos, vou atrás da verdade esteja ela onde estiver. Se algo me incomoda, eu falo. Se alguém não vai com a minha cara, eu ignoro. Se alguém diz alguma mentira ao meu respeito, eu esclareço.
Chega de fingir que todas as pessoas são verdadeiras com a gente, chega de agradar para não ficar sozinha, chega de mentir para si mesma que o mundo é colorido, chega. Aprenda uma coisa: as pessoas tem seus interesses, e um desses interesses pode estar em você. Eu observo, eu falo, eu escrevo, eu boto em prática. Não sou de ficar calada, me desculpem pelo meu jeito, mas o silêncio não faz parte da minha verdade.
Eu não sou de dizer meias palavras, eu falo a frase inteira doa a quem doer. Muitos se afastam, outros se aproximam, mas os que realmente ficam são os verdadeiros. Eu não tenho medo de mostrar quem eu sou, de gritar sobre a minha pessoa, de escrever sobre o que eu penso. Posso estar errada, mas sei que muitos pensam como eu, mas preferem ficar em silêncio, no seu cantinho, no seu mundinho, na sua vidinha colorida onde tudo é as mil maravilhas. Eu vou continuando aqui, com as minhas verdades, nas minhas realidades, sendo quem eu sou porque se não for assim, nada serei.

PEDAÇOS QUE ME FIZERAM SER INTEIRA.

Não me atiro a nuvens de algodão sem antes saber se elas vão me aguentar e aguentar a carga que carrego. Não me jogo sem saber se o impacto será forte ou se será fraco, se valerá a pena ou não. Mas confesso que comigo não foi sempre assim. Já me machuquei inúmeras vezes, já me curei também. Já perdi o controle e bati de frente. Já atropelei, me atropelei e já fui atropelada. Já caí, já tropecei, já perdi a noção e me joguei tão forte que só me restaram cicatrizes como lembranças. Se são boas ou ruins, eu não sei, só sei que me fizeram ser quem eu sou hoje, uma pessoa totalmente intensa.
Nada para mim é tão destrutível que não possa haver um concerto. A vida é uma aula gratuita para todo tipo de defeito, basta você aprender com si mesmo. Não há segredo, viver é a maneira mais simples de aprender. Mas devo admitir que sou apressada demais para isso, não sei fazer nada devagar, faço tudo com velocidade e acabo batendo em algum lugar, me despedaço inteira, faço picadinhos de mim mesma. Mas confesso, nada, mas absolutamente nada me impede de voltar sempre inteira.

Não me prendo a nada, mas também não me escondo. Estou sempre aqui, inteira e solta de tudo que me fascina, me prende e vai embora.

Sentimentos se espelham em imagens de cenas antigas. Há momentos que voltam e voltam mais bonitos, mais leves, mas verdadeiros. Mesmo dizendo nunca, eu nunca consigo cumprir o que eu digo e sendo assim, eu faço de novo, mas faço porque no fundo eu sei que vale a pena. Nada de mim passou em vão, nada foi simples, tudo que passou foi intenso, o que ficou e o que irá ficar também. Por isso deixo em ti a minha melhor pessoa, para sempre lembrar que sou única, que mesmo neste mundo tão grande, ainda existem pessoas muitos pequenas querendo nos ver mal, mas que acima de tudo o nosso amor ainda continua maior que todo mundo.

UMA CERTEZA E VÁRIAS CONTRADIÇÕES.

E dentro daquele olhar tinha uma esperança, era tanta esperança que não cabia dentro daquele olhar, mas ainda sim tinha. Uma ameaça em pensamento de uma desistência própria, mas não desistia. Um silêncio que berrava, um pensamento que não se adivinhava e mais uma história que não se traduzia.
A vida daquela moça era assim, mas nem sempre foi e nem sempre irá ser. Uma constante mudança a tomava conta, um determinado passado a obrigava a ser mais cuidadosa consigo mesma, um ponto indefinido de uma trajetória sem uma chegada conduzia a caminhar cada vez mais para frente. E ela seguia seu caminho como se não deixasse nada para trás, mas deixava uma vida, uma vida daquelas que se pode dizer que somando com sua própria vida, ainda continuava uma só vida. Duas vidas em uma.
Ela trocou segurança por dúvidas, arriscou suas certezas, atropelou seus sentimentos, partiu-se no meio e ficou inteira, de tão inteira tornou-se ausente dela mesma. Tornou-se mais presente de um futuro 'talvez' mais próximo e esqueceu que se lembrava daquilo que mais amava, a outra parte que deixou no meio do caminho.
Talvez um dia a moça volte, talvez ela permaneça por aqui, talvez esse talvez não exista mais e se torne uma afirmação, uma certeza de que sua única escolha é seguir, para onde ela não sabe chegar, mas só sabe que irá chegar.

A VIDA SE APRENDE NA MARRA.

Confiamos nas pessoas porque não temos saída, ou confiamos nelas ou desacreditamos na vida. A gente quebra a cara, caí, se machuca, dói, pulsa uma cicatriz que não se vê, mas pulsa porque sentimos. Ficamos mais cuidadosos, mais desconfiados, até que aparece um outro idiota para tentar nos fazer de idiota de novo. A gente pode até cair, se machucar, se enganar mais uma vez, mas já estaremos mais fortes para aceitar que a vida é assim mesmo. Não se aprende a viver com as alegrias, se aprende a viver na marra, com as chamadas 'decepções' e é por elas que estou de pé, cabeça erguida e um sorriso de canto a canto no rosto.

NÃO ME PROCURE SE FOR PARA ME PERDER.

Não me tire da minha zona de conforto se não for para me fazer sentir, não bata na minha porta se não for para entrar, não entre se não for para se acomodar e não me olhe se não for para me fazer sorrir. Eu quero a intensidade, porque eu sou inteira, intensa, eu sou assim e não tem como mudar, tem que se acostumar. Quem me conhece sabe, quem não me conheceu não soube me sentir, quem me sentiu de alguma forma permaneceu, mas quem não permaneceu, levou um pouco de mim.
Não ande do meu lado sem me dar as mãos, não me tire de casa se não for para me mostrar coisas bonitas. Me leve em um ponto mais alto de você e me mostre de lá toda a sua beleza que aqui de baixo não consigo enxergar. Diga-me coisas bonitas ou me dê um puxão de orelha, me diga qualquer coisa que me faça sentir, mesmo se for uma dor saudável, se for para meu bem eu vou entender. Mas confesso, prefiro que me faça sorrir, sabe como é, eu ando precisando de sorrisos. Ainda não me curei totalmente das dores que eu senti ao longo da vida. Por isso eu preciso de delicadezas, afetos, felicidades urgentes, porque eu tenho pressa nessa vida que passa em um piscar de olhos.
Só venha ao meu encontro se for para me encontrar, não me procure se for para me perder. Tenho carências insolúveis, minhas paixões são extensas, tenho manias inexplicáveis e segredos inconfessáveis. Então venha de qualquer jeito, mas só venha se for para fazer do jeito certo, caso contrário, nem venha.

Guardo uma beleza no olhar, coisas que só meus olhos conseguem enxergar. Vejo riquezas nas coisas simples e sentimentos nos pequenos gestos. Eu aprecio a humildade e sei que a grandeza está nas pequenas coisas que se transformam em aprendizagem. Costumo fotografar em pensamentos imagens dos mais diversos momentos, guardo tudo o que foi bom no álbum da minha memória e o que foi ruim, não revelo para ninguém. Tenho um sexto sentido de dar inveja, sei de coisas que ainda vão acontecer e consigo ler o que ainda irão escrever. Não faço ideia do que se passa na sua cabeça, mas consigo decifrar a sua má intenção. Às vezes caio nela, às vezes não.
Eu gosto das minhas roupas e do jeito que elas me vestem, me fazem esconder o que por dentro costumo levar. Eu coleciono cartas, algumas jogo fora, outras escrevo sem te mandar. Eu te dou pistas, te esbarro de palavras, mas você não consegue me decifrar. E entre o meu silêncio, na minha acomodação, no meu canto eu grito sem ninguém me escutar.
Tenho saudades do tempo que não volta e costumo voltar para tentar resgatar.Tem dias que acordo sem me levantar, tem dias que levanto sem acordar. Tenho manias de emprestar sorrisos e sonhos, uso todos e depois eu devolvo. De rancores eu não posso negar, já guardei alguns na mala, mas ficou muito pesado para carregar. Algumas vezes caio em contradição e outras vezes na sua mão. São coisas que eu não conhecia, coisas que de mim eu não sabia. Agora eu sei.

Quem eu sou?! Eu sou aquela eterna criança que brinca de vida de vez em quando para sair um pouco da minha responsabilidade de ser alguém na vida. Tá bom, confesso que sempre brinco, mas é que sinto um bem danado sendo assim, não adianta tentar ser alguém e não se sentir feliz com isso. Temos que fazer aquilo que nos deixa eufóricos, aquilo que faz o coração vibrar de alegria e o corpo sorrir de emoção. A única coisa que eu não costumo brincar é de sentimento, esse eu costumo levar bem à sério. Estou sempre me desculpando, me explicando e dando satisfações da pessoa que sou. Me cobro sempre que cometo um erro para não cometê-lo novamente, mas eu sei que um dia tudo se resolve e a vida trata, bem lá na frente de nos tornar bem melhores do que somos hoje, por mais tristes que sejam os nossos erros durante todo esse tempo.

A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.