Coleção pessoal de Valnia

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⁠Uma cadeira, duas almas, duas histórias se encontrando...
Um registro tatuado na lembrança.

Amigas são irmãs sem barrigas compartilhadas,
unidas pelos sonhos, pelas recordações e pelas brincadeiras no caminho...

Sem Ti, meu coração seria vazio, oco, sem histórias ou risadas.
Sem Ti, o meu Eu seria distante, tão distante que nem saberia quem sou...

Obrigada pela companhia, pela caminhada, pelas felicitações de aniversário.
Grata pelas mãos trazidas pelo tempo, pelas preces, por se fazer presente em meu coração.

⁠Quando os véus do sono caem sobre os olhos,
chegam as companhias que voam livres no plano espiritual.
Afrouxam-se as amarras.
Alargam-se os sorrisos.

Quando os olhos fecham.
Os abraços se abrem.
Os laços se estreitam.
E os encontros acontecem...

⁠Recado para o tempo

Era uma vez uma bela menina, que andava pelas campinas cantando hinos de amor. O tempo parava ao seu lado só para lhe admirar, bailando junto com ela deixava o vento passar.

Mas um dia a menina sentiu um aperto no coração, descobriu outros horizontes e partiu feito um tufão, deixando paralisado o tempo, mergulhado na escuridão.

Quando o tempo não passa, a mesmice mancha tudo, escurece o mundo. Não mais desabrocha a flor, não brilham os raios do sol, não cai o orvalho na planta, não existem beijos de amor.

Olhando lá do céu a intensa tristeza do tempo, a menina se comoveu, pintou um céu de estrelas, desenhou um belo arco-íris e lhe mandou um recado:

Querido tempo, não chore e nem ache que estou longe, feche os olhos, voe alto. Sinta a minha presença, cada vez que a chuva cair sobre a terra ressecada, em cada cantiga sentida durante a madrugada, em cada cheiro de café, coado pela estrada.

Em cada pedaço de pão saindo do forno quentinho, em cada beijo das borboletas sobre as flores do caminho, em cada lugar qualquer, estarei sempre contigo.

Ouça com atenção, o cantar dos passarinhos, pois lhe enviarei mensagens e beijinhos de carinho.

⁠Com as tempestades chegam os medos mais obtusos.

Galopam as incertezas,

surgem paisagens fantasmagóricas,

que se espalham nas sombras da alma.

Com as tempestades, a alma desnuda

vê a incerteza lhe espreitar

e os abismos mais profundos

lhes convidam a duvidar.

Com as tempestades tudo muda.

Sem inercia...

Debulha-se em transformação.

Tocos secos removidos,

na enxurrada de emoção.

Valnia Véras

⁠No amendoado verdejante dos teus olhos vejo o mundo passar...

Valnia Véras

⁠O amor é uma estrada enfeitada por roseiras.
Uma ponte sobre as lágrimas dos espinhos.
Uma pétala perfumando o orvalho da madrugada.

Valnia Véras

⁠A lua cheia de alegria cavalga por entre as estrelas.
Sorri para os vagalumes.
Grita pra o mundo inteiro que é preciso ESPERANÇAR.

⁠Saudade é a tatuagem que se faz no bem-querer.

Valnia Véras

⁠O pensamento cavalga entre as brumas da neblina
Anuviado, acabrunhado,
sem saber a direção...
Vem a enxurrada
e lava
e carrega
e alarga as estradas da existência.

A tempestade desmata as certezas da noite escura,
desnuda as verdades da aurora.
A vida na caverna já não é possível.
Mas como banhar-se ao sol, se a luz é uma incógnita?

O raiar de um novo dia nos rouba o chão de pedra rachada,
rompendo correntes e nos obrigando a enxergar o horizonte.

A linguagem energética transforma-se em asas,
resta saber se as lembranças da caverna nos impedirão de voar…

Valnia Véras

⁠Nasci da força da rebeldia,
do caldo da paciência, da luta e da labuta,
da fome um pouco por dia...
Cresci junto à raiz da mandioca,
no floreio do feijão,
na colheita da macaxeira
no fermento de cada pão.
Resisto no chão ressecado,
no alento,
perdido na rua...
Mas não deixo de acreditar
que a vida é flor de cacto
trazendo beleza ao sertão,
contrariando a seca,
transmutando-se em esperança
e enfeitando o coração.

Valnia Véras

⁠Viver é compor a própria música, dançar em descompasso, perder-se em poesia.

Valnia Véras

⁠Mulheres

Aaaaaa, as histórias do meu cantar…

Além das brumas de Avalon
existem muitas Fridas,
pintando e bordando um cenário de inclusão.
Que cantam
Que riem
Que cuidam
e nos fazem acreditar.

Bem perto da toca do coelho aliciano
recita uma pequena Greta
as maravilhas do plantar.

Na tribuna do parlamento
discursa uma Marielle
fazendo ecoar resistência
frente as injustiças do lugar.

No centro da fome,
dentro do lixo,
tem a Dona Maria,
que amamenta seu filho
e o encoraja a falar.

No meio do povo
tem uma menina
uma moça
uma mulher
uma idosa...
Com asas gigantes.
Com flores na mão,
que levanta todo dia
e faz o mundo mudar.

Valnia Véras

⁠⁠Eu vejo nos olhos seus uma imensa escuridão
Apresso- me junto ao tempo para tocar sua mão.
Mas, estas já tão enrugadas,
jazem vazias,
perdidas sem direção.

Nas vozes mudas que ecoam por toda parte
ouço os gritos de exclusão.
Em cada esquina
um lamento
um suspiro sem emoção.

De longe, sinto o peito cansado.
Sem ar
Sem vida
Sem coração.

Valnia Véras

⁠Poemas são álbuns de fotografias que contam histórias de existências.
Cada verso perfuma uma vida,
enfeita um vaso com flor.
As rimas são livres...
Entre as metáforas jogadas ao vento,
repousa
um retalho multicor...

⁠Vivo para remendar sonhos,
desabrochar sorrisos e
aprender assoviar...

Vivo em cada mochila arrumada, botando o pé na estrada, cantarolando sem parar.

Vivo na essência da poesia, na rima da alegria, no cantar da cotovia, rodopiando pelo ar.

Valnia Véras

⁠Tecendo as teias do meu destino,
percorro caminhos enviesados.
Mergulho em rios translúcidos.
Viajo entre as brumas do pensamento.

No abismo da minh ‘alma
ouço os ecos
dos sorrisos estampados nas fotografias
amareladas pelo tempo...

Agora, pelas janelas do trem
observo os tique-taques dos relógios passando por mim,
platinando com o orvalho da madrugada
os meus longos cabelos,
que outrora reluziam diante do sol

A estrada é longa e misteriosa,
repleta de suspense e fascínio.
Amanhã, finalmente desvendarei
as verdades escondidas por entre as frestas das vozes
melodiosas e
enigmáticas dos filmes de Carlitos...

Valnia Véras

⁠Saudade é o registro de um amor imortal.

Valnia Véras

⁠As folhas secas sopradas pelo vento buscam o perfume exalado pelos jasmins no infinito.

Valnia Véras

⁠Em cada rosto sofrido, em cada barriga vazia, repousa a inércia e o silêncio dos espectadores.
Valnia Véras

⁠Vivo na tênue linha do horizonte, equilibrando-me entre suspiros e divagações, sorvendo o ar com intensidade para não morrer antes do bater das asas das borboletas coloridas.

Valnia Véras