Coleção pessoal de ValJohan
O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente… E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver.
Soneto
Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono
Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída
Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio
Quando duas almas amigas encontram-se novamente, logo sabem. Elas sentem, imediatamente, a luz que irradia e comunica a importância do retorno, da passagem, da nova travessia.
E o tempo que fizer-se necessário, uma junto à outra, será cumprido, nem mais, nem menos.
Cada uma traz um presente para o presente. Algo que era seu e de alguma maneira, precisa encontrá-lo.
Quando precisam se despedir novamente, elas sofrem, penam, profundamente. Só duas almas afins, reconhecem-se no caminho e atraem-se para evoluir.
São presentes que chegam, na hora exata.
São presentes que marcam. O corpo, a carcaça, não importa. A vibração, sim. Elas se comunicam sem precisar do corpo, e de alguma maneira, sempre estiveram juntas.
Dois olhares que se encontram
Dois caminhos que convergem
Duas bocas que se conhecem
Dois desejos que se satisfazem
Duas notas que se harmonizam
Duas pessoas que se amam
Duas chamas que não se apagam
Dois mundos que se unem
Duas liberdades que se juntam
Duas mãos que se entrelaçam
Dois amores que se bastam
Dois destinos que se abraçam
Duas vidas que se multiplicam
Duas almas que se completam
Almas que se encontram
Chegastes na medida certa,
Preenchendo exatamente o
Que faltava, e aos pouquinhos fostes
Fazendo em mim morada.
Entre as feridas de nossas almas, nascem flores,
Que florescem sem parar.
E na calmaria do teu olhar,
Uma turbulência começou a
Despontar, quando nos demos conta
Que a distância entre nós trataria de habitar...
Apesar de percebermos que ela é insignificante
Era quase inevitável
Conter tamanha discrepância.
Sou grata pois o destino fez a gente se cruzar,
E era pra ser nessa vida, nesse momento, naquele lugar
Estamos em meio à turbulência, sei que a calmaria vai de novo
Nos encontrar, e tudo irá se encaixar...
Pois ainda há muito para vivermos, e muito pra sonhar
Tenho certeza que iremos realizar nossos planos,
E os que ainda nem planejamos, e não
Se preocupe, não me ensinaram a desistir fácil,
Afinal, esse final será feliz, pois ele não existirá.
ALMAS QUE SE ENCONTRAM...
Dizem que para o amor chegar...
Não há dia...
Não há hora...
E nem momento marcado para acontecer.
Ele vem de repente e se instala...
No mais sensível dos nossos órgãos...
O coração.
Começo a acreditar que sim...
Mas percebo também...
Que pelo fato deste momento...
Não ser determinado pelas pessoas...
Quando chega, quase sempre...
Os sintomas são arrebatadores...
Vira tudo às avessas...
E a bagunça feliz se faz instalada.
Quando duas almas se encontram...
O que realça primeiro...
Não é a aparência física...
Mas a semelhança das almas.
Elas se compreendem...
E sentem falta uma da outra....
Se entristecem...
Por não terem se encontrado antes...
Afinal tudo poderia ser tão diferente.
No entanto sabem que o caminho é este...
E que não haverá retorno...
Para as suas pretensões.
É como se elas falassem além das palavras...
Entendessem a tristeza do outro...
A alegria e o desejo...
Mesmo estando em lugares diferentes.
Quando almas afins se entrelaçam...
Passam a sentir saudade uma da outra...
Em um processo contínuo de reaproximação...
Até a consumação.
Almas que se encontram...
Podem sofrer bastante também...
Pois muitas vezes...
Tais encontros acontecem...
Em momentos onde não mais podem extravasar...
Toda a plenitude do amor...
Que carregam, toda a alegria de amar...
E de querer compartilhar a vida com o outro...
Toda a emoção contida...
À espera do encontro final.
Desejam coisas que se tornam quase impossíveis...
Mas que são tão simples de viver...
Como ver o pôr-do-sol...
Ou de caminhar...
Por uma estrada com lindas árvores...
Ver a noite chegar...
Ir ao cinema e comer pipocas...
Rir e brincar...
Brigar às vezes...
Mas fazer as pazes...
Com um jeitinho muito especial.
Amar e amar, muitas vezes...
Sabendo que logo depois...
Poderão estar juntas de novo...
Sem que a despedida se faça presente.
Porém muitas vezes...
Elas se encontram em um tempo...
E em um espaço diferente...
Do que suas realidades possam permitir.
Mas depois que se encontram...
Ficam marcadas ... tatuadas...
E ainda que nunca venham a caminhar...
Para sempre juntas...
Elas jamais conseguirão se separar...
E o mais importante ...
Terão de se encontrar em algum lugar.
Almas que se encontram...
Jamais se sentirão sozinhas...
Porquanto entenderão, por si só...
A infinita necessidade...
Que têm uma da outra para toda a eternidade.
Neste momento, penso em você e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse, chegaria agora como brisa fresca e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e me permite entrar, em você vou me enroscar quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos, soprar mansinho no ouvido, beijar sua boca macia, o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento... Agora sou só pensamento e estou pensando em você.
E se abrir sua janela, eu estou chegando aí, agora...
neste momento, em pensamento... no vento.
Um vento forte invade
rasgando o que já estava por um fio
Calafrio e vazio
Realidade!
Um barco a deriva
Rodopiando, dançando incessantemente no embalo das ondas.
Tempestade que não quer passar
Grito, mas ninguém ouve...
Estou só?
Cadê o sol?
Quero dormir!
Eu ...
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.
Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa.
Quando dois mundos se encontram não da pra explicar, o sentimento que duas almas provocam ao se encontrar.
Que a gente não perca a esperança que nutre, o riso que alimenta, o abraço que aquece, a palavra que salva e o afeto que transborda.
Que a gente não perca a boniteza do olhar, diante da simplicidade que é a vida.