Coleção pessoal de usuario1010036
Muitas vezes, lê-se a Bíblia sem que haja qualquer proveito. Em muitos casos, essa leitura é até perniciosa. Quando a Palavra de Deus é aberta sem reverência e oração, quando os pensamentos e as afeições não estão centralizados em Deus nem em harmonia com Sua vontade, a mente fica obscurecida pelas dúvidas. O próprio estudo da Bíblia fortalece o ceticismo. O inimigo apodera-se dos pensamentos e sugere interpretações incorretas.
Existem muitas coisas aparentemente difíceis ou obscuras, as quais Deus tornará claras e simples aos que busquem entendê-las. Sem a orientação do Espírito Santo, porém, estaremos continuamente sujeitos a distorcer as Escrituras ou a interpretá-las erroneamente.
A consciência do poder e da sabedoria de Deus, bem como da nossa incapacidade de compreender Sua grandeza, deve promover em nós um espírito de humildade.
Deus deseja que, mesmo nesta vida, as verdades de Sua Palavra sejam reveladas para o Seu povo. Existe apenas uma maneira de se conseguir esse conhecimento. Somente por meio da iluminação do Espírito através do qual a Palavra foi dada é que podemos atingir um entendimento da Palavra de Deus.
Se fosse possível para os seres criados atingir o pleno entendimento de Deus e de Suas obras, então, tendo chegado a esse ponto, não haveria para eles outras descobertas sobre a verdade, nenhum crescimento no saber, nem tampouco um maior desenvolvimento da mente e do coração. Deus deixaria de ser Supremo; o homem, havendo chegado ao limite do conhecimento e de suas realizações, deixaria de avançar.
O objetivo de Satanás, todavia, é perverter a capacidade investigadora da mente. Mescla-se um certo orgulho com o estudo da verdade bíblica, de modo que a pessoa sente-se impaciente e fracassada se não puder explicar, como gostaria, cada parte da Escritura. Para ela, é muito humilhante reconhecer que não entende as palavras inspiradas. Não está disposta a esperar pacientemente até que Deus ache conveniente revelar-lhe a verdade. Acredita que sua sabedoria humana é suficiente para capacitá-la a compreender a Escritura, sem necessidade de ajuda. Ao fracassar, nega-lhe a autoridade.
Ao reconhecermos que não podemos compreender plenamente as grandes verdades da Bíblia, estamos apenas admitindo que uma mente finita é inadequada para entender o infinito, e que o homem, com seu conhecimento limitado, não pode compreender os propósitos do Onisciente.
As dificuldades das Escrituras têm sido apresentadas pelos céticos como um argumento contra a Bíblia; longe disso, todavia, elas constituem uma forte evidência de sua inspiração divina. Se elas apenas apresentassem uma descrição do Senhor que pudéssemos facilmente entender; se a Sua grandeza e majestade pudessem ser compreendidas pela finita mente humana, então a Bíblia não teria as inequívocas credenciais da autoridade divina. A própria grandeza e mistério dos temas ali apresentados devem inspirar no leitor a crença de que ela é a Palavra de Deus.
A Palavra de Deus, assim como o caráter do seu divino Autor, apresenta mistérios que jamais poderão ser plenamente compreendidos por seres finitos. A entrada do pecado no mundo, a encarnação de Cristo, a regeneração, a ressurreição e muitos outros assuntos apresentados na Bíblia são mistérios por demais profundos para a mente humana explicar ou mesmo entender plenamente. Não temos, porém, razões para duvidar da Palavra de Deus, pois não entendemos os mistérios de Sua providência.
Deus nunca pede que creiamos sem que nos dê suficientes provas sobre as quais possamos alicerçar nossa fé. Sua existência, Seu caráter e a veracidade de Sua Palavra se baseiam em testemunhos que falam à nossa razão; e esses testemunhos são numerosos. Apesar disso, Deus nunca removeu a possibilidade de dúvida. Nossa fé deve se basear em evidências, não em demonstrações. Os que desejam duvidar terão a oportunidade de fazê-lo, enquanto os que realmente desejam conhecer a verdade poderão encontrar muitas provas onde apoiar sua fé.
Aquilo que é feito para a glória de Deus deve ser feito com alegria, cânticos de louvor e ações de graça, não com tristeza e aspecto sombrio.
Sofremos uma perda quando negligenciamos o privilégio de reunir-nos para fortalecer e animar uns aos outros no serviço de Deus.
Deus não espera que nos tornemos eremitas ou monges e que nos isolemos do mundo a fim de tornar nos interessados em atos de adoração. Nossa vida deve ser igual à de Cristo, nos dividindo entre o monte da oração e o contato com as multidões.
Entregue a Ele todas as coisas que perturbam sua mente. Coisa alguma é grande demais para que Ele não possa suportar, pois é Ele quem mantém os mundos e governa o Universo.
Perseverar em oração é a condição para receber. Devemos orar sempre, se quisermos crescer em nossa fé e experiência.
Se dermos lugar a nossas dúvidas e medos, ou tentarmos resolver tudo aquilo que não vemos claramente, antes de ter fé, as perplexidades apenas aumentarão e se aprofundarão. Mas se nos voltarmos para Deus tal como somos, convencidos do nosso desamparo e dependência; se, com humildade e confiante fé, levarmos nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, que tudo vê em Sua criação e que tudo governa por Sua vontade e palavra, então Ele atenderá nosso clamor e fará com que Sua luz brilhe em nosso coração.
Quando nossas orações parecem não ter resposta, devemos apegar-nos à promessa, pois o momento da resposta chegará e receberemos a bênção de que mais necessitamos. Entretanto, dizer que a oração sempre será respondida do jeito que desejamos é presunção. Deus é demasiadamente sábio para errar e extremamente bom para deixar de conceder o melhor aos que andam em retidão. Por isso, não tenha medo de confiar nEle, mesmo que não veja resposta imediata para suas orações. Apoie-se sobre Sua fiel promessa: “Pedi, e dar-se-vos-á.”
A certeza é ampla e ilimitada. Aquele que prometeu é fiel. Se não recebemos as coisas que pedimos, e no tempo desejado, é porque ainda não cremos que o Senhor ouve e responde nossas orações. Temos tantas falhas, somos tão míopes, que às vezes pedimos coisas que não serão bênçãos para nós, e nosso Pai celestial, por amar-nos, responde nossas orações dando-nos aquilo que será para o nosso maior bem.
Se mantivermos iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado de maneira consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração que vem do coração arrependido e contrito será sempre aceita.