Coleção pessoal de ummaktub
Foleando Leminski
Tento achar nas páginas
algo que expresse minha insatisfação
Um poema de um dilema
ou alguma torta inspiração
Toda vez que faço isso
nada de novo sinto
Vejo tudo, nada lido
Volto a primeira fase
O que me resta então
é escrever
minha própria desilusão
Algum verso que se encaixe
nessa fase que me invade
em linhas sem direção
mesmo que em vão
ou em pequenas partes.
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal
É maior do que o mundo.
Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas.
Consegui não descobrir.
E, aquele
Que não morou nunca em seus próprios abismos
Nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas
Não foi marcado. Não será exposto
Às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema.
Ai, que aflição na barriga!
Um sobe e desce que palpita o coração
Ansiedade inimiga
Um sussurro de paixão
Borboletas enxeridas!
Ou, pode ser indigestão.
Comi muito doce esses dias
Só me falta ser lombriga
Ah não! Lombriga não.
No frio ainda? Eu prefiro o calor da sintonia.
Prefiro a anestesia da paixão
mesmo que venha como um furacão no dia-a-dia.
Se for esse o laudo então, que comece a oração.
Se você é uma pessoa sensitiva e acredita no que sente, vê, vivi e crê, tudo isso sempre vai aparecer no seu caminho como forma de guia-lo e/ou fazer com que sua crença ganhe mais força. Só que, diante disso, o responsável por abrir os olhos da alma e aceitar os ''sinais'', seja lá como cada um chama isso, é VOCÊ e não as circunstâncias.
De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.
''E se perguntarem onde estou, diga que estou me divertindo na imensidão. Aquela que vem como espelho, tapa na cara e afins. Aquela que te leva daqui e coloca ali, dentro de si. Diga que encontrei por ai um lindo jardim com muito a conferir. Um muito que me trouxe aqui, no mais belo e sincero de mim. Esbanjando canção, atendendo ao coração, encontrando inspiração... Sonhando de olhos abertos e fechados. Procurando palavras que rimam com começos, meios e fins. Tropeços, anseios e amendoim. Não não, não é bem assim. Ou é, talvez sim. Bom, diga apenas que, enfim, sobrevivi. E que voltei, com sensatez mas curtindo os meus talvez. Porque o meu lar está mesmo em casa mas eu sou apaixonada pela estrada''.
Eu desfruto dessa maravilha de cenário
Eu me incluo nesta mistura entre os espaços
Faz-se do asfalto mesmo a passarela
Onde o menino joga a bola e a menina a boneca
Eu vejo a esperança nas esquinas
Nos sorrisos soltos, mesmo as 7 da matina
Curiosidade nessa variedade cultural
De ponta a ponta da beleza regional
Veja só, que lindo é esse Brasil
A paisagem continua bela mesmo por um fio
A pátria amada afunda através dos sem conduta
E a alma suja de quem anula uma visão conjunta
Só desfigura a face de quem por ti luta, por ti se aventura
Mas, eu ainda vejo o azul em meio a cinza
Um sonho intenso eu transformo em rima
Críticas, faíscas, sem hipocrisia, eu sei da falha.
Mas meu presente é aqui!
E encontrar a liberdade e a vontade em outra pátria eu não ei de ir.
Essa gigante natureza grita em mares mil:
- Salvem, irmãos, esse nosso brasil!
'Pessoas mágicas, que se apaixonam por coisas tão bobas, que quando tentam voltar ao mundo real, já é tarde. Mágica vicia
Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança.
''E se perguntarem onde estou, diga que estou me divertindo na imensidão. Aquela que vem como espelho, tapa na cara e afins. Aquela que te leva daqui e coloca ali, dentro de si. Diga que encontrei nos restos que guardei aqui, de ti e deles ali, um muito de mim. Um muito que me trouxe aqui, no mais belo e sincero de mim. Esbanjando canção, atendendo ao coração, encontrando inspiração. Procurando palavras que rimam com começos, meios e fins. Tropeços, anseios e amendoim. Não não, não é bem assim. Ou é, talvez sim. Bom, diga apenas que, enfim, sobrevivi. E que voltei, mas só pra mim.''
As vezes é preciso ser filtro, ao invés de esponja.
Essa coisa de absorver tudo nos deixa tão pesados, tão cansados.
Essa mania de não filtrar o que pode ou não atingir o coração acaba nos deixando tão sujos, tão desgastados. Quando tudo nos atinge de forma absurda, a tendência é a desilusão, e quando ela chega, a pureza se vai.
Que passem os minutos, dias e anos...
Todas as estações do tempo!
Que eu viva, qual tolo, todas as ilusões
pueris de sentimento...
Amar-te-ei, em todas as épocas,
em todo momento
Que passem as águas por muitas pontes
e que debruce a saudade por muitas
serras e montes, amar-te-ei,
como se fosse a primeira vez e única,
apesar das tantas aventuras!
Ainda além deste céu, nas alturas.
Eternamente...
Ainda que outro alguém o tenha
entre lençóis confidentes,
mesmo que os beijos sejam molhados
e quentes,
à parte, nossa alma vaga enamorada,
sobre qualquer prazer da carne ou qualquer
entrega fugaz.
Eternas, apaixonadas
Amar-te-ei, sobre qualquer dor que me pese
o orgulho ferido, o despeito revolvido!
Sobre qualquer punhalada em meu coração,
sobre qualquer distância a nós imputada...
Porque sei, amor de mim , que ainda assim...
Não é pequeno o nosso comprometimento.
Ah! Soubessem todos o tamanho!
Pobre carne, pequeno tempo!