Coleção pessoal de UlissesFormiga
E por amar loucamente,
amei sua loucura
E por amar a mais louca,
amei a todas
E por entender a maior das loucuras
Entendi a todas
Aproveite pequena lagarta
Pra comer as todas as folhas caídas
que a terra lhe proporciona.
Arrasta sem pudor a barriga na lama
Pois, quando fores borboleta,
Será a força tirada delas
Que lhe permitirá o voo mais alto
que lhe dará força e cor nas asas
Que te tornará mais alto e tranquilo teu voo no céu
Me escondo mesmo, vc está certa.
Mas erra quando diz que é de você.
Não teria porque, não teria como.
Fujo da minha imperfeição
Me escondo da minha incerteza
O que vê é tão bonito.
Tão carinhoso e bem intencionado
Que não deixo vc aprofundar,
Chegar no fundo, na escuridão
Onde tudo é embaçado, incerto,
Frio, escondido, sem rimas, sem direção
Então afundo mais na lama,
Me torno mais obscuro, te confundo
Me camuflo pra não ser revelado
A gente passa a vida inteira pra aprender o que já sabia no momento que nasceu:
Que a única coisa que importa é um bom colo.
Se meus inimigos me fizessem tão mal
Quanto alguns dos meus amigos me fazem
Certamente eu já teria sucumbido
No final das contas, a morte não tem a menor importância,
já que, inexoravelmente, chegará pra todos.
No fim, no último suspiro, importa apenas se amamos e fomos amados.
É isso que estará em nossa mente no último suspiro,
e nos fará sorrir ou chorar.
Parecer é fácil, parecemos o tempo inteiro.
Sábios ou ignorantes, feios ou bonitos, atentos ou distraídos.
Parecemos o que parecemos, de propósito ou até sem querer.
Eu quero ser, o que é difícil. Ser o que? Sábio, atento, bonito?
Não, quero ser eu, e isso não é pouco.
Sou o que? Não sei, e esse é o problema.
Hoje eu não sirvo pra ninguém,
nem a mim mesmo
Estou mudando, me adaptando, correndo...
Não sou apresentável, reconhecível, definível
Flutuo nas marolas de variáveis intangíveis.
...Então não me peça
explicações, definições, limites, contornos, direções...
Talvez quando a tempestade passar, o mar acalmar,
o vento cessar, aí talvez encontre um porto, uma praia
Enquanto isso me basto em não naufragar
O “big bang” transformou energia em matéria.
O tempo nada mais é que uma propriedade da matéria,
Assim como o é a massa.
Sem matéria não há tempo,
Sem tempo não há matéria.
Não podemos falar em “antes” do “big bang”.
Não podemos falar “de onde” veio toda a matéria,
Porque não havia antes, não havia tempo, não havia nosso universo.
Imagine um quarto escuro e nesse ambiente acenda um fósforo.
Criou-se o fogo e dele adveio a luz.
Não havia “outro” fogo antes, assim como não havia a luz.
Assim foi nosso universo,
Criou-se a matéria e dela adveio o tempo.
Não havia outro universo antes, assim como não havia o tempo.
Mas não se preocupem,
Para esse ‘lugar’ – sem tempo nem espaço – voltaremos em breve,
Mas esse “breve” é o breve daqui, já que “lá” não há tempo.
Quando tenho dúvidas sobre uma pessoa e não consigo decifrá-la, observo seu reflexo no caráter de quem a acompanha. É infalível
Pele lisa
Me cansa
Não encanta
Não conta
Nada contra
Mas...
Me importa
As marcas
Cicatrizes
Histórias contadas
Na pele
Na carne
Com sangue
Sabedoria, a mais irônica maldição
Nos dá a visão entre cegos
E a voz entre os que não têm a audição